"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NA ESTREBARIA


Leitura Bíblica: Lucas 2:1-7

“Jesus, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:6-8).

Muita gente nasce em local impróprio. Mas por que Jesus teve de nascer numa estrebaria? Por que precisou ter por berço aquela manjedoura babada pelas vacas? Aquele ambiente cheirando a bode e outras coisas? A Bíblia responde com o versículo em destaque.

Mas insisto: Por que numa estrebaria?

Porque é lá que a humanidade vive – mesmo que parte dela viva na mais esplêndida riqueza, o ser humano vive nos chiqueiros da imoralidade, da degradação e da corrupção.

Sem Cristo, ricos ou pobres, instruídos ou ignorantes vivem no aviltamento moral, presos à hipocrisia, à falsidade e aos seus impulsos como a correntes infernais, caminhando para a morte. No entanto, Deus não se agrada da morte de ninguém e por isso apela: “Arrependam-se e vivam” (Ezequiel 18:32).

Jesus não veio oferecer remendos, e sim vida nova. “Se alguém está em Cristo, é nova criatura,” diz o apóstolo Paulo em II Coríntios 5:17. E diz mais: “Fomos sepultados com ele na sua morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova” (Romanos 6:5).

Jesus nasceu num estábulo para oferecer vida nova a cada um que vive no nível humano mais baixo. Ele oferece libertação da escravidão da decadência em que o ser humano se encontra, para que possa receber a gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Romanos 8:21). Jesus veio para ser o caminho, a verdade e a vida para todos os aprisionados pelo pecado. Faça como o filho pródigo (Lucas 15), que no meio dos porcos reconheceu o seu pecado e voltou para uma vida nova na casa paterna. – HM


Ninguém desce tão baixo que não possa encontrar Jesus esperando por ele.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Natal, uma boa nova de grande alegria


O Natal é a celebração do nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Muitos cristãos hesitam em comemorar o Natal e outros chegam mesmo a fazer oposição a essa comemoração, em virtude de não sabermos, com exatidão, a data precisa em que aconteceu esse fato auspicioso. Ainda outros desaconselham a celebração do Natal em virtude dos vários adendos acrescidos à festividade como presépio, árvore enfeitada e Papai Noel. Entendemos, que esses acréscimos não fazem parte do verdadeiro Natal e não devem distrair nossa atenção. Precisamos, portanto, resgatar o verdadeiro sentido do Natal e devolvê-lo a seu verdadeiro dono, Jesus Cristo, nosso Salvador.


A celebração do Natal é legítima, pois o primeiro Natal foi motivo de festa no céu e na terra, comemorado pelos anjos e pelos homens. A grande notícia anunciada pelo anjo do Senhor, aos pastores de Belém foi: "Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.10,11). Natal é a verdade bendita de que o Eterno entrou no tempo, Deus se fez homem e o Senhor dos senhores se fez servo. Natal é o cumprimento do plano da redenção, traçado nos refolhos da eternidade. Natal é a concretização da promessa do Pai e o cumprimento das profecias anunciadas pelos patriarcas e profetas. Natal é a consumação da esperança de Israel. Na plenitude dos tempos, o Cristo de Deus, nasceu de mulher, nasceu sob a lei, para nos redimir dos nossos pecados. 

Natal não é festa gastronômica. Natal não é o comércio guloso capitaneado pelo velho bojudo de barbas brancas. Natal não é troca de presentes nem ruas enfeitadas com cores policromáticas. Natal é a luz do céu invadindo a escuridão da terra. Natal é o Verbo eterno de Deus, se fazendo carne para habitar entre nós, cheio de graça e de verdade. Natal é o Deus que nem o céu dos céus pode contê-lo esvaziando-se, a ponto de nascer como um bebê numa pobre vila da Judéia. Natal é o criador e dono do universo despojando-se de sua glória para calçar as sandálias da humildade, fazendo-se pobre para tornar-nos ricos. Natal é a proclamação embalada nas asas da alegria, anunciando que Jesus é o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Senhor do universo. 

Natal é a evidência mais eloquente do amor de Deus aos pecadores. Quando Deus criou o universo, fê-lo pela palavra do seu poder. Quando Deus criou o homem, colocou a mão no barro. Porém, quando Deus desceu para resgatar o homem entrou no barro, pois o Verbo se fez carne, vestiu pele humana e armou sua tenda entre nós. Natal é a consumação da maior dádiva de Deus ao homem. Deus amou o mundo e deu seu Filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deu-o não a quem merece, mas a pecadores indignos. Deu-o não para ser exaltado entre os homens, mas para ser cuspido por eles. Deu-o não para entrar na história como o Rei da glória, mas para carregar a cruz maldita, como servo sofredor. Deu-o não na última hora, mas desde a eternidade! 

Natal é a festa da salvação. É a celebração que nos remete ao plano eterno de Deus, quando a própria Trindade, no recôndito dos tempos eternos, decidiu nos amar e nos destinar para a salvação. Nesse projeto divino, o Pai envia o Filho e o Filho se submete ao Pai. Nesse decreto eterno, o Pai escolhe um povo e o dá como presente a seu Filho. O Filho deixa a glória que sempre teve com o Pai e desce para morrer em favor desse povo. O Espírito Santo, regenera e sela esse povo como propriedade exclusiva de Cristo. Agora, nós, povo de Deus, povo redimido, alcançado pela graça, devemos exaltar pelos séculos sem fim, o Cordeiro de Deus, por tão grande salvação. Que o Natal de Jesus seja celebrado por todos nós, com fervor efusivo, com alegria indizível e com entusiasmo sem igual!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O mistério da vida, o mistério da morte e o mistério da ressurreição


A cada segundo, nascem 4,4 pessoas ao redor do mundo e morre quase o mesmo número. Graças ao pequeno saldo a favor dos que nascem, a população continua a crescer. Quando alcançarmos o pico da população mundial, talvez no final deste século, haverá por algum tempo certo equilíbrio entre os que nascem e os que morrem. A partir de então, é provável que o número de mortes supere o número de nascimentos e a população comece a diminuir. A morte pode perder a batalha demográfica (quando o número de nascimentos supera o número de mortes), mas nunca perde a batalha travada entre ela e a vida. 
 
