"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Poder da Ressurreição

 “E qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos”, Ef.1:19,20

Na ressurreição de Cristo, tal como na nossa salvação, nada nos falta no tocante ao poder divino. Que diremos, pois, dos que dizem que a conversão é conseguida pela força do homem e deve-se à sua capacidade em ser melhor? Quando pudermos ver os mortos ressuscitarem das suas sepulturas através do seu próprio poder então poderemos também assistir a pecadores converterem-se através do seu próprio poder. Não é a palavra trazida, nem a Palavra das Escrituras lidas diante deles que os faz viver. Todo o poder de ressurreição procede do Espírito Santo. Este poder é irresistível. Todos os soldados e os sacerdotes de então nunca puderam segurar o corpo de Cristo na sepultura e na morte.

 A morte em si nunca teria capacidades de segurar Jesus em suas cadeias: deste mesmo modo irresistível será todo poder que Jesus manifesta para em todos os crentes que são ressurretos numa nova vida em Cristo. Nenhum pecado, nenhuma corrupção, nenhum demônio nos infernos, nenhum dos muitos pecadores sobre a terra terão como impedir a mão poderosa de Deus quando esta se estende para converter um homem. Quando toda a onipotência de Deus fala e diz “Assim será”, nenhum homem dirá “eu não irei”. Observe-se como o poder que ressuscitou Cristo de entre os mortos era glorioso.

Esse poder refletiu toda a honra de Deus e espantou todas as hostes do mal. Do mesmo jeito desponta a glória para Deus quando um pecador se converte. Este poder é duradouro e eterno. “Sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre Ele”,( Rom 6:9). Sendo que nós fomos ressuscitados de entre os mortos também, nunca mais voltemos a nenhuma das nossas obras de morte nem a nenhuma das nossas corrupções, mas antes vivamos para Deus. “Porque Ele vive, nós vivemos também”. “Porque morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”, Col 3:3. “Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”, Rom 6:4. Por ultimo, a partir deste texto, veja-se a união que existe entre a alma nova e a vida em Cristo Jesus. O mesmo poder que ressuscitou Jesus, ressuscitando a Cabeça, a Qual é e será a força dos membros. Quanta bênção ser assim ressuscitado com Cristo!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cristo, o pleno cumprimento do sábado

Por João Calvino

O SENTIDO TIPOLÓGICO DO SÉTIMO DIA

A observância de um dia dentre cada sete representava aos judeus esta cessação perpétua de atividades, a qual, para que fosse cultivada com religiosidade maior, o Senhor a recomendou com seu próprio exemplo. Pois é de não somenos valia para aquecer o zelo do homem que saiba estar trilhando à imitação do Criador.

Se alguém procura algum sentido secreto no número sete, uma vez que na Escritura este é o número da perfeição, não sem causa foi ele escolhido para expressar perpetuidade. Ao que também confirma isto: que Moisés põe termo à descrição da sucessão de dias e noites com o dia em que narra haver o Senhor descansado de suas obras. Pode-se também apresentar outro significado provável do número, isto é, que o Senhor assim indicou que o sábado nunca haverá de ser absoluto até que tenha chegado o último dia. Pois aqui começamos nosso bem-aventurado descanso nele, descanso em que fazemos diariamente novos progressos. Mas, porque ainda incessante é a luta com a carne, não se haverá de consumar antes que se cumpra aquele vaticínio de Isaías [66.23], enquanto a lua nova for continuada por lua nova, sábado por sábado, até quando, na verdade, Deus vier a ser tudo em todas as coisas [1Co 15.28].

Portanto, pode parecer que, mediante o sétimo dia, o Senhor tenha delineado a seu povo a perfeição futura de seu sábado no Último Dia, a fim de que, pela incessante meditação do sábado, a esta perfeição aspirasse por toda a vida.

CRISTO, O PLENO CUMPRIMENTO DO SÁBADO

Se a alguém desagrada esta interpretação do número como sendo por demais sutil, nada impeço a que a tome em termos mais simples, a saber: que o Senhor estabeleceu um dia determinado em que o povo se exercitasse, sob a direção da lei, a meditar na incessabilidade do descanso espiritual; que Deus designou o sétimo dia, ou porque previa ser o mesmo suficiente para isso, ou para que, proposta uma imitação de seu exemplo, melhor estimulasse o povo, ou, na realidade, o exortasse a  não atentar para o sábado com outro propósito senão que o conformasse a seu Criador.

Ora, pouco interessa que interpretação se adote, desde que subsista o mistério que principalmente se delineia: o referente ao perpétuo descanso de nossos labores. A contemplar isto, os Profetas reiteradamente revocavam os judeus, para que não pensassem haver-se desincumbido da obrigação do sábado com a simples cessação física do trabalho. Além das passagens já referidas, assim tens em Isaías [58.13, 14]: “Se apartares do sábado teu pé, para que não faças tua vontade em meu santo dia, e ao sábado chamares deleitoso e o dia santo do Senhor glorioso, e o glorificares, não seguindo teus caminhos e não fazendo tua vontade, de sorte que fales tua palavra, então te deleitarás no Senhor” etc.

