"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



terça-feira, 11 de setembro de 2018

“Aprendam comigo”

Por Klênia Fassoni
Para seguir a Jesus é preciso que o conheçamos. E é importante que o conheçamos por nós mesmos, direto da fonte – e não apenas pelo que os outros nos transmitiram. Isso nos ajuda a tirar anos de poeira e tradição e também os modismos.

Quem é Jesus? Para muitos a interrogação ainda persiste. O próprio Jesus questionou seus discípulos: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?”. Foi Pedro – iluminado pelo Espírito – que disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.15-16), declaração feita antes da transfiguração, quando ouviria do próprio Deus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt 17.5). 

Uma boa forma de aprender mais sobre o Jesus das Escrituras é ler atenta e seguidamente os Evangelhos. Comece por Marcos, destacando todos os verbos que se relacionam ao sujeito Jesus. Depois, passe para João, destacando todas as palavras que Jesus disse. Você verá: o que Jesus fez, como agiu, o que viu, o que sentiu, por onde e com quem andou, o que e com quem falou, o que ensinou, a quem elogiou e a quem confrontou, com quem dividiu a mesa, a quem abençoou com cura e alívio, a quem resistiu ou condenou, como e quando demonstrou poder, o que lhe provocou tristeza ou dor ou raiva, com o que se ocupou, como usou o tempo de que dispunha, como orou, quais foram as suas lealdades e prioridades. Você aprenderá sobre Jesus não só por tudo que fez, mas também por tudo que ele deixou de fazer, não só pelo que ele disse, mas também pelo seu silêncio.

Você perceberá que algumas vezes Jesus foi claro na ordem para imitá-lo: como no lava-pés (“Façam como eu fiz”, Jo 13.15), na oração dominical (“Vocês, orem assim”, Mt 6.9), na prática do amor (“Assim como eu os amei, amem também uns aos outros”, Jo 13.34). Em outras ocasiões, ele se referiu aos antimodelos: “Os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles [...] Mas entre vocês não pode ser assim” (Mt 20.25-26); “Quando orarem… quando ofertarem… quando jejuarem… não façam como os hipócritas” (Mt 6.2, 5, 8, 16); e “não andeis ansiosos… como os pagãos” (Mt 6.32).

Você notará que o principal objetivo do chamado de Jesus é para uma vida com ele, a partir do fato de termos sido feitos filhos de Deus. A convocação dos doze é significativa: “Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar” (Mc 3.14). Ele não nos convida para o cumprimento de tarefas, mas para o seguirmos na normalidade da vida. Em sua despedida, Jesus suplica: “Pai, quero que, onde eu estiver, aqueles que me deste estejam comigo” (Jo 17.24) e declara que não ficaremos sós: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Encorajador, que nunca os deixará” (Jo 14.16, NVT).

É alentador saber que a intenção de nos tornar parecidos com Jesus é do próprio Deus: “Até que todos alcancemos a unidade que a fé e o conhecimento do Filho de Deus produzem e amadureçamos, chegando à completa medida da estatura de Cristo [...] tornando-nos, em todos os aspectos, cada vez mais parecidos com Cristo, que é a cabeça” (Ef 4.13, 15, NVT).

Graças a Deus que – assim como Pedro – podemos contar com a revelação do Espírito, sobre quem Jesus declarou: “Ele lhes ensinará todas as coisas e os fará lembrar tudo que eu lhes disse” (Jo 14.26, NVT).


Espírito, continua a nos lembrar da pessoa de Jesus, aquece o nosso coração com a tua presença. Ajuda-nos a deixar pegadas como as de Cristo, que apontam para Deus.

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