"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Escrituralismo: Uma Nova Visão Cristã


por W. Gary Crampton
Escrituralismo é uma visão do mundo e da vida. Cosmovisão é um conjunto de crenças sobre as várias questões da vida. Toda pessoa tem uma cosmovisão; é algo inescapável. A cosmovisão determinará como uma pessoa enxerga a totalidade da vida, as decisões que toma, por que age como age e assim por diante. Todas as cosmovisões apresentam pressuposições que governam seu sistema de crença; essas pressuposições funcionam como axiomas a partir dos quais todas as decisões são deduzidas. Escrituralismo é o sistema de crença em que a Palavra de Deus é fundacional na totalidade dos assuntos filosóficos e teológicos. Esse sistema de pensamento assevera que os cristãos jamais devem tentar combinar ideias seculares e cristãs. Antes, todo pensamento deve ser levado cativo à Palavra de Deus (2 Coríntios 10.5),  que é (parte de) a mente de Cristo (1 Coríntios 2. 16). Nossa mente deve ser transformada “para que experimente[mos] qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” tal como encontrada nas Escrituras (Romanos 12.2), i.e., nossos pensamentos devem se tornar progressivamente os pensamentos de Deus (Isaías 55.6-9), pensamentos divinos esses que são apenas conhecidos através da Palavra de Deus. O escrituralismo, então, ensina que todo o nosso conhecimento deve ser derivado da Bíblia, que tem um monopólio sistemático sobre a verdade.
Essa abordagem a uma cosmovisão cristã é en-sinada pelo apóstolo Paulo e confirmada pelos en-sinos dos Padrões de Westminster. Nas palavras do apóstolo: “Toda a Escritura é divinamente ins-pirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente ins-truído para toda a boa obra” (2 Timóteo 3.16-17). E na Confissão de Fé de Westminster (1:6) lemos: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a sal-vação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e cla-ramente deduzido dela; à Escritura nada se acrescentará em tempo algum”.
Observe os universais nessas duas declarações: “toda”, “perfeito”, “perfeitamente”, “toda”, “Todo”, “todas”, “nada”, “em tempo algum”. A Bíblia, infalivelmente, e a Assembleia de Westminster, em conformidade com a Bíblia, ensinam ambas a total suficiência das Escrituras. De acordo com o princípio reformado da sola Scriptura, nem a ciência nem a história nem a filosofia são necessárias para fornecer a verdade. De acordo com o escrituralista, nenhuma teoria de verdade de “duas fontes” é ensinada na Palavra de Deus. Como Paulo claramente afirma nos dois primeiros capítulos de 1 Coríntios, a sabedoria do mundo é loucura e o homem não é capaz de chegar ao conhecimento da verdade à parte das proposições escriturísticas reveladas pe-lo Espírito. Em 1 Coríntios 2.9-10, por exemplo, Paulo escreve: “Mas, como está escrito: ‘As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam’. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito”. A Bíblia é suficiente para a verdade que precisamos. É somente nas Escrituras que encontramos “a certeza das palavras da verdade” (Provérbios 22.17-21; veja também Lucas 1.4). Isso é escrituralismo.

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