"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



sábado, 27 de dezembro de 2014

Não tem vaga

Leitura Bíblica: Lucas 2: 1-7

Eis que estou a porta e bato (Ap. 3:20)

Numa cidade do interior seria encenada, por ocasião do Natal, uma peça sobre o nascimento de Jesus. Paulo, um rapaz com pouca experiência em teatro, teria uma pequena, mas importante participação. Sua fala era de apenas uma frase. Quando José e Maria batessem à porta da hospedaria, ele os atenderia dizendo: "Não tem vaga, vão embora". Paulo ensaiou bastante e não queria fazer feio. Durante os ensaios, ficou impressionado como o fato de Jesus ter nascido num lugar nada confortável por não haver vaga para seus pais na hospedaria.

O dia chegou e a encenação foi iniciada. Quando Maria e José se aproximaram da porta onde estava Paulo, o coração dele batia forte. José bateu e Paulo abriu a porta. José explicou que sua esposa estava grávida, não tinham onde ficar e já não aguentavam mais caminhar para procurar abrigo. Paulo disse em tom decidido: "Não tenho vaga, vão embora". No entanto, ele não bateu a porta como havia ensaiado. Ficou observando José e Maria partindo, abatidos. De repente, gritou: "Esperem, podem ficar com o meu quarto!" Alguns pensaram que Paulo tinha estragado tudo, mas a maioria dos espectadores levantou-se e aplaudiu. Foi a melhor peça de Natal já apresentada naquela cidade em todos os tempos.

No texto de hoje, lemos que Maria e José foram rejeitados em sua busca por um lugar onde pudessem descansar. Por falta de opções, foram parar num local que provavelmente servia de abrigo para animais e foi ali que nasceu o Filho de Deus. Esse fato é histórico e não pode ser mudado. No entanto, hoje podemos impedir que a rejeição se repita em nossas vidas. Jesus bate à porta de nosso corações, não mais para nascer, mas para morar em nossa vida. Podemos dizer para Jesus que temos lugar, ou podemos convidá-lo a entrar para ficar em nossa vida para sempre. Você já fez isto? Ou no seu coração também não há vaga?

Natal de verdade é quando Jesus encontra lugar para morar em nossa vida.

Presente Diário nº 17 - Por Helmuth Scholl, Curitiba - PR    


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Obediência que traz livramentos

Por Maurício Jordão
Texto base: Números 25: 1-18

Os Filhos de Israel, segundo as ordenanças de Deus, comeriam do melhor da terra que lhes fora prometida, desde que O obedecessem. Uma das advertências era a de que quando da incursão à terra prometida, o povo de Deus não se envolvesse com as filhas daqueles povos, com o fim de que não pecassem e se prostituíssem adorando os seus deuses. O falso profeta Baal, depois de não conseguir seu intento no episódio em que foi literalmente contratado pelos moabitas a profetizar contra o povo de Deus como o fim de que perdessem uma batalha (Num. 22; 23 e 24), observou que esse era o caminho para que a ira de Deus se acendesse contra o Seu povo.

As mulheres moabitas, incitaram o povo a se inclinar a seus deuses. Deus então se irou contra o povo por meio de uma praga e ordenou a Moisés que os cabeças das tribos de Israel tomassem os insurgentes, sendo provavelmente seus próprios parentes, e os enforcassem. Contudo, eles amaram mais aos seus do que a Deus e o povo continuou a pecar contra Deus. 

A narrativa bíblica conta que Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, transpassou com sua lança um casal composto de um israelita cujo nome era Zinri e de uma midianita cujo nome era Cosbi que cometia torpeza diante dos olhos dos filhos de Israel, cessando assim a ira de Deus. 

Jesus Cristo disse que devemos amar mais a Deus do que nossos pais, filhos e cônjuges. Muitas vezes compactuamos com práticas ilícitas que destoam do caminho que Deus preparou para nós, seja por amor aos nossos, seja para sermos aceitos. Não podemos tomar o arado e olharmos para trás. Não devemos tomar a forma deste mundo tenebroso, relativizado, sem o devido temor de Deus na Sua verdade. Somos advertidos a sermos brandos, esgotarmos as possibilidades com amabilidade e paciência. Enquanto depender de nós, devemos ter paz uns com os outros, perdoar-nos uns aos outros no temor do Senhor. 

