”Ser maduro é ter um relacionamento maduro com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nEle, o amamos e lhe obedecemos”
[...] É lógico que, maturidade cristã é maturidade em nosso relacionamento com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nEle, o amamos e lhe obedecemos, então, quanto mais clara for a nossa visão de Cristo, mas convencidos nos tornamos de que Ele é digno de nossa dedicação.
Na introdução do livro O Conhecimento de Deus, J. I. Packer escreve que somos “cristãos pigmeus porque temos um Deus pigmeu”. Podemos dizer, igualmente, que somos cristãos pigmeus porque temos um Cristo pigmeu. A verdade é que existem muitos “Cristos” sendo oferecidos nas religiões comerciais do mundo, e muitos deles são falsos Cristos, Cristos distorcidos, caricaturas do Jesus autêntico.
Atualmente, por exemplo, encontramos o Jesus capitalista competindo com o Jesus socialista. Há também o Jesus asceta se opondo ao Jesus glutão, sem falar nos famosos musicais – Godspell, com o Jesus palhaço, e Jesus Cristo Superstar. Existiram muitos outros. Porem, todos eram distorcidos e nenhum deles, merece nossa adoração e culto. Cada um é o que Paulo chama de “outro Jesus”, diferente do Jesus que os apóstolos proclamaram.
Assim, se queremos desenvolver uma maturidade verdadeiramente cristã, precisamos, acima de tudo, de uma visão renovada e verdadeira de Jesus Cristo – principalmente de uma supremacia absoluta, da qual Paulo fala em Colossenses 1.15-20. É uma das passagens cristológicas mais sublimes de todo o Novo Testamento. Eia uma simples paráfrase:
Jesus é a imagem visível do Deus invisível (v. 15); assim quem O vir, terá viso o Pai. Ele é também “o primogênito de toda a criação”. Não que Ele próprio tenha sido criado, mas Ele tem os direitos de um primogênito. E por isso é o “Senhor e cabeça” da criação (v. 16). Por meio dEle o universo foi criado. Todas as coisas foram criadas por meio dEle como agente e para Ele com cabeça, a unidade e coerência das coisas são encontradas nEle. Além disso, (v. 18) Ele é a cabeça do corpo da igreja. Ele é o princípio e o primogênito de entre os mortos, de tal maneira que em todas as coisas Ele possa ter a preeminência. Pois Deus se agradou (v. 19-20) ao fazer habitar toda a plenitude em Cristo e também ao reconciliar todas as coisas conSigo mediante Cristo, alcançando a paz por meio do sangue de Sua cruz.
Foi dessa forma que Paulo proclamou Cristo com Senhor – como Senhor da criação (Aquele por meio de quem todas as coisas foram feitas) e como Senhor da igreja (Aquele por meio de quem todas as coisas foram reconciliadas). Por causa de quem Ele é (a imagem e plenitude de Deus) e por causa do que Ele fez (Aquele que criou e reconciliou), Jesus Cristo tem uma dupla supremacia. Ele é o cabeça do universo e da igreja. Ele é o Senhor de todas as criações.
Essa é a descrição exata que o apóstolo faz de Jesus Cristo. Onde deveríamos estar senão como os rostos em terra diante dEle? Afastemos de nós o Jesus insignificante, fraco, pigmeu. Afastemos de nós o Jesus palhaço e pop star. Afastemos também o messias político e revolucionário. Eles são caricaturas. Se é assim que o enxergamos, não surpreende a persistência de nossa imaturidade.
Onde, então, encontraremos o Jesus autêntico? Ele deve ser encontrado na Bíblia – o livro que pode ser descrito como o retrato que o Pai fez do filho, colorido pelo Espírito Santo. A Bíblia é repleta de Cristo. Como Ele próprio diz as escrituras “testificam de mim” (Jo 5.39), Jerônimo, o antigo Pai da Igreja, escreve que “ignorância da Escritura é ignorância de Cristo”. Da mesma forma, podemos dizer que conhecer a Escritura é conhecer a Cristo.
Fonte: Livro “O Discípulo Radical”, John Stott, Editora Ultimato.
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