Temos sido obrigados a misturar o mistério da vida com o mistério da morte. Outro dia, por exemplo, enquanto um grupo de pessoas celebrava com muita alegria o casamento de um doutorando em botânica de 28 anos, outro grupo velava com muita tristeza o corpo do orientador do noivo, um professor de 58 anos. 
 
No primeiro domingo de novembro de 2006, um garoto de sete anos vibrava com o passeio que fazia numa praia de Porto Seguro, BA, em cima de um “bote-banana”. Na última manobra da embarcação, quando todos deveriam cair na água, o pequeno Lucas teve a cabeça decepada pela hélice da lancha ou pelo cabo que ligava a lancha ao bote. 
Vamos hoje à loja de móveis para comprar um bercinho, e amanhã, à funerária para comprar uma urna. No berço, colocamos nossos recém-nascidos e, na urna funerária, os nossos recém-mortos. 
 
Ao mesmo tempo que misturamos o mistério da vida com o mistério da morte, precisamos misturar o mistério da morte com o mistério da ressurreição. Isso é muito confortante, mas é matéria de fé. A ciência não nos leva à ressurreição do corpo. 
Dos três grandes mistérios — o mistério da vida (ainda não totalmente desvendado), o mistério da morte (ainda profundamente complexo) e o mistério da ressurreição (ainda não verificado) — o maior deles é o mistério da ressurreição. Chama-se de mistério tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender. É aí que entra a outra faculdade humana, a capacidade de acreditar em Deus, em seus atributos e em sua Palavra. 
 
A ressurreição do corpo é uma esperança tão certa como a vida, tão certa como a morte. Essa esperança está de tal modo vinculada à ressurreição de Cristo que, se esta não acontecer, todo o edifício religioso construído sobre a pessoa de Jesus desmorona por completo. Não fica pedra sobre pedra.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A VONTADE DE DEUS!


“Então Jesus disse de novo: Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.” (João 20:21)

Creio que estas palavras de Jesus aos seus seguidores, feita após sua ressurreição, aconteceu dentro do período de 40 dias em que passou ensinando seus discípulos sobre o Reino de Deus (Atos 1.3). Ele estava orientando-os como deveriam viver proativamente, com o objetivo de sinalizar esse Reino aos que ainda não o conhecia. Convido-lhe para pensar um pouco sobre as implicações desta afirmação.

Minha conversão se deu quando eu tinha 19 anos. E a pergunta que me perseguia era: “qual a vontade de Deus para minha vida?” O pastor que me discipulou me dava algumas respostas, dentre elas a do Breve Catecismo de Westminster: “o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Eu cria nessa afirmação, mas não a tinha como suficiente para entender meu papel neste mundo.

Certo dia a palavra do apóstolo Paulo na carta que escreveu aos romanos me trouxe mais luz (e mais perturbação também): “Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)

Deus tinha me tornado seu filho e agora trabalhava para que eu fosse como Jesus Cristo, o Filho Eterno, o Deus encarnado. Assim, pensei: “O propósito de Deus para minha vida é que eu seja semelhante a Jesus, ou seja, da mesma natureza. Isso traz um imenso peso. Como amar como Ele amou? Como perdoar como Ele perdoou? Como cuidar como ele cuidou? Como enxergar as pessoas, ver o sofrimento, não ser indiferente mas agir em prol da cura, da libertação, da restauração, da provisão? Como ser íntegro, como ser altruísta? Vou sofrer como Ele?” Enfim, eu tinha que olhar para vida de Jesus e viver como Ele viveu: “Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei.” (João 17:18). E mais, a missão de Jesus era o modelo para minha missão na terra. Então afirmei: “Não dou conta!”

Estudando a Bíblia aprendi que Deus está trabalhando na minha vida para que esse objetivo se torne completo. Mais uma vez o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou e me ensinou: “Portanto, todos nós, com o rosto descoberto, refletimos a glória que vem do Senhor. Essa glória vai ficando cada vez mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor, que é o Espírito.” (2 Coríntios 3:18)

O propósito de Deus alcançará totalidade no futuro. É o que aprendi com outro apóstolo de Jesus, João: “Meus amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto: quando Cristo

aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é.” (1 João 3:2)
Agora, convido você a voltar à afirmação de Jesus no início deste texto, e ler a declaração seguinte: “Depois soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo.” (João 20:22).

Louvado seja Deus! O Espírito Santo é o instrumento para discernirmos e sermos o que Deus planejou para cada um. Quem crê em Jesus como filho de Deus e O confessa como Senhor da sua vida, tornando-se seu seguidor, este recebe o Espírito Santo que lhe dá uma nova vida, transforma dia a dia na direção da semelhança de Jesus, enche de poder (At 1.8) para cumprir a missão de Deus, e habilita para enfrentar todas as dificuldades que o próprio Senhor Jesus enfrentou na jornada terrena.

Diante dessas respostas, vivo com o coração pacificado sobre o que Deus tem para minha vida. O que sou, a profissão que tenho, o ministério que desenvolvo, as pessoas com as quais me relaciono, os sofrimentos e tribulações que me alcançam, tudo é parte do propósito de Deus para me transformar à semelhança do Seu Filho! Vivo, dia a dia, convicto de que Ele está trabalhando em mim e peço que encha-me com Seu Santo Espírito, pois só assim poderei ser e cumprir o que Ele preparou para mim.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ecumenismo, avanço ou uma ameaça à igreja?




Está na moda o diálogo inter-religioso. Vivemos a época do inclusivismo, fruto da ideia pós-moderna, que não existe verdade absoluta. Muitos pastores, em nome do amor, sacrificam a verdade e caem nessa teia perigosa do ecumenismo. Precisamos afirmar que não existe unidade espiritual fora da verdade, assim como luz e trevas não podem coexistir. Não podemos ser um com aqueles que negam a salvação pela graça de Cristo Jesus. Não é um ato de amor deixar que aqueles que andam pelo caminho largo da condenação sigam "em paz" por esse caminho de morte. Esse falso amor tem cheiro de morte. Essa atitude de dar as mãos a todas as religiões, numa espécie de convivência harmoniosa, acreditando que toda religião é boa e leva a Deus é uma falácia. Toda religião é vã a não ser que pregue a Cristo, e este crucificado. Toda religião afasta o homem de Deus, a não ser que anuncie Jesus Cristo como o único caminho para Deus! Vamos deixar esse discurso falacioso de amor a todos, e vamos amar de verdade às pessoas, de todas as religiões, pregando a elas, com senso de urgência, o evangelho que exige arrependimento e fé e oferece vida eterna. 