Contudo, há situações em que a firmeza e a rigidez são necessárias, tanto no trato com o nosso próximo quanto na firmeza de atos e atitudes no que se refere a nossa esperança e nossa convicção dentro do que preconiza a nossa regra única, infalível, inerrante e imutável de fé e prática que é a Palavra de Deus, e Jesus Cristo que é o modelo a ser seguido como estilo de vida em amor e perseverança. 

As pessoas estão cansadas de ouvir aquilo que não vêm. Não vivemos aquilo que pregamos. Faz-se necessário um comprometimento vivo da Igreja no que se refere ao seu chamado. Pois, nossa batalha sem fim, se dá contra hortas do mal, invisíveis, astutas, perspicazes e traiçoeiras. Não lutamos contra nossos iguais. E para vencermos esta batalha, é necessário que nos utilizemos de todos os artefatos que compõem a armadura de Deus. Não com armas carnais, mas espirituais no poder de Deus. 

Que tenhamos a mesma atitude obediente de Finéias, que não se deixou levar pelas circunstâncias adversas e tão somente agiu em obediência a Deus desviando assim Sua ira. Por isso, disse Deus a Moises: “Finéias, filho de Eliazar, filho de Arão, o sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel” (v. 11). Que Deus nos conceda toda Sua misericórdia!      

sábado, 19 de julho de 2014

Quando a Igreja é Revestida com o Poder do Espírito Santo


A igreja depende do Espírito Santo. É o Espírito Santo quem aplica a obra da redenção no coração dos pecadores. É impossível haver sequer um convertido sem a obra do Espírito Santo. Charles Spurgeon diz que é mais fácil crer que um leão tornar-se-á um vegetariano do que acreditar que um só pecador seja regenerado sem a obra do Espírito Santo. O livro de Atos, nos capítulos 1 e 2 nos fala sobre quatro verdades fundamentais acerca do Espírito Santo.


Em primeiro lugar, a promessa do Espírito Santo (At 1.4-8). Jesus determinou os discípulos a não saírem de Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai (At 1.4), o batismo com o Espírito Santo (At 1.5). Esse batismo seria também um revestimento de poder (Lc 24.49). Os discípulos, ainda influenciados por uma visão provinciana e política do reino de Deus, perguntaram a Jesus se seria nessa época que o reino seria restaurado a Israel. Jesus não alimenta as idéias messiânicas distorcidas deles e retoma o tema da promessa do Espírito, dizendo: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Essa promessa que se cumpriu no dia de Pentecostes é a mesma profetizada por Joel (Jl 2.28) e Isaías (Is 44.3-5).

Em segundo lugar, a busca do Espírito Santo (At 1.14). Os discípulos não aguardaram a promessa do Espírito Santo passivos, mas em oração. Os cento e vinte discípulos, entre eles os apóstolos, Maria, bem como seus outros filhos oraram durante dez dias após a ascensão de Cristo. Ao fim desse tempo, o Espírito Santo foi derramado sobre eles. Essa oração no cenáculo teve três características: primeiro, ela foi abrangente: todos eles estavam comprometidos com a busca do Espírito Santo; segundo, ela foi perseverante: todos eles perseveram em oração, sem esmorecer; terceiro, ela foi unânime, ou seja, todos tinham um só objetivo, uma só motivação, a busca do Espírito Santo. Houve unanimidade e concordância na oração. Em todos eles havia o mesmo sentimento.

