"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



terça-feira, 29 de dezembro de 2009

NATAL, A BOA NOVA DE GRANDE ALEGRIA



José e Maria não encontraram lugar em Belém. A cidade estava lotada e as hospedarias indisponíveis. A hora de Jesus nascer havia chegado, e por não ter encontrado espaço entre os homens para nascer, nasceu numa estrebaria, um abrigo de animais. O Filho de Deus, o Rei dos reis não nasceu num palácio, mas numa manjedoura. Aquele que é o criador e dono do mundo não nasceu num berço de ouro, mas num berço de palha. Aquele que dirige os céus e a terra e cujo governo está sob seus ombros esvaziou-se e tornou-se um infante. Naquela noite em Belém, nasceu o Sol da justiça. O anjo de Deus desceu do céu e anunciou aos pastores que guardavam seus rebanhos: "Não temais, eis que vos trago boa nova de grande alegria: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2.11). A mensagem natalina que vem do céu tem sua centralidade não nos anjos nem em Maria, mas em Jesus. Três verdades são aqui destacadas:

1. Jesus é o Salvador - "... é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador..." (Lc 2.11). Duas verdades sublimes saltam aos nossos olhos aqui. A primeira delas é que Deus cumpre a sua Palavra. Jesus deveria nascer em Belém, a cidade de Davi. Para isso Deus moveu todo o império romano, a fim de que um recenseamento fosse feito. Com isso, a jovem Maria que estava grávida em Nazaré, na Galiléia, subiu para as montanhas de Belém, na Judéia, porque José era belemita e deveria alistar-se em sua cidade natal. A Palavra de Deus não pode falhar. A profecia deveria se cumprir. A segunda verdade é que Jesus foi anunciado pelo anjo como o Salvador. Ele recebeu o nome de Jesus exatamente porque veio para salvar o seu povo de seus pecados. Ele nos salva não pelo seu exemplo nem pelos seus ensinos, mas pela sua morte. Ele nasceu para morrer. Ele nasceu como sacrifício. Ele nasceu como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele nasceu como nosso substituto. Ele carregou em seu corpo o nosso pecado. Ele deu sua vida por nós. Ele foi ferido e traspassado pelas nossas iniquidades, a fim de recebermos o dom da vida eterna.

2. Jesus é o Cristo - "... que é Cristo..." (Lc 2.11). O Salvador é o Cristo. Ele é o Messias prometido. Sua vinda não foi acidental. Sua vinda não foi de improviso. Sua vinda foi planejada na eternidade e prometida na história. Os patriarcas falaram de sua vinda. As profecias apontaram para a sua vida. Todo o Velho Testamento foi uma preparação para a sua vinda. Os sacrifícios no tabernáculo e no templo eram sombras do seu sacrifício perfeito. O Messias é o centro da eternidade. É o centro da Bíblia. É o centro da história. Ele é a figura central nos decretos de Deus. Ele é a figura central da igreja. Ele é a figura central no céu. Tudo é dele, por meio dele e para ele. Ele é o Alfa e o Ômega da redenção. Todas as coisas do tempo e da eternidade convergem para ele. Todas as coisas nele subsistem. Ele é o Cristo, o Messias, o desejado de todas as nações.

3. Jesus é o Senhor - "... o Senhor" (Lc 2.11). Jesus é o Salvador, o Messias e também o Senhor. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Todos os poderes do universo estão sob seu governo. Ele está à destra de Deus Pai e tem o livro da história em suas onipotentes mãos. Ele governa as nações e reina sobranceiro e absoluto sobre sua igreja. Ele recebeu o nome que é sobre todo o nome e diante dele todo joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra. Aquela criança que nasceu em Belém tem o cetro do universo. Ele é maior do que César. Ele é maior do que os reis deste mundo. Ele é o soberano do universo. Diante dele todos os reis precisam se dobrar. Aos seus pés todos precisam depositar suas coroas. Precisamos conhecer o Jesus do Natal. Ele é o Salvador do mundo. Ele é o Messias de Deus. Ele é o Senhor do universo. Ele tem as rédeas da história em suas mãos.




quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

AS RIQUEZAS INFINITAS DE CRISTO

por João Calvino



Sem o evangelho tudo é inútil e vão; sem o evangelho não somos cristãos; sem o evangelho toda riqueza é pobreza; toda sabedoria, loucura diante de Deus; toda força, fraqueza; e toda a justiça humana jaz sob a condenação de Deus.