Obviamente, a união de todas as religiões e de todas as crenças não é um avanço, mas uma ameaça à igreja de Cristo. O que está por trás dessa tentativa de unir todas as crenças é a heresia de que toda religião é boa e todo o caminho leva a Deus. O ecumenismo, o diálogo inter-religioso e a fraternidade com todos os credos é um engano fatal. É um falso entendimento do que Jesus ensinou sobre a unidade espiritual da igreja. Não há unidade espiritual fora do evangelho de Cristo. O argumento de que Jesus acolheu publicanos e pecadores e por isso devemos receber todos os credos é uma falsa interpretação do texto bíblico. O amor não é um substituto da verdade. Todos são convidados a vir a Cristo, mas de todos é exigido arrependimento e fé.

É preciso alertar, ainda, que essa frouxidão doutrinária do liberalismo desemboca na relativização moral. O entendimento pós-moderno é que cada um tem sua própria verdade. A verdade deixou de ser objetiva para ser subjetiva. Com isso, assistimos, estarrecidos, não apenas um ataque aos valores morais, mas uma inversão dos valores morais. O profeta Isaías já havia denunciado essa atitude: "Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!" (Is 5.20). É isso que estamos vendo na mídia todos os dias. Faz-se apologia do aborto, do adultério, do homossexualismo, da violência e da mentira. Porque uma ideia falsa foi plantada no passado, estamos fazendo uma colheita desditosa no presente. A igreja de Cristo precisa estar firme contra todas essas ondas de engano e permanecer inabalável no cumprimento de sua vocação de levar o evangelho a toda criatura, em todo o mundo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Por que o céu é melhor?


O céu é um lugar preparado para pessoas preparadas. O céu é um lugar de bem aventurança eterna e um estado de felicidade eterna. O céu é a casa do Pai, o paraíso, o seio de Abraão, a Nova Jerusalém. O céu é o lugar onde está o trono de Deus e onde os salvos reinarão com Cristo pelos séculos sem fim. Destacaremos, agora, algumas razões pelas quais podemos afirmar categoricamente que o céu é melhor.
Em primeiro lugar, o céu é melhor porque lá não entrará pecado. O pecado que entrou no mundo trazendo a morte não entrará no céu. Nada contaminado entrará na Cidade Santa. No céu não haverá tristeza nem dor; não haverá choro nem pranto; não haverá doença nem luto. O pecado que tenazmente nos assedia agora, não desfilará mais no paraíso. Se fomos libertos da condenação do pecado na justificação e se estamos sendo libertos do poder do pecado na santificação, seremos libertos da presença do pecado na glorificação. O corpo de glória que receberemos, não estará mais poluído pelo pecado nem sujeito a ele.
Em segundo lugar, o céu é melhor porque lá não haverá mais despedida. A vida neste mundo é marcada por encontros e desencontros, alegrias e tristezas. Aqui celebramos o nascimento e choramos pela morte. Aqui, vemos nossos amigos e familiares sendo ceifados, deixando em nosso coração uma dor avassaladora. Aqui, choramos à beira da sepultura. Aqui, temos o coração rasgado pela saudade. Porém, no céu, não haverá mais despedida; não haverá mais adeus. Estaremos sempre juntos, sem rusgas nem mágoas, sem conflitos nem separações. Nossa comunhão será perfeita. Seremos uma só família, um só rebanho, uma só igreja.
Em terceiro lugar, o céu é melhor porque lá Deus vai enxugar dos nossos olhos toda lágrima. A vida aqui é marcada pela dor. O pecado trouxe sofrimento ao mundo. Choramos a dor das perdas, a dor da enfermidade e a dor do luto. Aqui, a mulher dá à luz com dores e o homem granjeia seu pão com o suor do rosto. Aqui, a terra produz espinhos que acicatam nossos pés. Aqui, choramos pelas nossas fraquezas e pelos nossos pecados. Choramos porque os homens escarnecem de Deus e zombam de sua lei. Choramos porque o mundo jaz no maligno. Porém, no céu, Deus vai enxugar dos nossos olhos toda a lágrima. O dor que nos assola o peito vai ser banida para sempre. O céu é lugar de gozo e paz, alegria e celebração.
Em quarto lugar, o céu é melhor porque lá veremos a Jesus face a face. No céu entraremos para a festa das bodas do Cordeiro. Essa festa será no melhor lugar, com as melhores companhias, com a melhor música, com as melhores roupas e com a melhores iguarias. Essa festa nunca vai acabar. Exaltaremos pelos séculos dos séculos aquele que nos remiu com seu sangue. Proclamaremos para sempre sua graça. Ergueremos nossa voz para dizer que nosso Deus é digno de receber a honra, a glória e o poder. Lá veremos a Jesus em toda a sua glória e fulgor. Contemplaremos sua face. Prostrar-nos-emos aos seus pés e depositaremos diante dele as nossas coroas!
Em quinto lugar, o céu é melhor porque lá serviremos a Deus com perfeição.O céu não será lugar de ócio. O céu será dinâmico e vibrante. Os servos de Deus o servirão. O céu será lugar de trabalho e realização. Aqui, nosso trabalho para Deus é imperfeito e incompleto. Aqui, nossas obras são maculadas pelo pecado e nossas justiças não passam de trapos. Porém, no céu nossas obras serão deleitosas ao Senhor. Nosso serviço será completo, perfeito e digno daquele nos amou e enviou-nos seu Filho para nos libertar do império das trevas e nos levar para o seu reino de luz. Diante do exposto, faço-lhe uma pergunta importante e urgente: Você já é um cidadão do céu? Está caminhando para o céu? Anseia pelo céu? Lembre-se: Jesus é a porta do céu e o caminho para o céu. Renda-se a ele, agora. Arrependa-se de seus pecados e creia no Filho de Deus. Então, venha e faça parte conosco dessa bendita família que vai morar no céu.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

UM CONVITE E UMA PROMESSA


“Faze com que saibamos como são poucos os dias da 
nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” 
Sl 90.12

Em nossa rotina diária, com tantos afazeres e prazos, pouco paramos para olhar ao redor, rever a direção para onde estamos nos dirigindo e avaliar os nossos passos. Menos ainda para contemplar a natureza, sentir empatia com as pessoas que estão sofrendo bem perto de nós, dirigindo-lhes uma palavra, ou simplesmente dando-lhes um abraço apertado.

