"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O diabo anda por aí

Jó 1.7 nos leva a 1Pedro5.8 e 1Pedro 5.8 nos leva a Jó 1.7

Na primeira passagem, Deus pergunta ao diabo: “De onde você vem vindo?” E o anjo caído responde: “Estive dando uma volta pela terra, passeando por aqui e por ali.”. na segunda, Pedro exorta: ”Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vocês, o diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar”.

Enquanto a HTLH diz que o diabo “anda por aí”, outras versões preferem dizer que o anjo caído “ronda em volta” (NBV) ou “gira continuamente” (J. B. Philips). Em outras palavras, o diabo não para, o diabo quer fazer vítimas.

A denúncia de Simão Pedro é ex cathedra, isto é, ele fala com autoridade, pois foi uma das pessoas que o diabo procurou e conseguiu abocanhar, na casa do sumo sacerdote Caifás, na Sexta-Feira da Paixão, pela manhã (Mt 26.26-75).

As voltas do diabo pela terra têm o propósito de descobrir brechas ou fendas no caráter dos cristãos pelas quais possa entrar. O diabo é um catador de rachaduras nas paredes e de goteiras nos telhados. A figura da brecha é usada pelos profetas: “vocês rejeitam a minha mensagem e põem a sua confiança e a sua fé na violência e na mentira [e] esse pecado será como uma brecha que vai se abrindo num muro alto: de repente, o muro desmorona (Is 30.13).

O amor ao dinheiro foi a grande brecha no caráter de Judas. O Evangelho segundo João registra: “Assim que Judas recebeu o pão [a senha pela qual o traidor seria revelado], satanás entrou nele” (Jo 13.27).

É preciso tomar cuidado com as rachaduras da vida. Talvez a mais comum e a mais perigosa de todas seja a busca de nome, de poder, de posições cada vez mais altas e de glória. Essa sede é inata. O seu “quase ápice” é quando alguém se passa por Deus. E o ápice é quando alguém se julga mais do que Deus.

As andanças do diabo “por aí” ou “por aqui e por ali” podem sem vista nas palavras de Jesus. O Senhor se refere a um espírito imundo que sai de um homem, vai para um lugar deserto em busca de repouso e, algum tempo depois, volta ao lugar anterior (Mt 12.43-45).

Já que a realidade, por enquanto, é esta, Pedro ordena: “Tenham autocontrole e fiquem alertas” (na tradução de Simon Kistemaker). É necessário enfrentar o diabo. Tiago aconselha a mesma providência e garante: “Enfrentem o diabo e ele fugirá de vocês” (Tg 4.7)

É essa vitória específica que nós cantamos no “Castelo forte”, de Lutero:

Se nos quiserem devorar
demônios não contados,
não nos iriam derrotar.
Nem ver-nos assustados.
O príncipe do mal,
com seu plano infernal,
já condenado está!
Vencido cairá
por uma só palavra!

Abertura da Revista Ultimato. NOVEMBRO-DEZEMBRO 2011. ANO XLIV. Nº 333

Nenhum comentário:

Postar um comentário