Mas pelo conhecimento do evangelho somos feitos filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo, compatriotas dos santos, cidadãos do Reino do Céu, herdeiros de Deus com Jesus Cristo, por meio de quem os pobres são enriquecidos; os fracos, fortalecidos; os néscios, feitos sábios; os pecadores, justificados; os solitários, confortados; os duvidosos, assegurados; e os escravos, libertados.


O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Assim, tudo o que poderíamos pensar ou desejar deve ser achado somente neste mesmo Jesus Cristo. Pois ele foi vendido para nos comprar de volta; preso para nos libertar; condenado para nos absolver.


Ele foi feito maldição para nossa bênção; ofertado pelo pecado para nossa justificação; desfigurado para nos tornar belos; ele morreu pela nossa vida para que, por seu intermédio, o furor converta-se em mansidão; a ira seja apaziguada; as trevas tornem-se luz; o temor, reafirmação; o desprezo seja desprezado; o débito, cancelado; o labor, aliviado; a tristeza convertida em júbilo; a desdita, em felicidade; as emboscadas sejam reveladas; os ataques, atacados; a violência, rechaçada; o combate, combatido; a guerra, guerreada; a vingança, vingada; o tormento, atormentado; o abismo, tragado pelo abismo; o inferno, trespassado; a morte, assassinada; a mortalidade convertida em imortalidade.


Resumindo, a misericórdia tragou toda a miséria; e a bondade, toda a infelicidade.


Porque todas essas coisas, que deveriam ser as armas do mal na batalha contra nós, e o aguilhão da morte a nos trespassar, transformam-se em provações que podemos converter em nosso benefício.


Se podemos exultar com o apóstolo, dizendo, Ó inferno, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? É porque, pelo Espírito de Cristo prometido aos eleitos, já não somos nós quem vive, mas é Cristo quem vive em nós; e, pelo mesmo Espírito, estamos assentados entre aqueles que estão no céu, de modo que, para nós, o mundo já não conta, mesmo que ainda coexistamos nele; mas em tudo estamos contentados, independentemente de país, lugar, condição, vestimentas, alimento e todas essas coisas.


E, portanto, somos consolados na tribulação, nos alegramos no infortúnio, glorificamos quando vituperados, temos abundância na pobreza, somos aquecidos na nudez, pacientes entre os maus, vivos na morte.


Eis, em síntese, o que deveríamos buscar em toda a Escritura: conhecer verdadeiramente Jesus Cristo e as riquezas infinitas compreendidas nele, as quais nos são ofertadas nele por Deus, o Pai.



sábado, 19 de dezembro de 2009

O Natal à luz da Palavra de Deus




Sabemos que o Natal se tornou, ao longo dos anos, um instrumento de manipulação para satisfazer aos mais variados desejos e ambições do homem e de uma sociedade sem Deus.
O Natal tem sido celebrado nos moldes pagãos, os mais aviltantes, por gente que não ama o Senhor e até mes mo por grupos que se dizem cristãos.
Não importa o que eles fazem. O Natal é a celebração do nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Embora não tenhamos na Bíblia a data de seu nascimento e os homens tenham convencionado várias datas, ao longo da história, como 02 de janeiro, 18 de abril, 19 de abril, 20 de maio e 25 de dezembro, optou-se pela última, exatamente porque coincidia com os festivais pagãos que celebravam o solstício de inverno. 
Isso é bom ou ruim? Bem, mesmo sabendo que alguns costumes pagãos foram absorvidos pelos cristãos na celebração do Natal, para atraí-los, não se deu ênfase ao deus-sol dos pagãos, mas ao Sol da Justiça profeti zado por Malaquias, para substituir o enfoque pagão: “Mas para vós outros que temeis o meu nome, nascerá o Sol da Justiça trazendo salvação nas suas asas”. (Ml 4.2).
Quando o cristianismo foi se espalhando por toda a Europa, foi as similando vários costumes pagãos de seus festivais de inverno, como árvore de Natal e outros, porém, novos costu mes foram criados, como o Presépio e os belos hinos de Natal.
Em vista desses fatos, alguns líde res eclesiásticos têm sido contrários à celebração do Natal ao longo da história, como Calvino, John Knox, os puritanos e outros. Porém, alguns reformadores e a maioria dos protestantes defendem as comemorações do Natal, dando ênfase à encarnação do verbo, doutrina da maior importância, porque revela o amor de Deus no plano da salvação.
Do início do século XX para cá o Natal tem sido celebrado quase que universalmente, com a expansão do cristianismo nos países da África, Ásia e da América Latina, incluindo alguns costumes e idéias incorporados por suas culturas respectivas, conforme nos informa O. G. Oliver Jr. na Enciclopé dia Histórico-Teológica.
À vista desses fatos, creio que nossa atitude não deve ser a de ignorar e excluir de nossas igrejas, a comemora ção do natal, mas buscar uma celebração que enfoque a pessoa de Jesus Cristo, Nosso Senhor, que nasceu em Belém, trazendo ao mundo a mensagem glorio sa da salvação, da justiça e da paz.
Não importa a invenção das datas, não importa o que outros fazem, não importa o erro doutrinário de outras igrejas. O que importa, de verdade, é a pessoa de Jesus Cristo ocupar o primei ro lugar em nossa vida, nossa família e na igreja que a Ele pertence.
Esta é a mensagem que devemos proclamar ao mundo, na celebração do Natal, para que as pessoas se conver tam e entreguem, de uma vez e para sempre, suas vidas a Jesus. Como diz Paulo em Gl 4. 4-5: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”.



segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O FIM DE TODAS AS COISAS





1 João 2:28; 3:3

O objetivo de nossa jornada neste mundo é sermos moldados à imagem de nosso Salvador, Jesus Cristo. Pouco a pouco, Deus tira lascas de nossa personalidade que interferem em mostrar a personalidade de Cristo. Como um ourives que refina um metal precioso até atingir a pureza que o permite ver o próprio rosto no metal, o senhor também nos refina para que Ele possa ver o Seu reflexo em nossas vidas de forma completa. Que milagre!

O apostolo João nos diz que, quando Cristo aparecer seremos semelhantes a Ele, como o veremos em sua glória. Paulo nos lembra que esta similaridade vai além da personalidade parecida com Cristo, incluindo até mesmo nosso aspecto físico. “Cristo transformará nosso corpo mortal e fará com que ele fique igual ao Seu corpo glorioso”. (Fil. 3:21)

Alguns de nós lutamos com a fragilidade física. Nossos corpos não fazem o que desejamos. Até mesmo alguns exercícios espirituais exigem certa aptidão física. Não podemos servir aos outros como gostaríamos. Nossas mentes vagam e não conseguimos raciocinar com clareza. Hoje, vamos viver na alegria da esperança pela ressurreição. Estamos sendo transformados de gloria em gloria.

Texto extraído do devocionário Clique Paz da LPC.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

JESUS: O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA



Era a última semana do ministério de Jesus. A cidade de Jerusalém estava fervilhando de peregrinos. A festa da Páscoa havia chegado mais uma vez. O sinédrio judaico, já havia contratado testemunhas falsas para acusar a Jesus. Judas, movido pela ganância, já o havia vendido e aguardava o momento de entregá-lo. É nesse clima tenso que Jesus se reúne com os discípulos no Cenáculo e ministra ao coração deles uma palavra de esperança e consolo. Descortina diante dos olhos desses homens aflitos seu propósito de preparar para eles um lugar na Casa do Pai, revelando-lhes que eles já sabiam o caminho para onde iria. Tomé, o patrono do ceticismo, retruca incontinente: "Senhor, não sabemos para onde vais, como saber o caminho?" (Jo 14.5). Jesus, então, lhe responde: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). Jesus faz uma auto-apresentação assaz significativa neste texto. O que na verdade, ele estava dizendo?

1. Jesus é o caminho para Deus - Jesus não é um dentre muitos outros caminhos. Ele é o único caminho. O cristianismo não lida com uma fé inclusivista. Jesus foi absolutamente exclusivista. Não existem atalhos para Deus. Não existem outras rotas que conduzem o homem ao céu. A expressão popular que proclama que toda religião é boa e todos os caminhos levam a Deus é uma mentira deslavada. A Bíblia diz que há caminhos que parecem direito ao homem, mas no final são caminhos de morte. Jesus é o único caminho que leva o homem a Deus. Jesus é a única porta do céu. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. Jesus é o único Salvador do mundo. Procurar ir a Deus por meio de outros mediadores é tomar um caminho largo que conduz à ruína. Abraçar uma religião que nega a exclusividade de Cristo como o único caminho para Deus é entrar por uma estrada cujo destino final é a perdição eterna.