Mas, quando somos sacudidos pelas perdas e frustrações, somos obrigados a parar. De tão abalados, sentimos nossos pés se arrastarem pela vida. Entorpecidos, nos vemos em meio a uma névoa que faz com que diminuamos os passos. Então, olhamos ao redor em busca de conforto, de novas forças que nos deem esperança para continuar numa nova direção.

Somos como ovelhinhas, míopes, dependentes e indefesas. Sem o pastor, andamos em círculos, sem propósito ou direção. Por isso precisamos olhar para Jesus pedindo-lhe que nos ajude a dependermos dele a cada passo, para que possamos viver cada dia de maneira útil, completa e sendo de grande bênção para outras vidas.

ORE

Senhor, ensina-me a viver cada dia de modo a ser útil para as pessoas e glorificar o seu nome. Em nome de Jesus, amém.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Decisões além do óbvio


A Bíblia está repleta de iniciativas e decisões que mudaram a vida de pessoas, países e gerações. Algumas foram complexas - como peregrinar por um deserto, empreender uma guerra ou enfrentar um gigante -, outras foram mais simples - como parar ao longo de um caminho para ajudar um homem caído. Foram, porém, decisões transformadoras.
 
Erramos ao pensar que as decisões são tomadas com base em nossa vontade. Apesar de a vontade exercer um papel fundamental em nossas vidas, frequentemente ela não se mostra forte o suficiente para nos guiar em uma decisão acertada e transformadora. Quantas vezes tivemos sincera vontade de fazer algo notadamente de grande importância e não o fizemos? Decisões são mais frequentemente tomadas com base em nossos princípios - aquilo que determina o que cremos, que resume o nosso sentido de vida e nos impulsiona a fazer o improvável.
 
Lucas, no capítulo 10, apresenta-nos quatro personagens distintos na estrada entre Jerusalém e Jericó: um necessitado caído à margem da estrada, um sacerdote, um levita e, por fim, um samaritano. É nesta pequena história que encontramos o reflexo da nossa própria humanidade: virtudes a serem celebradas e o natural engano do coração que nos impede de ver o mundo com os olhos do Pai. 
 
O sacerdote e o levita possuíam uma função para a qual foram chamados. Eram homens separados para o serviço do Reino e ocupados com as coisas do Reino. Possuíam um salário e também um público que esperava que cumprissem suas funções. Eram os homens do culto, das celebrações e das cerimônias religiosas. Estavam, porém, tão absortos no cumprimento da própria agenda que perderam de vista o motivo da vocação. Eles se esqueceram de que pessoas são mais importantes que coisas, que uma alma vale mais que o mundo inteiro. 
 
Em uma sociedade ativista, consumista e hedônica como a nossa, talvez este seja nosso maior desafio: perceber aqueles que estão caídos, enquanto seguimos apressados para o próximo compromisso. Jesus repetidamente ensinou aos seus discípulos que eles deveriam atentar para os órfãos, viúvas, encarcerados, enfermos, famintos, sedentos, excluídos e perdidos. Jesus, com isso, nos ensinou que devemos ter os olhos abertos para os que se encontram nas margens dos caminhos.
 
Não caía bem a um samaritano ajudar um judeu, opressor do seu povo. Seria ele visto como um entreguista, um colaborador do inimigo, ou mesmo um bajulador de Israel? Ajudar o inimigo não lhe traria aplausos. O certo é que ele estava disposto a sacrificar sua reputação tomando esta decisão transformadora: parar e ajudar a figura mais improvável.
 
Facilmente nos impressionamos com histórias, biografias e ministérios que não impressionam a Deus. Isso acontece porque nos comovemos com resultados visíveis, mensuráveis e que geram prestígio, bem como com processos ligados às multidões, holofotes e aplausos.  Parece-me, porém, que no exemplo de Jesus – e do samaritano – o verdadeiro amor do Pai ocorre com frequência em lugares bem menos frequentados. Lugares onde Jesus encontrou um cego próximo a Jericó, uma mulher samaritana ao lado de um poço e um coletor de imposto odiado pelo próprio povo. Deus vê o coração. Talvez estejamos aplaudindo o sacerdote e o levita, que seguiam rápido, provavelmente para um grande culto, mas Deus se agradou do samaritano que parou.
 
Identidade é um elemento que contribui tremendamente para tomada de decisões diárias. Para aquele samaritano, sua história lhe dizia que aquele caído era seu inimigo e que este dia era o momento da revanche. Mas, parece-me que ele possuía uma imagem real de si mesmo, que ia além da história contada pelos seus pais, sua sociedade, seu sobrenome e seu contexto. Ele agiu como alguém que crê que sua identidade é definida por Deus. Ele não se viu naquele dia como um oponente, mas como um ajudador. Não enxergou o homem caído como um estranho distante, mas como o seu próximo.
 
Talvez a sua história lhe diga coisas tristes a seu respeito. Talvez seus pais, amigos, inimigos, os fatos da vida ou seu próprio inconsciente colaborem para construir em você uma autoimagem baixa demais, alta demais, ou simplesmente irreal. A Palavra nos diz, porém, que em Cristo temos uma nova identidade. Somos os amados do Pai, herdeiros com Cristo, vencedores em Deus, sal da terra e luz do mundo, criados para a Sua glória, alvos preferenciais do amor do Eterno. Somos mais que samaritanos opressos, somos filhos de Deus que podem ter os olhos abertos para os caídos ao longo do nosso caminho. A oração a ser repetida a cada dia, neste caso, é justamente esta: Senhor, abra os olhos do meu coração.

Ronaldo Lidório é doutor em antropologia e missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e da Missão AMEM. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.
  • Textos publicados: 2 [ver]

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Resposta


Leitura Bíblica: Deuteronômio 3.23-28 

VERSÍCULO EM DESTAQUE: [O Senhor] "conceda-te o desejo do teu coração e leve a efeito todos os teus planos" (Salmos 20.4).

