"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 21 de março de 2011

Série Oração do Pai-Nosso - Livra-nos do mal (6ª)

Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato.

No ensino de Jesus sobre a oração, conforme registrado em Mateus 6.7-15,  Ele enfatiza que a hipocrisia não é o único pecado a ser evitado na oração. Há outro, que são as “vãs repetições” (v.7, ARA), ou expressões sem sentido e mecânicas. O primeiro é a tolice do fariseu; o segundoi é do gentio, ou pagão. A hipocrisia é uma deturpação do propósito da oração (desviando-a da glória de Deus para a glória do eu); a verborragia é uma deturpação da própria natureza da oração (tornando-a, de uma abordagem real e pessoal a Deus, em um mero recitar de palavras). Jesus então contrtasta o modo pagão de eloquência sem sentido com o modo cristão da comunhão significativa com Deus, e ilustra isso por meio da beleza e do equilíbrio da oração do Pai-Nosso.


“E não os induzas à tentação; mas livra-nos do mal.” Mateus 6.13, ACF

Essa duas últimas petiçoes da oração do Pai Nosso na verdade são uma. Provavelmante devem ter sido tomadas juntas como aspectos negativos e positivos da mesma oração. Dosi problemas, no entanto, nos confrontam.

Primeiro, a Bíblia nos diz que Deus não nos tenta, ou não pode nos tentar (Tg 1.13). Sendo assim, qual o sentido de orar para que Ele não faça aquilo que prometeu nunca fazer? Alguns respondem interpretando “tentação” como “provação”. Uma melhor explicação, no entanto, está na união dos duas orações do período: entender “não nos induza à tentação” à luz da contrapartida “livra-nos do mal”, e interpretar “mal” como “o maligno”. Ou seja, é o Diabo que está à vista, que tenta induzir o povo de Deus a pecar, e de quem precisamos ser resgatados.

Segundo, a Bíblia diz que as tentações e provas são boas para nós (tg 1.2). Se elas são benéficas, então porque orarmos para não cairmos nelas? A resposta provável é que essa é uma oração mais para vencermos a tentação do que para evitá-la. Poderíamos então parafrasear a petição: “Não permitas que sejamos levados à tentação e caiamos nela, mas que sejamos resgatados do mal”.

Olhando para trás agora, podemos observar que as três petições da oração do Pai Nosso são maravilhosamente abrangentes. Em princípio, elas cobrem todas as nossas necessidades humanas – materiais (o pão nosso de cadas dia), espirituais (o perdão dos nossos pecados) e morais (nosso livramento do mal). Quando fazemos essa oração, estamos expressando nossa humilde dependência de Deus em todas as áreas da existência humana. Além disso, um cristão trinitáriano tem a obrigação de ver nessas três petições uma alusão velada às três pessoas da Trindade, uma vez que é por meio da criação e da providência do Pai que recebemos o pão nosso de cada dia; é a través da morte substitutiva do Filho que recebemos o perdão dos nossos pecados; e é por intermédio do poder do Espírito Santo, que habita em nós, que podemos ser livres do mal. Não é de admirar que alguns manuscritos antigos (embora não os melhores) terminem com a doxologia, atribuindo o reino, o poder e a glória a esse Deus triúno a quem eles pertencem com exclusividade.

Para saber mais: 1 João 3.7-10   

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