2. Jesus é a verdade que ilumina a mente - Jesus não é um enganador. Ele não é um farsário. Ele é cheio de graça e de verdade. Ele não apenas viveu a verdade e pregou a verdade. Ele é a própria verdade. A verdade não é relativa como apregoam alguns nem flácida como pensam outros. A verdade é objetiva, translúcida e absoluta. A verdade é Jesus. Ele não é uma dentre muitas verdades. Ele não é uma divindade no panteão de muitas outras divindades. Ele não é uma das teorias dentre muitas outras propostas religiosas. Jesus é a única verdade capaz de encher nossa mente de luz e aquecer nosso coração com sólida segurança. Jesus não é uma verdade descoberta pelo homem, mas revelada por Deus. Nós o conhecemos não pelo esforço da destreza mental. Nós o conhecemos porque ele se revelou, porque ele se fez carne, porque ele tabernaculou-se entre nós cheio de graça e de verdade.

3. Jesus é a vida que satisfaz - Jesus é a vida, pois ele é a fonte da vida física e espiritual. O pecado separou o homem de Deus e o matou espiritualmente. O homem sem Deus está morto nos seus delitos e pecados. O homem sem Deus não tem apetite pelas coisas espirituais. Ele está cego para as coisas lá do alto. Seu coração está endurecido e rebelado contra Deus. O homem sem Deus é escravo do pecado, do mundo, da carne e do diabo. Ele se alimenta de cinzas e caminha para a morte eterna, porém, somente Cristo pode salvá-lo. Jesus é quem dá a vida e ele é a vida. Nenhuma religião pode tirar o homem da morte espiritual. Nenhum ritual pode levantá-lo da sepultura existencial. Somente Jesus tem a vida. Somente Jesus concede a vida. E somente Jesus é a vida. O homem busca razão para a vida em muitas fontes. Mas todas essas fontes são poluídas. O homem procura prazer na bebida, na riqueza, no sexo e no sucesso, mas o fim dessa linha é desgosto e insatisfação. Jesus, e só ele é a vida que satisfaz. Ele oferece vida e vida em abundância a todos aqueles que nele crêem.


Rev. Hernandes Dias Lopes




sábado, 5 de dezembro de 2009

Fechado para balanço





Na linguagem contábil, balanço é uma exposição pormenorizada do ativo e passivo de uma empresa comercial ou industrial; é a verificação da receita e da despesa. Ou seja, é verificar quanto se tem de mercadorias ou matéria prima, bens e direitos, quanto se tem de dívida, para se apurar a situação da empresa. Isso é geralmente realizado no fim de cada exercício fiscal.
Quando pensamos em nossa vida, o fim do ano é tempo de olhar para trás, para o que passou, trazer à memória os acontecimentos, refletir sobre as lições, analisar o que deu certo, e o que não deu tão certo, o que precisa ser ajustado, mudado ou até mesmo abolido! E a partir disso projetar ações futuras. Podemos chamar isso também de balanço!
Normalmente, para se realizar este balanço, nós precisamos nos voltar para nós mesmos, investindo em momentos de reflexão, oração, análise do que passou e do momento atual!
Quando lemos a oração de Moisés, “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Sl 90.12), aprendemos algumas atitudes quanto ao balanço espiritual da jornada. 
Primeiro encontramos um convite: olhar para o que passou e para o que virá. O salmista quer aprender a considerar seus dias, considerar o seu tempo de vida, o que viveu e o que viverá. Ele entende que existe a necessidade de olhar para dentro e ao redor, refletindo sobre: motivações, ações, reações, posturas, covardias, coragens, desafios. Olhar para o que passou nos ajuda a entender e a nos prepararmos para o presente e futuro! Considerar o que passou, fortalece-nos para projetar e enfrentar o que virá! A Bíblia nos orienta a fazer planos. Analisar e calcular. “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” – “Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil?” - Lc 14.28, 31
O segundo aspecto é buscar conhecimento pelo ensino de Deus, pois não basta somente olhar para dentro e ao redor; é necessário buscarmos forças, orientação e direção n’Ele! Essa é a oração de Moisés! Jesus nos ensinou que sem ele nada podemos fazer (Jo 15.5) e Jó também nos ajuda: “Com Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento” Jó 12.3. E mais, temos a certeza de que “se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus.” Pv 2.4,5. Sabe por quê? “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.” Pv 2.6. Somente Deus pode dar este conhecimento, pois Ele é que dá a vida, Ele a escreveu (Sl 90.10), determinou (Sl 139.16) e a controla (Sl 91.16; Is 38.5).
O terceiro aspecto a ser observado neste momento de balanço é o seu obje­tivo último: trabalhar para alcançar um coração conforme a vontade de Deus para a Sua Glória. O nosso objetivo em analisar o que se passou é alcançar um coração conforme a vontade de Deus! Queremos saber e andar conforme a Sua vontade! Queremos viver com intensidade para Ele! Queremos ter nosso intelecto, sentimentos e toda nossa vontade submissos, direcionados, orientados por Sua Sabedoria! Queremos nos parecer com a pessoa de Jesus! Colocar-se em posição de balanço visa buscar sabedoria para viver para Deus! Jesus nos ensinou: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.” João 6.27
A oração de Moisés é para que Deus: ensine, dê conhecimento a Seu povo ao numerar e considerar os acontecimentos da vida, de forma que isso os leve a ter uma mente, sentimentos e uma vontade de acordo com desígnio de Deus, temendo-O e conhecendo-O e tudo para Sua glória!
É tempo de ficar sozinho e em oração. É momento de olhar para os acontecimentos que passaram (tirando lições importantíssimas), buscar o co­nhecimento que vem do Pai Celeste, (pois nada fazemos distante d’Ele) para alcançarmos um coração, uma vida cristã, uma espiritualidade que nos faça parecer com a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo! (pois nosso alvo é viver para Sua Glória).
O chamado é para refletir e planejar!
Como Igreja de Cristo, temos grandes desafios em 2010! Como discípulo de Jesus você tem grandes desafios para 2010! Como pai, mãe, filho, filha, irmã, irmão, parente, gente de Deus, criatura de Deus, você tem grandes desafios para 2010!
Que tal revisar o que aconteceu em 2009, examinar seus próprios sentimentos e motivações, e planejar a caminhada para 2010 sob o olhar amoroso, misericordioso e gracioso de nosso Deus?