É muito bom ouvir alguém desejando a nós o que está escrito no versículo em destaque. Queremos que Deus atenda nossa oração, de preferência o mais rápido possível. No texto de hoje vemos que Moisés chegou a implorar a Deus para que o deixasse entrar em Canaã. Mas, como todos sabemos, Deus nem sempre responde às nossas orações como e quando gostaríamos. Moisés acusou o povo, mas sabia que tinha sido desobediente (Números 20.8-12) e Deus estava sendo justo. Mesmo assim, recebeu um privilégio: subir num monte e olhar a terra de longe (Deuteronômio 34). Moisés morreu sem ter realizado seu grande sonho. Deus tinha outros planos: usaria Josué, ajudante do grande líder, para conduzir Israel na conquista de Canaã. 

Deus não é um "gênio da lâmpada" ou um "papai noel" celestial. Ele não precisa atender nossos desejos (aliás, é bom lembrar quem é servo neste relacionamento). Apesar disso, ele é tão bom que às vezes nos permite, tempos depois, realizar aquilo que queríamos. No Novo Testamento, em Mateus 17.1-8, lemos sobre um episódio estranho mas glorioso na vida de Jesus. E quem aparece no "monte da transfiguração"? Moisés! 

Há algumas discussões entre os estudiosos sobre qual seria aquele monte, mas com certeza ele estava localizado na terra conquistada pelos israelitas - na qual Moisés tanto quis entrar. Desta forma, muitos séculos após seu pedido, ele concretizou seu sonho. Lá estava ele, na Terra Prometida que apenas vira de longe, e conversando com o próprio Filho de Deus! A resposta de Deus, mesmo que tardia, foi muito superior ao pedido feito. 

Pensando nisso, devemos ser gratos por todas as respostas às nossas orações. Quando Deus não atende nossos desejos, podemos confiar que ele sabe o que está fazendo e que isso é o melhor para nós e para as pessoas que nos rodeiam. Deus, sendo tão amoroso, talvez esteja reservando boas surpresas para o nosso futuro.

O Pão Diário 2012 (16/08/2012)

Autor: Vanessa Weiler Ribas - Ijuí - RS

domingo, 19 de agosto de 2012

Por que a evangelização é imperativa?



A evangelização não é uma opção, mas um mandamento. A grande comissão foi repetida em todos os Evangelhos e também no livro de Atos. Todos aqueles que foram alcançados pelo evangelho são enviados a compartilhar o evangelho. A evangelização não deve ser apenas um programa da igreja, mas um estilo de vida de todos os crentes. Vamos, agora, analisar algumas razões pelas quais a igreja deve estar engajada na evangelização. 

Em primeiro lugar, porque o homem sem Cristo está perdido. Nenhuma religião pode salvar o homem. Nenhum credo religioso pode reconciliar o homem com Deus. Nenhuma obra feita pelo homem pode atender as demandas da lei de Deus. Do religioso ao ateu e do doutor ao analfabeto, todos os homens estão irremediavelmente perdidos. A Bíblia diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Diz ainda que o salário do pecado é a morte. O homem está morto em seus delitos e pecados e assim como um morto não pode dar vida a si mesmo, um pecador não pode salvar a si mesmo. O nome de Jesus é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é o único Caminho para Deus, a única Porta de entrada no céu, o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é o Salvador do mundo. 

Em segundo lugar, porque o evangelho é a única boa nova de salvação. Há muitas religiões no mundo, cada uma com sua doutrina e sua prática. Todas elas, exceto o Cristianismo, ensinam que o homem deve abrir um caminho da terra para o céu. Mas, a salvação não é uma conquista do homem, mas uma oferta da graça. O céu não é conquistado pelo esforço das obras, mas recebido pela fé em Cristo. O evangelho é a boa nova de que Deus amou o homem não pelos seus méritos, mas apesar de seus deméritos. Amou-o a despeito de ser fraco, ímpio, pecador e inimigo. Amou-o e entregou seu único Filho para morrer pelos seus pecados. O evangelho está centrado não na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez por nós na cruz. O evangelho não aponta para o merecimento humano, mas para a cruz de Cristo, onde o Filho de Deus morreu por nós. O evangelho é o palco onde Deus revela seu amor e sua justiça. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

Em terceiro lugar, porque a evangelização é uma ordem expressa de Deus. A evangelização é uma obra imperativa, intransferível e impostergável. O Senhor Jesus morreu na cruz, ressuscitou dentre os mortos e comissionou a igreja a ir por todo o mundo, levando as boas novas do evangelho a toda criatura. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a todo o mundo. Não podemos nos calar. Não podemos sonegar aos povos o evangelho. Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para pregar o evangelho. Essa é uma missão da igreja. Deus não tem outro método. Cabe-nos levar o evangelho por todos os meios legítimos, em todo o tempo, em todos os lugares, sob todas as circunstâncias. Devemos pregar o evangelho no púlpito e na página. Devemos pregar o evangelho pela mídia e através das redes sociais. Devemos pregar nos lares, nas escolas, nos hospitais, nas instituições públicas, nos templos, nas praças, proclamando que Cristo veio como Pão para a nossa fome, como Água viva para a nossa sede, como Luz para a nossa escuridão, como sacrifício cabal pelos nossos pecados.

Em quarto lugar, porque Deus é glorificado na salvação dos pecadores. O propósito maior da evangelização dos povos é que esses povos todos glorifiquem a Deus e exaltem seu nome. O centro da obra evangelizadora da igreja não é o homem, mas o próprio Deus. Devemos evangelizar para arrebatar os homens do fogo e também porque é ordem de Deus. Mas, sobretudo, devemos evangelizar porque a salvação do perdido traz glória ao nome de Deus. Há júbilo diante dos anjos de Deus, no céu, por um pecador que se arrepende. Os salvos serão, por toda a eternidade, verdadeiros troféus da graça de Deus e, nos salvos, Deus será glorificado para sempre e sempre!

domingo, 12 de agosto de 2012

A (eterna) carta de um pai para sua filha


Encontrei esta preciosidade garimpada do caderninho da minha tia Marline. Ela, talvez com seus 16 a 18 anos, dedicou um caderno às mensagens de outras pessoas. Esta foi a primeira, escrita pelo Vô Benjamim, que tinha então 58 anos. É uma riqueza!
 
Incrível como todo pai e toda mãe perguntam por seus filhos: "O que será deste menino/a?". Mesmo depois de adultos, continuaremos a perguntar isto a respeito de nossos filhos e nossos pais a respeito de nós.
 