Em terceiro lugar, o derramamento do Espírito Santo (At 2.1-41). No dia do Pentecostes, dez dias depois da ascensão de Cristo e da oração incessante da igreja, o Espírito Santo foi derramado. Todos os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo. Aqueles que já tinham o Espírito Santo, pois eram convertidos, agora são cheios do Espírito Santo e revestidos com poder para testemunhar. O Espírito Santo desce sobre eles em línguas como de fogo e como um vento impetuoso e todos começam a falar as grandezas de Deus. Uma multidão se ajunta curiosa e cheia de ceticismo (At 2.12), preconceito (At 2.7) e zombaria (At 2.13). Embora o milagre tenha atraído a multidão, foi a pregação da palavra de Deus que compungiu o coração do povo e naquela manhã cerca de três mil pessoas foram convertidas a Cristo. Pedro pregou um sermão Cristocêntrico, tratando da morte, ressurreição, ascensão e senhorio de Cristo. Oração e pregação, no poder do Espírito, tornaram-se as marcas da igreja. A partir daí, aqueles que até então estavam trancados com medo dos judeus, são trancados nas prisões por falta de medo. Aqueles que se acovardaram diante dos perigos, agora enfrentam açoites, prisões e até mesmo a morte com galhardia.

Em quarto lugar, a vida cheia do Espírito Santo (At 2.42-47). Depois que a igreja ficou cheia do Espírito Santo sua vida refletiu isso e o mundo foi impactado. A plenitude do Espírito foi percebida através da firmeza na doutrina dos apóstolos, do engajamento na oração, da comunhão fraternal, da adoração fervorosa e do testemunho irrepreensível. Uma igreja cheia do Espírito tem bom testemunho dos de dentro e também dos de fora. Ela cresce em conhecimento e também em graça. Ela tem a simpatia dos homens e a aprovação de Deus. Ela cresce em santidade e também em números. Ela é embaixadora de Deus na terra e também promove festa no céu.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Quem Pratica o que Sabe é Feliz



“Ora, se sabeis estas coisas, 
bem-aventurados sois se as praticardes.” 
Jo 13.17

A contradição é uma marca inequívoca do Século 21. Ela é vista em todos os segmentos da sociedade contemporânea. Diante disso, a igreja não está imune a tal paradoxo. Hoje, vivemos um momento histórico de muita inconsistência entre aquilo que se fala e aquilo que se faz. Estamos no apogeu da crise da separação entre a ortodoxia e a ortopraxia. A ilha da incoerência tem separado a doutrina da prática, a fé da obra, a graça da ética.

Existe um divórcio sem paralelo, nunca visto na história da igreja, entre o conhecimento e a prática. Atualmente, o mundo contemporâneo é o mundo dos paradoxos. As ações são contraditórias e as atitudes são ambíguas. O saber tem sido um tipo de poder muito distante do fazer. O saber sem prática depõe contra a nossa cosmovisão cristã. Não adie o casamento do conhecimento com a prática. Procure comprovar aquilo que você conhece por intermédio daquilo que faz.

Precisamos autenticar a nossa ortodoxia com a nossa ortopraxia. O saber bíblico só tem relevância quando é praticado. A verdadeira felicidade não tem como alicerce o acúmulo de conhecimento. Você tem colocado o seu conhecimento numa dimensão concreta da vida? Como posso ser feliz? De acordo com Cristo, felizes são aqueles que praticam aquilo que sabem.


Referência para leitura: João 13.1-38

domingo, 20 de abril de 2014

Jesus, o intérprete de Deus

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão do seu Ser (Hb. 1.3a)

O Filho de Deus vestiu-se de pele humana. Em Jesus o mistério da encarnação trouxe Deus para dentro de nossa história. Jesus é o intérprete de Deus, a exegese de Deus, o Verbo de Deus. Ele mesmo é Deus. Ele e o Pai são um. quem vê a Jesus, vê ao Pai. O apóstolo João escreve: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo. 1.1). Disse mais: Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou (v. 18). Jesus é o intérprete de Deus porque possui os mesmos atributos da divindade. No princípio o Verbo já existia. O verbo não teve início. Ele é o Pai da eternidade. Na verdade todas as coisas vieram a existir por meio d'Ele. Todas as coisas forma feitas por intermédio d'Ele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez. (v. 3). O Verbo de Deus é eterno. Ele está fora do tempo e além do tempo. Ele é transcendente sem deixar de ser imanente.. Possui não apenas o atributo da eternidade, mas também de onipotência, uma vez que foi o agente da criação. Do nada, tudo criou. Criou os mundos estelares, o vastíssimo e insondável universo com sus bilhões de estrelas. Aquela criança deitada na manjedoura em Belém é o maior mistério da história, a própria encarnação da divindade. Jesus é Deus entre nós. É o Emanuel!