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Reino de Deus como foco da oração




Na pastoral do último domingo afirmamos que a chave espiritual para que haja uma renovação espiritual do cristão, da família e da igreja é a oração que mantém seu foco nos valores do Reino de Deus. Vimos que, embora as situações e detalhes de renovo espiritual na história do povo de Deus diferem em cada contexto, à luz do livro de Juízes, o clamor do povo de Deus é um fator recorrente. Trata-se de um único fator universal, não negociável e sempre presente em todo avivamento. Esse elemento é a intensidade de oração comunitária e confiança no Senhor. O que caracteriza essa intensidade de oração? 
Antes de tudo, a oração que tem o Reino como referência caracteriza-se pelo foco na presença e na glória de Deus. Jack Miller (in memorian), pastor presbiteriano e professor de seminário, falou sobre a diferença entre reuniões de oração de manutenção e reuniões de oração de frente. Em seu conceito, oração de manutenção é pequena, mecânica e gira totalmente em torno das necessidades das pessoas presentes. Já a oração de frente tem três traços básicos: a) ela é um clamor à graça de Deus para a confissão de pecados e busca de humildade; b) ela é um clamor para a compaixão e o cuidado para o desenvolvimento da vida da igreja; c) ela é a expressão de um desejo de aprofundar o conhecimento de Deus, em busca da sua direção, vontade e glória. 
Quando observamos as orações por avivamento no livro de Atos, capítulo 4, Êxodo, capítulo 33, ou em Neemias, capítulo 1, encontramos esses três elementos da oração. Veja, por exemplo, em Atos 4, que os discípulos, que sofriam ameaças de morte, não pediram ajuda ou proteção para si mesmos, nem por seus familiares, mas somente para que permaneces sem firmes na missão de proclamar o evangelho. Quando esses elementos estão presentes em nossa oração, fica claro que o foco da oração é a glória de Deus. Deus sempre responde a esse tipo de oração. 
Outro aspecto importante da oração que se centraliza no Reino de Deus é que ela é voltada para a vida corporativa da igreja. No livro de Êxodo, capítulo 33, Moisés pede a Deus para que a Sua presença fosse realidade na vida do seu povo. Ele diz ao Senhor: “A tua presença é que mostrará que somos diferentes dos outros povos da terra” (v. 16 – NTLH). Qual foi o motivo dessa oração? Moisés queria que a presença de Deus distinguisse Israel das outras nações. Esta é uma oração de sentido comunitário e não individual. Trata-se da busca da presença de Deus para o coletivo e não para o individual. Esse tipo de oração é feita para que a glória e a beleza de Deus se tornem realidades visíveis dentro da comunidade do povo de Deus, sendo experimentadas por homens, mulheres e crianças. É uma oração que procura impactar as nações pela evidência do poder radiante de Deus na vida de uma comunidade e não somente em uma pessoa. Assim, esta presença na vida do povo de Deus seria um sinal do reino futuro do Senhor para todas as nações. Da mesma forma, em nossos dias, a igreja é conclamada a clamar pela presença de Deus em sua vida e assim ser sinal visível de um novo tempo, anunciando a eternidade do Reino de Cristo. 
Finalmente, a oração que enfoca o Reino de Deus é feita comunitariamente. Não se trata apenas de orações individuais. Não é simplesmente uma oração feita para a comunidade, mas em comunidade. Quanto mais olha mos para a história do povo de Deus, mais vemos que movimentos divinos de renovação acontecem associados a cristãos que oram juntos. Muitas vezes, o cristão costuma pensar acerca da oração como um meio para responder a necessidades pessoais, des­conhecendo a importância da oração em comunidade. É minha esperança que sejamos cada vez mais intensos e intencionais nesse caminho de oração a fim de experimentarmos juntos a renovação que acompanha esse tipo de ação na oração. 
            Concluo essa pastoral destacando a citação de George Otis, fundador e presidente de uma missão cristã dedicada a motivar a vida de oração na igreja, que diz: “Não é suficiente simplesmente desejar transformação, ou esperar que Deus vá inserir nossa comunidade em Seu itinerário de avivamento. Se transformação espiritual é para ser uma realidade em nossa vida, então a esperança deve dar es paço à fé e ao compromisso.” 
Isso é uma questão de fé, não de triunfalismo! O sentido da vida de oração é criar espaços internos e externos que procurem estimular em nós, a nossa sede por Deus.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Salvação.

Por Maurício Jordão de Souza


Salmo 62
“A minha alma espera somente em Deus; dEle vem a minha salvação. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa, não serei grandemente abalado. Até quando maquinareis o mal contra um homem? Sereis mortos todos vós, sereis como uma parede encurvada e uma sebe pouco segura. Eles somente consultam como o hão de derribar da sua excelência; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas nas suas entranhas maldizem. (Selá). Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dEle vem a minha esperança. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei abalado. Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus. Confiai nEle, ó povo, em todos os tempos; derramai perante Ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. (Selá). Certamente que os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de ordem elevada são mentira; pesados em balanças, eles juntos são mais leves do que a vaidade. Não confies na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus. A ti também Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra.” 

Muitos pensam que para sermos salvos é apenas necessário que sejamos bons, piedosos, honestos e até mesmo pertencermos a uma denominação religiosa, pois se acredita que Deus está em todas as religiões. Ledo engano! É necessário saber que estávamos destinados à ira de Deus, afastados dEle pelo pecado, mortos em nosso delitos e pecados, e, quando da plenitude da obra de Deus Pai, quem nos resgatou da morte eterna foi Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador com sua morte sacrificial de maneira eficaz, cabal e definitiva. Jesus é o único capaz de refazer o elo que havia sido quebrado.

Religião deriva do termo latino “Re-ligare”, que significa “religação” com Deus, por tanto, a denominação religiosa que não tem como intercessor ou “religador” o nosso Senhor Cristo Jesus, não deve ser tida como sendo de fato uma religião verdadeira. “porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,” (I Timóteo 2:5). De Deus vem a nossa salvação! 

As boas obras que praticamos por nossos esforços, normalmente nos enchem de orgulho e fatalmente levam-nos a nos vangloriarmos diante de nossos semelhantes. Tais obras, para Deus são como “trapos de imundícia”, pois não há mérito nenhum em nós que nos habilite a nada diante de Deus. Somos miseráveis pecadores! “Não há um justo, nem um sequer... Não Há quem faça o bem, não há nem um só” (Romanos 3:10-12). Somente aqueles que buscam a Deus através de um relacionamento íntimo, sincero e verdadeiro: “pois importa que aqueles que o adorem, o façam em espírito e em verdade” (João 4:23), através de Jesus Cristo, sendo esses os verdadeiros adoradores de Deus, serão salvos.

O Pastor Alejandro Bullon em seu livro “Conhecer Jesus é Tudo“, diz que assim como Jesus cristo esmagou a cabeça da serpente, a partir do novo nascimento, devemos esmagar a cabeça do velho homem mortificando-o aos poucos. Como fazemos isso? Deixando de alimentá-lo. E como o alimentamos? Todas as vezes que damos ênfase às coisas do mundo, às vaidades que nos influenciavam antes de nos tornarmos novas criaturas. O pecado normalmente vem através das concupiscências da carne e dos olhos, da soberba da vida e do curso desse mundo.