Creio que - em certa medida - é esta também a “pergunta” que Deus faz a respeito de cada filho seu. Pois, na verdade, não é tanto uma pergunta, mas uma expressão de suas melhores intenções para com o/as filho/as, uma torcida!
 
Reproduzimos abaixo a carta, que expressa os sentimentos de um pai, pastor, para com sua filha no final da década de 50.
 
Campos dos Goytacazes (RJ), 29 de março de 1958.
 
Marline, minha filha:
 
Uma geração vem, e outra vai...
 
A vida, de madrugada cresce e floresce: à tarde, corta-se e seca, como a erva...
 
Quando me acodem reminiscências da mocidade e da meninice, nos dias de hoje, tenho a impressão nítida de que tudo foi ontem e que ainda sou jovem e menino! Entretanto, a realidade é que já estou no declínio e os filhos estão todos crescidos. Você, agora, é uma moça viva, alegre. Mas irá igualmente pelo caminho da terra. Mais um pouco, sua mãe e eu passaremos. Ficará você. E... provavelmente outra mocinha, minha neta, reservará de outro álbum uma folha, escrevendo, a lápis, lá em cima: “Mamãe”...
 
Eu então estarei no Céu, para onde já foram papai e mamãe e todos os meus irmãos homens. Mas, francamente, teria vontade de, nessa época (se Cristo ainda não tiver voltado, é claro), ressuscitar e vir ver a Terra de novo, se bem que só algumas horas. Sabe para quê? 
 
Para verificar se minha filha é feliz, se anda na vereda do Senhor, se é membro ativo da Igreja, se está casada com homem sinceramente cristão, se educa os filhos no Evangelho de Jesus, se ama e respeita as Escrituras, se perpetua o nome e as tradições dos pais...
 
Cada década, cada guerra, cada revolução, cada descoberta gera no mundo outra mentalidade, outra atmosfera, outra modalidade de pessoa, de sentir, de viver e de julgar. Às vezes de mal a pior. Já é naturalíssimo, por ex., em certos meios cristãos, que a moça fume, frequente bailes, ande com roupas masculinas, e, até, seja impura. Cristo, porém, Marline, é o mesmo ontem, hoje e eternamente; e, se se acabam preconceitos e se alteram costumes e juízos sociais, porque tudo evolui e se modifica, todavia os princípios da moral, decência e os postulados da consciência cristã permanecem insolúveis para aqueles que em comunhão com Jesus, têm “a mente de Cristo”.
 
Este conselho, tome-o para toda a vida: despreze as opiniões alheias, quando consultado o Pai celeste, tiver certeza da Vontade de Deus na sua vida.
 
Benjamim L. S. César


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A incansável busca de Cristo

John Stott

Olhando para trás, por toda uma longa vida, muitas vezes tenho me perguntado o que me levou a Cristo. E, como já disse, não foi minha educação nem minha escolha independente; foi o próprio Cristo batendo à minha porta, chamando-me a atenção para a sua presença do lado de fora.

Ele fez isso de duas maneiras. A primeira foi por do meu sentimento de alienação para com Deus. Eu não era um ateu. Eu cria na existência de Deus — alguém ou alguma coisa em algum lugar, a realidade suprema por trás e além de todos os fenômenos cósmicos —, mas não conseguia encontrá-lo. Eu costumava visitar uma pequena capela escura na escola que frequentava, a fim de ler livros religiosos e recitar orações. Tudo isso não tinha proveito algum; Deus estava distante e afastado, e eu não conseguia penetrar na névoa que parecia envolvê-lo.

A segunda maneira como vi Cristo batendo em minha porta foi pelo meu senso de derrota. Com o idealismo vibrante da juventude, eu tinha uma imagem heroica da pessoa que eu queria ser — altruísta e de espírito público. Mas tinha, ao mesmo tempo, uma imagem clara de quem eu realmente era — malicioso, egoísta e orgulhoso. As duas imagens não combinavam. Eu era uma pessoa com altos ideais, mas sem a mínima disposição de alcançá-los.

Em meio a todo esse sentimento de alienação e fracasso, o Estranho à porta continuava batendo, até que o pregador que mencionei no início deste capítulo [um pregador falando sobre a pergunta de Pilatos: “o que farei com Jesus, chamado Cristo?”] lançou luz sobre o meu dilema. Ele falou da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Explicou que Cristo havia morrido para tornar a minha alienação em reconciliação, e havia ressuscitado dos mortos para tornar a minha derrota em vitória. A correspondência entre a minha necessidade subjetiva e a oferta objetiva de Cristo parecia muito próxima para ser uma coincidência. As batidas de Cristo em minha porta tornaram-se mais altas e mais insistentes. Eu abri a porta ou ele a abriu? De fato eu a abri, mas somente a sua persistência tornou isso possível e até mesmo inevitável.

Eu contei a você a minha história e me pergunto como é a sua. Jesus nos assegura em suas parábolas que, quer estejamos conscientemente buscando a Deus, quer não, ele com certeza está nos buscando. Cristo é como uma mulher que varre a sua casa em busca de uma moeda perdida; é como um pastor que se arrisca nos perigos do deserto em busca de apenas uma ovelha que se perdeu; e é como um pai que sente saudades de seu filho pródigo e deixa que ele experimente as amarguras de seus desatinos, mas que está pronto, a todo momento, para correr e encontrá-lo, e dar-lhe as boas-vindas de volta ao lar.

Estou convencido de que em algum momento de nossa vida sentimos o cutucão de Jesus Cristo e o ouvimos bater na porta, embora não reconheçamos o que aconteceu. Há muitas maneiras diferentes como ele nos busca, nos persegue e nos adverte quando estamos no caminho errado, seguindo na direção equivocada.

Pode ser por meio de um sentimento de culpa e vergonha, quando lembramos de algo que pensamos, dissemos ou fizemos e ficamos horrorizados com as profundezas de depravação nas quais somos capazes de afundar. Ou pode ser por meio da fossa escura da depressão, ou do vazio do desespero existencial, no qual nada faz sentido e tudo é absurdo. Ou, ainda, pode ser pelo medo da morte e do julgamento depois dela.

Podemos positivamente, de tempos e tempos, ficar maravilhados com o delicado equilíbrio da natureza, ou com algo maravilhoso para o ouvido, os olhos ou o toque. Ou, ainda, podemos experimentar o êxtase do amor imerecido ou a dor aguda do amor não-correspondido, porque sabemos instintivamente que o amor é a maior de todas as coisas no mundo. É em momentos como esses que Jesus Cristo se achega a nós e usa a sua mão para bater à porta ou para cutucar.