Gotas de consolo PARA A ALMA
Pr. Hernandes Dias Lopes    

sábado, 25 de janeiro de 2014

Pregar o Evangelho não é meio de vida

Por Sergio Lira

Alguns meses atrás, assisti uma reportagem do gênero “trágico-cômico”. Um repórter em São Paulo decidiu abrir uma igreja. Dirigiu-se à praça da Sé e, admirado com a facilidade de um homem que lá pregava, decidiu contratá-lo como “pastoral-trainner”. Pasmem! O pregador aceitou a proposta e lhe orientou como se vestir, o que deveria saber da Bíblia, como usar a voz e até o levou para um pastor que o orientou nos “detalhes comerciais”, inclusive na escolha do nome da igreja. A conversa foi sórdida e diabólica, pois o repórter disse que queria uma igreja com o nome: “Gaviões fiéis do Senhor” e o suposto pastor respondeu: “Não dá. Esse nome é ruim. Com ele você não vai atrair para a sua igreja torcedores de outros times…”.
Estou consciente que o propósito da reportagem era expor ao ridículo o evangelicalismo que hoje se espalha pelo Brasil, fazendo mercado da fé. Este tipo de mercantilismo é muito fácil de ser identificado, porém, de igual forma, tenho visto outro tipo de “negócio da fé” ganhar espaço dentro da igreja, atingindo membros, líderes, obreiros e também pastores. Para soar de forma aceitável, mui frequentemente a prática recebe o nome agradável de “bênção”. Sim, eu estou falando de dinheiro como fator de decisão, como objetivo de vida que se disfarça de múltiplas maneiras, tentando enganar qualquer crente que se deixe atrair pela busca do ter. Com propósito de trazer uma reflexão sobre o assunto à luz da palavra de Deus, abordo alguns aspectos como ponto de partida para reflexões mais detalhas e pessoais.
1. A pregação do evangelho não é uma simples questão de informar outra pessoa
Antes de mergulhar na questão propriamente dita do dinheiro, julgo mais importante expor que a tarefa missionária de anunciar a Cristo não é a simples transmissão de conhecimento de uma pessoa para outra. O evangelho (literalmente: boas notícias que merecem divulgação) não é apenas divulgar o que está escrito sobre Jesus. O evangelho é o próprio Jesus, Emanuel, Deus conosco. O apóstolo João registrou nove afirmações de Jesus acerca de sua ação salvadora, precedida da expressão: “Eu sou” (O Messias – 4.26; O Pão da vida – 6.35; A Luz do mundo – 8.12; Deus – 8.24,58; A porta – 10.7; O bom Pastor – Jo 10.11; A ressurreição e a vida – 11.25; O caminho, a verdade e a vida – Jo 14.6; A videira verdadeira – Jo 15.1). Outros textos dos evangelhos deixam bem claro que o encontro com Jesus era sempre impactado ou transformador. Costumo dizer que ninguém que se encontra com Jesus é a mesma pessoa mais. Muito, muito mais que uma notícia, o anúncio do evangelho traz consigo a manifestação do poder de Deus. Jesus mostrou isso ao revelar a vida particular da mulher samaritana (Jo 4.16-18). A aplicação pelo Espírito Santo da mensagem de salvação pela fé em Jesus tira vidas do inferno e as coloca no céu (Jo 5.24; Cl 1.13). O próprio Deus concedeu poder aos crentes para pregarem o evangelho e o Espírito Santo concede autoridade sobrenatural para os servos de Cristo testemunharem (At 1.8). O reino de trevas pode tentar atrapalhar a pregação do evangelho, mas não tem poder para impedi-la, nem muito menos superar a autoridade que Cristo concedeu aos seus filhos (Mt 28.18).
Leia mais aqui na Ultimatoonline.
_______________
Sérgio Paulo Ribeiro Lyra é pastor e coordenador do Consórcio Presbiteriano para Ações Missionárias no Interior.  Autor de Cidades do Interior (Ultimato/Betel) e “Cidades para a Glória de Deus” (Visão Mundial). É missiólogo e professor do Seminário Presbiteriano em Recife (PE).