Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre O SERMÃO DO MONTE, contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato. Abordando sua essência, o autor alega que apesar do fato de algumas pessoas dizerem viver segundo o Sermão do Monte, é possível que elas nunca o tenham lido. Porém a reação mais comum oposta – são muitos os que falam que o Sermão do Monte é um belo ideal, mas totalmente inaplicável, sendo inalcançável. Tolstoi, em certo sentido, combinou essas reações. Por um lado, ansiava por ver o sermão do monte praticado, enquanto, por outro, reconhecia seus fracassos pessoais.
Na sua essência, o Sermão do Monte (que, provavelmente, tenha sido mais um tipo de curso de verão estendido do que uma simples pregação) foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. ”Não sejam iguais a eles”, disse Ele (MT 6.8). O Reino que Ele proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, Ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho dele.
Verdadeiras e falsas ambições
“Busquem pois em primeiro lugar o Reino de Dês e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” (Mateus 6.33)
Jesus agora contrasta aquilo que os pagãos buscam e aquilo que os cristãos deveriam buscar primeiramente. Aquilo que buscamos é o que está colocado diante de nós como supremo bem para o qual dedicamos a nossa vida. Ele é a nossa preocupação, a nossa ambição. Jesus reduz as opções a duas. Os pagãos são obcecados por seu próprio bem-estar material (comida, bebida e vestimenta), enquanto os cristãos devem estar preocupados acima de tudo com o Reino e a justiça de Deus e com a sua propagação por toso o mundo.
Jesus começa com a negativa. Três vezes Ele repete sua proibição de não nos preocuparmos com as coisas materiais. Ele não está proibindo nem o pensamento nem a prevenção, mas a ansiedade, pois ela é incompatível com a fé cristã. Se Deus realmente cuida da nossa vida e do nosso corpo, será que não podemos confiar que Ele cuidará de nossa alimentação e vestimenta? De novo, se Deus alimenta passarinhos e veste os lírios do campo, será que não podemos confiar Nele para nos alimentar e vestir?
Ao mesmo tempo, não podemos interpretar erroneamente o ensino de Jesus. Primeiro, confiar em Deus não nos isenta de trabalhar para ganharmos o nosso sustento. Os passarinhos nos ensinam essa lição. Como Deus os alimenta? A resposta é que Ele não os alimenta! Jesus era um observador perspicaz da natureza. Ele sabia perfeitamente bem que passarinhos alimentam a si mesmos. Deus só os alimenta indiretamente, ao fornecer os recursos com os quais se alimentem. Segundo, confiar em Deus não nos isenta da calamidade. Realmente, nenhum pardal cai no chão sem a permissão de nosso Pai; mas pardais caem e são mortos. Do mesmo modo acontece aos seres humanos. Da mesma maneira ocorre com os aviões.
Em vez de se preocuparem com coisas materiais, os seguidores de Jesus devem buscar primeiro o Reino de Deus e a justiça de Deus. Buscar o Reino de Deus é proclamar Cristo como Rei, para que as pessoas se submetam à Sua soberania. Buscar a justiça de Deus é lembrar que Ele ama a justiça e odeia o mal, de modo que, mesmo fora do círculo do Reino, a justiça agrada mais a Deus que a injustiça; a liberdade, mais que a opressão; a paz, mais que a violência ou a guerra. Nessa dupla ambição nossas responsabilidades evangelísticas e sociais se cominam, e a glória de Deus se torna o nosso interesse supremo.
Para saber mais: Mateus 6.25-34
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