Se nos tornarmos cientes da incansável busca de Cristo, desistirmos de tentar escapar dele e nos entregarmos ao abraço desse “amante tremendo”, não haverá espaço para ostentação em relação àquilo que fazemos, mas somente para uma profunda ação de graças por sua graça e misericórdia, e para a firme resolução de passar o tempo e a eternidade a seu serviço.

Nota:
Texto retirado do capítulo 01 do livro Por que sou cristão. John Stott faleceu aos 90 anos no dia 27 de julho de 2011, exatamente há um ano.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A supremacia das Escrituras



Deus existe e ele se revelou. Revelou-se de forma multiforme: por meio da criação, através da consciência, nas Sagradas Escrituras e sobretudo, por meio de Jesus. Por isso, podemos conhecê-lo. Tudo quanto Deus quis que o homem soubesse a seu respeito está patente nas Escrituras. Devemos examiná-las, porque elas testificam acerca de Deus. Uma pergunta, porém, precisa ser feita: as Escrituras são confiáveis? Podemos ter garantia de que seu conteúdo é inerrante e infalível? As Escrituras são suficientes para termos uma fé madura e uma vida abundante? Para responder a essas perguntas, vamos considerar três verdades: 

Em primeiro lugar, as Escrituras são inerrantes quanto ao seu conteúdo. As Escrituras não contêm erros. A Palavra de Deus não pode falhar. Seu conteúdo foi revelado por Deus. Seus autores foram inspirados por Deus. Seu registro foi assistido pelo Espírito Santo de Deus. Portanto, há acuracidade nas descrições, precisão nos relatos e inerrância nos ensinos. A Palavra de Deus não é fruto da lucubração humana nem mesmo resultado de elucidação vacilante da mente humana. A origem da Bíblia está no céu. Seu verdadeiro autor, o Espírito Santo, foi quem inspirou homens santos para registrar tudo quanto aprouve a Deus nos legar. A Bíblia foi escrita num período de mil e cem anos. Cerca de quarenta homens usados por Deus, de culturas diferentes, escreveram em tempos diferentes, para públicos diferentes e não há sequer uma contradição. Isso, porque o próprio Deus é o seu autor. Porque Deus é verdadeiro em seu ser, sua Palavra não pode falhar.

Em segundo lugar, as Escrituras são infalíveis em suas profecias. As profecias bíblicas são específicas, exatas, e muito bem definidas. Milhares de profecias já se cumpriram e tantas outras estão se cumprindo literal e fielmente. Nenhum livro religioso da história se compara à Bíblia neste particular. Se colocássemos o cumprimento das profecias no campo da coincidência, isso daria um número semelhante a dez elevado à décima sétima potência. A probabilidade de você cobrir todo o Estado do Espírito Santo com moedas, com uma camada de um metro, e marcar uma dessas moedas, esperando que um homem cego a encontre, é a mesma das profecias bíblicas terem se cumprido por uma mera consciência. Muitos críticos, arrotando uma sapiência arrogante, tentaram desacreditar a Bíblia, mas seus argumentos insolentes caíram no pó do esquecimento e a Bíblia, sobranceira e vitoriosamente, triunfa vitoriosa. A Bíblia é a bigorna de Deus que quebra todos os martelos dos críticos. 

Em terceiro lugar, as Escrituras são suficientes quanto à doutrina e vida. Não precisamos de outras revelações extra bíblicas para conhecermos tudo quanto Deus quer que saibamos para termos uma vida plena. Aliás, Deus lança uma maldição sobre aqueles que subtraem das Escrituras o que nelas estão e sobre aqueles que acrescentam a elas o que nelas não estão. A Bíblia tem uma capa ulterior. A revelação de Deus está completa e o cânon está fechado. Não existem novas revelações. Não existem mensagens novas, vindas direto de Deus, à sua igreja. As igrejas apostólicas hoje não são aquelas que nomeiam novos supostos apóstolos, trazendo novas doutrinas forâneas às Escrituras, mas aquelas que seguem a doutrina dos apóstolos. Toda doutrina que não emana das Escrituras é falsa doutrina. Toda ética que não está calçada pela verdade das Escrituras produz um comportamento reprovável. Não precisamos correr atrás das últimas novidades do mercado da fé, em busca de conhecimento e experiência que nos levem à uma vida mais profunda com Deus. Ao contrário, devemos examinar as Escrituras, pois na Palavra de Deus temos um reservatório inesgotável e uma fonte inexaurível de todo acervo que devemos crer e praticar. A Bíblia é, de fato, nossa única regra de fé e prática: inerrante, infalível e suficiente!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Exemplo


Leitura Bíblica: Mateus 23.1-7;13 

VERSÍCULO EM DESTAQUE : Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam (Mateus 23.3)

Quando estudamos o Novo Testamento, conhecemos um grupo de pessoas que era considerado o mais religioso de sua época: os mestres da lei e fariseus. Eles conheciam muito bem a Lei de Moisés. Se alguém tivesse alguma dúvida sobre religião, poderia consultá-los e teria sua resposta. Seu ensino era admirável - Jesus recomendou que fosse ouvido e seguido. Por que, então, Jesus condena esse grupo, como lemos hoje? 

Eles conheciam a Palavra de Deus, mas não a praticavam. Sabiam muito bem apontar os erros dos outros - é só ler as passagens em que Jesus faz algo no sábado, como uma cura, para vê-los por perto acusando-o de não ser um bom religioso. Gostavam de enfatizar os "não pode" de sua religião, deixando de lado o grande amor de Deus e sua misericórdia. Colocavam um grande peso nos outros, que eles mesmos não estavam dispostos a carregar. Com isso, ao invés de levar as pessoas a Deus, afastavam-nas dele (v.13). Eles tinham e ensinavam uma religião, não um relacionamento com Deus. 

Se não tomarmos cuidado, vamos agir hoje como os fariseus e mestres da lei. É mais fácil conhecer a Bíblia do que praticá-la, e ainda assim aparentar uma santidade que não existe. Como as pessoas não conseguem ver nossas motivações e sentimentos, podemos representar, como eles faziam. Podemos impor aos outros uma série de proibições, dificultando seu relacionamento com Deus, ao invés de ensinar sobre a graça e o perdão. Como eles, também podemos buscar mais a aprovação dos homens do que a de Deus, fazendo de tudo para chegar a posições elevadas em nosso meio. Se agirmos assim, somo religiosos - não servos de Deus. 