É necessário que busquemos, diante de nossas escolhas, fazê-las da forma que o nosso Senhor e Salvador faria. Devemos ser semelhantes a Ele, é assim que alimentamos a nova criatura. Nossa inclinação é para o pecado, na maioria das vezes somos incapazes de fazer tais escolhas.  Tudo que é feito por fé, estribado, alicerçado na Palavra de Deus, é santo, é puro. O que não se faz por fé é pecado! Necessitamos constantemente da misericórdia de Deus!    

Em Cristo Jesus, somos novas criaturas em processo franco e ininterrupto de santificação, “criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10), para Sua honra e glória!. Assim também “como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos irrepreensíveis diante dEle em caridade (amor)” (Efésios 1:4).

A árvore da vida que havia sido protegida por querubins no âmbito da Trindade no Edem quando da queda do homem, hoje está disponível. Essa árvore é Jesus! Vinde e se alimentem! Pois Ele Disse: “eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”. (João 10:10). 


Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria, Solo Christi.    

sábado, 14 de novembro de 2009

Justificação pela fé: fora de moda?



Benjamim B. Warfield
Às vezes nos é dito que a Justificação pela Fé está "fora de moda", obsoleta. Seria uma pena se fosse verdade. Isso significaria que o caminho da salvação estaria fechado e "nenhuma passagem" estaria "pregada sobre as barreiras". Não há nenhuma justificação para pecadores a não ser pela fé. As obras de um pecador serão sempre, é claro, tão pecaminosas quanto ele mesmo, e nada exceto a condenação pode ser construído sobre elas. Então onde poderia ele conseguir obras nas quais pudesse fundamentar a sua esperança de justificação, exceto em algum Outro? A sua esperança de Justificação, lembre-se, é de ser declarado íntegro diante de Deus. Será que Deus poderia declará-lo íntegro sem ser com base em obras que são, elas mesmas, íntegras? Onde um pecador poderá arrumar obras que são íntegras? Seguramente, não em si mesmo; afinal, não se trata ele de um pecador, e todas as suas obras tão pecaminosas quanto ele? Ele precisa, então, sair de si mesmo e encontrar obras que ele possa oferecer a Deus como justas. E onde ele poderá encontrar tais obras se não em Cristo? Ou como fará ele com que elas passem a ser suas a não ser pela fé em Cristo?


Justificação pela Fé, portanto, não é oposta à justificação através de obras. Só há contradição com a justificação por nossas Próprias obras. É uma justificação pelas obras de Cristo. A questão inteira, conseqüentemente, é se nós podemos esperar ser recebidos no favor de Deus com base no que nós fazemos, ou apenas com base no que Cristo fez por nós. Se nós esperamos ser recebidos com base no que nós mesmos fazemos - isso é chamado Justificação por Obras. Se o nosso fundamento é o que Cristo fez por nós - isso é o que significa Justificação por Fé. Justificação por Fé significa, portanto, que nós olhamos para Cristo e para ele somente em busca de salvação, e vamos a Deus alegando que a morte e a retidão de Cristo são a base da nossa esperança de sermos recebidos no favor dEle. Se a Justificação por Fé tornou-se obsoleta, isso significa, então, que a salvação em Cristo está obsoleta. Não há nada a se fazer, se for assim, a não ser que cada homem faça o melhor que puder para se salvar.
"A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar."
Portanto, Justificação por Fé não significa "salvação por acreditar em certas coisas" em vez de "salvação por fazer o que é certo". Significa pleitear os méritos de Cristo perante o trono da graça em vez de nossos próprios méritos. Pode ser correto acreditar em certas coisas, e fazer coisas certas certamente é certo. A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar. Adão, antes da queda, tinha seus próprios méritos, e porque ele os tinha ele era, em si mesmo, aceitável a Deus. Ele não precisava de Outro para se interpor entre ele e Deus, cujos méritos ele pudesse pleitear. E, por isso, não havia nenhuma conversa sobre ele ser Justificado por Fé. Mas nós não somos como Adão antes da queda; nós somos pecadores e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Se nós tivermos que ser justificados, terá que ser com base nos méritos de Outro, cujos méritos possam ser feitos nossos pela fé. E foi por isso que Deus enviou seu Único Filho para que todo que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. Se nós não crermos nele, obviamente teremos que perecer. Mas se nós acreditarmos nele, nós não morreremos, mas teremos a vida eterna. Isso é tão somente a Justificação pela Fé. Justificação pela Fé não é nada mais, nada menos, do que obter a vida eterna crendo em Cristo. Se a Justificação por Fé está obsoleta, então a salvação em Cristo está obsoleta. E como não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre homens, pelo qual devamos ser salvos, se a salvação em Cristo está obsoleta então obsoleta  está a própria salvação. Seguramente, em um mundo cheio de pecadores precisando de salvação, isso seria uma grande pena.
Fonte: Extraído do site Reformation INK

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reforma ou Reavivamento: O que a Igreja Precisa?

Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto*

Porque a Covenant Protestant Reformed Church tem falado contra a ênfase
atual sobre reavivamento, existem aqueles que crêem que temos “negado
nossa herança reavivalista”. Desejamos colocar as coisas de uma maneira
correta.

Concordaríamos com muitos que a igreja visível atual está numa triste
condição, despedaçada, fraca e sem compromisso. Mas não cremos que um
reavivamento, como esse é comumente entendido, seja a resposta.

Não temos objeção à palavra “reavivamento”, visto que é usada na
Escritura. Cremos, portanto, que o tipo de reavivamento que a maioria das
pessoas quer, e ora a favor, não é o tipo de reavivamento sobre o qual a
Escritura fala. Nem cremos que a idéia popular de reavivamento seja o tipo de
coisa que a igreja necessite hoje.

Cremos nisso porque uma palavra que aparece em toda conversa sobre
reavivamento é a palavra “extraordinário”. O reavivamento em si, de acordo
com todos que falam dele, é algo extraordinário e envolve números
extraordinários de conversões, manifestações extraordinárias do Espírito, etc.

O que a igreja necessita não é algo extraordinário, mas coisas bem
ordinárias (ordinárias, pelo menos até onde diz respeito a Palavra de Deus).
Antes de a igreja orar por números extraordinários de conversões, ela precisa
fazer a obra ordinária de cuidar e ensinar os membros que já possui. Isso
raramente é feito.

Antes de pensarmos em dons extraordinários do Espírito, precisamos
ter os dons ordinários do Espírito, um viver cristão piedoso (Gl. 5:22-26),
ensinar e pregar todo o conselho de Deus (Atos 20:27), ter um governo de
igreja bíblico (não por um homem, mas por presbíteros) e uma adoração
bíblica (João 4:24). Essas coisas estão tristemente ausentes na igreja.

Tal retorno às coisas ordinárias da Escritura (na verdade, não tão
ordinárias), preferimos chamar de “reforma”, não “reavivamento”, embora
não divagaremos sobre palavras.

A grande Reforma Protestante do século dezesseis foi uma verdadeira
reforma nesse sentido. Foi um retorno às Escrituras, às doutrinas da Escritura,
à pregação e ensino de todas as verdades da Escritura, ao governo de igreja
bíblico, à disciplina e adoração.

Essas e muitas outras coisas “ordinárias”, desesperadamente necessárias
para a igreja, estão faltando. As crianças da igreja não são instruídas, a
adoração em família é algo esquecido. A observância do Dia do Senhor
desapareceu quase completamente. Onde a igreja tem presbíteros, eles são
freqüentemente ignorantes quanto ao seu chamado e a eleição de presbíteros
em muitos casos é pouco mais que competição de popularidade, ou uma
questão de política. A adoração é grandemente uma questão de formalismo. A
disciplina eclesiástica está totalmente ausente. A pregação degenera-se em
comentário político ou num chamado à ação social. Muitas doutrinas da
Escritura estão quase inteiramente esquecidas.

Daremos apenas um exemplo doutrinário do que queremos dizer: entre
muitas outras coisas, a Reforma do século dezesseis foi um retorno à grande
doutrina bíblica da justificação pela fé somente, sem obras. Essa doutrina não
somente é raramente pregada hoje, mas dificilmente encontramos um cristão
em dez que possa ao menos explicar o que ela significa. Todavia, é um
entendimento dessa verdade que leva à paz com Deus por meio de Jesus
Cristo (Rm. 5:1). Assim se dá com muitas outras doutrinas.

Cremos que o interesse atual em reavivamento é apenas um desejo por
um “reparador instantâneo” dos problemas da igreja, quando o que é
realmente necessário é a obra árdua de fazer as coisas ordinárias às quais a
Palavra de Deus chama a igreja. Essa obra pertence tanto aos oficiais, como
aos membros da igreja. Mediante tal obra a igreja será reformada e renovada,
assim como o foi há quase 500 anos. Sem ela, não há esperança para a igreja.
Possa Deus em sua misericórdia concedê-la!


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