"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



quinta-feira, 17 de março de 2011

Série Oração do Pai-Nosso - Perdoa os nossos pecados (5ª)

Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato.

No ensino de Jesus sobre a oração, conforme registrado em Mateus 6.7-15,  Ele enfatiza que a hipocrisia não é o único pecado a ser evitado na oração. Há outro, que são as “vãs repetições” (v.7, ARA), ou expressões sem sentido e mecânicas. O primeiro é a tolice do fariseu; o segundoi é do gentio, ou pagão. A hipocrisia é uma deturpação do propósito da oração (desviando-a da glória de Deus para a glória do eu); a verborragia é uma deturpação da própria natureza da oração (tornando-a, de uma abordagem real e pessoal a Deus, em um mero recitar de palavras). Jesus então contrtasta o modo pagão de eloquência sem sentido com o modo cristão da comunhão significativa com Deus, e ilustra isso por meio da beleza e do equilíbrio da oração do Pai-Nosso.



”Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” Mateus 6.12

Marghanita Laski, famosa romansista e crítica inglesa do século 20, jamais escondeu o seu ateísmo. Um dia, no entanto, na televisão, num momento surpreendente de sinceridade, ela deixou escapar: ”O que eu mais sinvejo nos cristãos é o perdão que receberam; não tenho ninguém para me perdoar”. Ela estava certa. O perdão está no cerne do evangelho. Na verdade, ele é indispensável para a vida e a saúde da alma, assim como o alimento o é para o corpo.

Desse modo, a petição seguinte, na oração do Pai-Nosso, é “perdoa as nossas dívidas”. O pecado se assemelha a uma dívida porque merece ser punido e porque, quando Deus nos perdoa, Ele perdoa as dívidas e retira a acusação contra nós.

A adição das palavras “assim como perdoamos aos nossos devedores” é enfatizada mais adiante nos versículos 14 e 15, que seguem a oração e declaram que nosso Pai nos perdoará se perdoarmos aos outros, mas que não nos perdoará se nos recusarmos a perdoar aos outros. Isso certamente não quer dizer que nosso perdão aos outros nos dará o direito de sermos perdoados, mas que Deus perdoa somente ao arrependido e que uma das principais evidências do verdadeiro arrependimento é o espírito perdoador. Uma vez que nossos olhos tenham sido abertos para ver o tamanho enorme de nossas ofensas contra Deus, as injúrias que outros possam ter cometido cotra nós parecem extremamente insignificantes. Se, por outro lado, temos uma visão exagerada das ofensas dos outros, isso mostra que temos minimizado as nossas. É a disparidade entre o tamanho das dívidas que é o ponto principal da parábola do servo impiedoso. Sua conclusão é: “Cancelei toda a tua dívida [que era enorme]... Você não deveria ter tido misericórdia do seu concervo [cuja dívida era insignificante] como eu tive de você? (18.32-33)

Para saber mais: Mateus 18.23-35

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