Examine sua vida. Você pode dizer aos outros "Faça o que eu digo e faço" - ou sua vida não condiz com aquilo que você ensina? Se for preciso, peça a Deus para transformar sua vida, tornando-o exemplar tanto em palavras quanto em ações.

Proceder bem não é questão de esforço, mas de viver com Deus
 
Autor: Vanessa Weiler RIbas - Ijuí - RS

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Competência e Eficácia


Por Ronaldo Lidório

Ao observar o universo cristão sob o ângulo da missão, seja na formalidade de um ministério definido ou na informalidade de um serviço diário, percebe-se claramente a necessidade de equilíbrio entre competência e eficácia.
“Competência” é a capacidade adquirida em alguma área. Isto é, capacidade para aprender uma língua, estudar uma cultura, liderar uma equipe, evangelizar um grupo, coordenar um projeto social ou plantar uma igreja. Não é a ação em si, mas a aptidão de agir. A competência é reconhecida pelos que estão ao redor, produz segurança e transmite credibilidade.
Já a “eficácia” é a capacidade transformada em ação. Enquanto a competência está enraizada na capacidade, a eficácia é demonstrada na realização. Ela está presente, especialmente, em processos mais objetivos, proativos e simplificados. Podemos pensar que “competente” é quem sabe o que está fazendo e “eficaz” é aquele que dá conta do recado.
Há também quem diga que a distância entre a competência e a eficácia é a mesma entre o engenheiro e o construtor. Precisamos de ambas, ou melhor, de um equilíbrio entre as duas forças. A competência nos direciona à aptidão para um trabalho sério, bem embasado e com conhecimento de causa. Eficácia nos leva para a reta final, para a produção, ajuda-nos na objetividade e na manutenção do foco de nosso trabalho.
Observando a caminhada da Igreja brasileira e sua relação com a missão, sinto certo temor ao perceber os dois extremos, igualmente danosos. Competência sem eficácia gera especialistas, mestres e doutores das áreas de conhecimento da missão, porém sem iniciativas aplicadas aos que sofrem, desconhecem o Evangelho ou necessitam de pastoreio. Eficácia sem competência gera ações pragmáticas, desmedidas e, mesmo, antibíblicas, que mais espalham do que juntam. 
Destino estas próximas linhas àqueles que se encontram na segunda categoria [competência sem eficácia] por entender que é um perigo mais iminente em nossos círculos. Enquanto valorizamos de forma exclusivista o conhecimento e as respostas em detrimento das relações e iniciativas, corremos o risco de nos perder nas questões “de meio”. O perigo é chegarmos ao final de uma temporada com muito conhecimento, mas pouca aplicação.  Muita compreensão, mas pouca produção. Com mais competência que eficácia.
É rotineiro observar que assuntos de menor importância, ou pouco associados ao nosso alvo maior, ganhem o centro do palco de nosso dia a dia, o que pode nos levar à frustração de vida e ministério em algum ponto.
Devemos sempre relembrar a pergunta chave: qual o presente objetivo de minha vida e ministério? A resposta deve nos conduzir de volta ao essencial. Paulo entendia que a finalidade da igreja era a glória de Deus e a sua prioridade era proclamar Cristo onde não havia sido anunciado. Estes são os grandes alvos. Ao longo da estrada estes alvos maiores se traduzem em objetivos temporários como o testemunho na família, o discipulado de um irmão, a colaboração no orfanato, a ajuda ao que está caído ao longo do caminho ou a busca por uma vida mais santa.  Neste caso é importante que nos perguntemos se as práticas associadas a estes objetivos estão no centro do palco da nossa vida. E para saber localizar o assunto no palco você pode seguir esta pista: o que consome o seu tempo, energia e dinheiro é o que está no centro do palco?
Gosto de observar missionários. Ouvi-los contando suas histórias e ver como agem nos campos. Há algum tempo, tivemos a oportunidade de trabalhar com aproximadamente 30 missionários que atuam em áreas desafiadoras do norte da Índia. Não tenho dúvida: os que conseguem equilibrar a competência e eficácia completam a carreira olhando com mais alegria para trás. Esses aproveitam a oportunidade para conhecer as estratégias, técnicas, política, língua, cultura e vida em equipe, mas ao mesmo tempo não se deixam amarrar com as questões “de meio”. Correm para a realização dos objetivos prioritários. Os que não equilibram tendem a se frustrar, seja por conhecimento sem prática ou prática sem conhecimento.
É preciso simplificar nossos pensamentos e dias para caminharmos bem, tendo em mente, de forma clara, qual o presente objetivo do Senhor para cada um de nós, na estrada que trilhamos. Pensemos em uma pequena equipe que chegou a Nova Deli para trabalhar com crianças dalit. Se pela manhã estudam a estratégia para o trabalho com as crianças abandonadas, preparam o material e conduzem o treinamento necessário, e pela tarde e noite estão nas ruas conversando com essas crianças e conduzindo-as a um abrigo e a Jesus, está clara e abençoada a conciliação entre competência e eficácia. É simples assim.
Que o Senhor nos ajude a sempre equilibrar a balança em nossas vidas e nos livre de correr atrás do vento. Coloquemos no centro do palco aquilo que, para o Senhor, é mais valioso.

Ronaldo Lidório é doutor em antropologia e missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e da Missão AMEM. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Perdão, a cura para os relacionamentos feridos




O perdão é o melhor remédio para a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a alforria do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato de misericórdia e manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E isso, por várias razões: 

1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros. Nós não somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao redor. 

2. O perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus. Quem é receptáculo do perdão precisa transformar-se em canal do perdão. Aqueles que retêm o perdão ao próximo fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe uma pessoa salva que não tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os perdoados. Logo, é impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos perdoar assim como fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também perdoar uns aos outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido por Deus, não temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida com Deus era impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados por mérito, mas por graça. Perdão não é reivindicação de direito, mas o clamor solícito da misericórdia. 

3. O perdão é necessário porque por meio dele restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas. O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo. 

4. O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que nutre mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é autodestruição. Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma.