Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre O SERMÃO DO MONTE, contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato. Abordando sua essência, o autor alega que apesar do fato de algumas pessoas dizerem viver segundo o Sermão do Monte, é possível que elas nunca o tenham lido. Porém a reação mais comum oposta – são muitos os que falam que o Sermão do Monte é um belo ideal, mas totalmente inaplicável, sendo inalcançável. Tolstoi, em certo sentido, combinou essas reações. Por um lado, ansiava por ver o sermão do monte praticado, enquanto, por outro, reconhecia seus fracassos pessoais.
Na sua essência, o Sermão do Monte (que, provavelmente, tenha sido mais um tipo de curso de verão estendido do que uma simples pregação) foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. ”Não sejam iguais a eles”, disse Ele (MT 6.8). O Reino que Ele proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, Ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho dele.
“Tenham o cuidado de não praticar suas “obras de justiça” diante dos outros para serem vistos por eles.” (Mateus 6.1)
Jesus evidentemente presumiu que seus discípulos se engajariam nas práticas comuns da doação, da oração e do jejum, pois esse trio de obrigações religiosas expressa nossa obrigação para com Deus (oração), os outros (doação) e conosco (jejum). Os três parágrafos no início do capítulo 6 de Mateus seguem um padrão idêntico. Por meio de uma ilustração vívida e espirituosa, Jesus pinta m quadro de hipócritas que praticam sua piedade diante dos homens a fim de serem aplaudidos por eles. Se você fizer isso, diz Ele, terá recebido sua recompensa por completo, a saber, o aplauso que tanto deseja. Ao contrário, pratique sua piedade em segredo, pois assim se Pai celestial que vê em secreto irálhe recompensar.
O primeiro exemplo de Jesus é a doação. Ele retrata um fariseu pomposo a caminho de fazer sua doação. Diante dele marcham os tocadores de trombeta, conduzindo uma fanfarra, ansioso por juntar uma platéia, pois o hipócrita é um ator envolvido em uma apresentação teatral. Ao contrário, não deixe que sua mão esquerda saiba aquilo que a direita está fazendo. Ou seja, não devemos nem sequer estar constrangidos a ofertar, ponderando sobre a doação com espírito de vanglória.
O segundo exemplo de Jesus é a oração. Não devemos fazer alarde de nossos hábitos de oração, mas devemos entrar em nosso quarto, fechar a porta e orar ao nosso Pai em secreto. Nada destrói mais a oração que olhares de soslaio para espectadores humanos, do mesmo modo que nada a enriquece mais que um sentimento de que Deus está ouvindo. Nosso Pai nos recompensará – não com alguma recompensa inadequada, mas com aquilo que mais desejamos, a saber, o acessa à Sua presença.
O terceiro exemplo de Jesus é o jejum, que Ele desencorajou em Seus discípulos. A Bíblia sugere que o jejum não dever ser uma prática isolada, mas deve estar associada ao arrependimento, à autodisciplina, à preocupação com os famintos, e a tempos específicos de oração para necessidades especiais. Quando jejuamos, não devemos aparentar tristeza ou desfigurarmos nossos rostos, mas aparentarmos normalidade, de modo que ninguém suspeite que estejamos jejuando.
O contraste é gritante. A piedade farisaica é ostentadora, motivada pela vaidade e recompensa pelos homens; a piedade cristã é secreta, motivada pela humildade e recompensada por Deus.
Para saber mais: Mateus 6.1-18
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