"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Série OSermão do Monte parte 3 - Cristo e a lei

Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre O SERMÃO DO MONTE, contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato. Abordando sua essência, o autor alega que apesar do fato de algumas pessoas dizerem viver segundo o Sermão do Monte, é possível que elas nunca o tenham lido. Porém a reação mais comum oposta – são muitos os que falam que o Sermão do Monte é um belo ideal, mas totalmente inaplicável, sendo inalcançável. Tolstoi, em certo sentido, combinou essas reações. Por um lado, ansiava por ver o sermão do monte praticado, enquanto, por outro, reconhecia seus fracassos pessoais.

Na sua essência, o Sermão do Monte (que, provavelmente, tenha sido mais um tipo de curso de verão estendido do que uma simples pregação) foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. ”Não sejam iguais a eles”, disse Ele (MT 6.8). O Reino que Ele proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, Ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho dele.


As pessoas ficaram muito impressionadas com a autoridade de Jesus. “O que é isso?” eles perguntavam. “Um novo ensino!” Em particular, perguntavam qual era a relação entre a sua autoridade e a autoridade da lei de Moisés.

Para essa pergunta, expressa ou não, Jesus dá agora uma resposta definitiva. Ele havia vindo não para abolir o Antigo Testamento, mas para cumpri-lo. Ou seja, veio aperfeiçoá-lo, obedecer a ele e fornecer seu verdadeiro significado, pois ele tem uma validade permanente. Em conseqüência disso, a importância no reino de Deus seria medida pela obediência à Lei. Jesus continuou: “Se a justiça de vocês não for superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus” (v. 20). Quando ouviram isso, os discípulos devem ter ficado confusos, pois os escribas e fariseus eram as pessoas mais corretas sobre a terra. Como observamos, eles haviam calculado que o Antigo Testamento continha 248 mandamentos e 365 permissões, e eles afirmavam guardar todos. Como poderiam os discípulos de Jesus ser mais corretos que as pessoas mais corretas do planeta? O enigma não é difícil de resolver. A justiça cristã é maior que a justiça farisaica porque é mais profunda – é uma justiça do coração.

O restante do capítulo 5 de Mateus consiste em seis parágrafos paralelos, cada um deles contendo uma antítese, introduzida pela fórmula: “ouviram o que foi dito... mas Eu lhes digo”. Com que Jesus está se contrastando? Muitos comentaristas têm sustentado que Jesus está se contrapondo a Moisés. Mas, definitivamente, não é isso, por duas razões no mínimo. Primeira, a expressão que Jesus usava quando citava a Escritura era: “Está escrito”; a expressão “foi dito” introduzia uma tradição oral, não escrita na Escritura. Segunda, Jesus acabara de afirmar, em termos inequívocos, a autoridade duradoura da Escritura (V. 17-18); é inconcebível que, imediatamente depois, Ele contradissesse a Escritura e, desse modo, a si mesmo. Não! Ele endossava a Escritura, insistia em sua autoridade, e dava a ela seu verdadeiro significado, como veremos amanhã (próxima parte).

Para saber mais: Mateus 5.17-20

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