Mas, não há dúvida de que pela vinda do Senhor Jesus Cristo o que era aqui cerimonial foi abolido. Pois ele é a verdade, por cuja presença se desvanecem todas as figuras; o corpo, a cuja visão são deixadas para trás as sombras. Ele é, digo-o, o verdadeiro cumprimento do sábado. Com ele, sepultados através do batismo, fomos enxertados na participação de sua morte, para que, participantes de sua ressurreição, andemos em novidade de vida [Rm 6.4]. Por isso, escreve o Apóstolo em outro lugar que o sábado tem sido uma sombra da realidade futura, e que o corpo, isto é, a sólida substância da verdade, que bem explicou naquela passagem, está em Cristo [Cl 2.17]. Esta não consiste em apenas um dia, mas em todo o curso de nossa vida, até que, inteiramente mortos para nós mesmos, nos enchamos da vida de Deus. Portanto, que esteja longe dos cristãos a observância supersticiosa de dias.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Jabulani

Desde o dia 11 de junho acontece o maior evento futebolístico do planeta: a Copa do Mundo FIFA 2010! Na terça-feira, dia 15, a Seleção Brasileira estreou. Venceu, mas não convenceu (minha opinião, claro!). Sempre se espera muito daqueles que estão em destaque!

Copa é tempo de festa! É tempo de alegria! As cidades param em dia de jogo da seleção de seu país! As pessoas decoram carros, casas, ruas e a si mesmas! Vitórias são festejadas! Problemas, temporariamente esquecidos!

Nessa Copa 2010, além dos jogadores e técnicos, uma personagem recebeu mais atenção que geralmente recebe: a bola! Criticada por alguns e admirada por outros, a bola tem sido o centro das atenções e ela tem nome: Jabulani! Jabulani é uma bola símbolo. É a 11ª edição das bolas Adidas para a Copa do Mundo da FIFA. Suas 11 cores são uma homenagem ao futebol e ao país da primeira Copa realizada no continente africano. Representa os jogadores de uma equipe, cada uma das línguas oficiais da África do Sul e cada uma das comunidades sul-africanas que receberão o mundo para a primeira Copa no continente.

Mas Jabulani não é apenas símbolo, tem significado: celebrar, festejar, levar a alegria! Ou seja, uma ação fruto da alegria a ser dividida!

Assim, pensando em símbolo e em alegria, me lembro da recente leitura do livro de Josué. O livro trata da conquista da terra prometida por Deus ao seu povo Israel. Estão presentes guerras, batalhas, vitórias, alegria, tudo conforme o propósito e sob o olhar e presença do Deus Eterno e Soberano!

O primeiro grande desafio do povo é atravessar o rio Jordão que está cheio, devido a época de enchente. Deus intervém fazendo secar o rio para passarem a seco (Josué 4). Deus orienta Josué, que em obediência guia o povo a levantar um memorial. Ou seja, um representante de cada tribo do povo de Israel deveria pegar uma pedra do meio do rio Jordão, levar ao acampamento e empilhá-las de forma que quando alguém as visse e perguntasse o que significava aquilo, a resposta seria que Deus interveio na vida do povo fazendo-os passar a seco o Jordão, levando os povos da terra a conhecerem o poder do Deus e a temerem-No, todos os dias!

Há um grande desafio para mim e para você! Não falo sobre torcer para nossa seleção, mas relembrarmos
continuamente das intervenções maravilhosas do Senhor em nossas vidas de forma que as pessoas venham nos perguntar “o que significa isso?”. Aí, responderemos para que conheçam a Deus e O temam, confiando e entregando suas vidas a Ele!

O profeta Isaías declara: “Celebrarei as benignidades do Senhor e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o Senhor nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades.” (Isaías 63:7)

Podemos dizer como o profeta? Ou seja, estamos nos relembrando e festejando continuamente os feitos do Senhor sobre a nossa vida? Estamos continuamente nos alegrando com a bondade de Deus, com a Sua misericórdia?

As perguntas existem para serem respondidas. Essas acima nos levam a refletir se a nossa resposta está de acordo com a vontade de Deus! 

A Copa do Mundo 2010 tem a Jabulani! O povo de Israel entrando em Canaã teve 12 pedras! E você, que símbolo tem que lhe faça celebrar a Deus e apresentá-Lo aos outros para que O conheçam e creiam? A vontade de Deus é que Cristo seja seu Senhor e Memorial eterno!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Procuração

Colossenses 3:9-17

“Tudo o que fizerem, seja em palavras ou em ação, façam-no em nome do senhor Jesus... (Col.:17)

Só há um Deus. Ele é quem decide o que é bom ou mau. Mas se quisermos viver do nosso jeito e nos rebelarmos; sem nos dar conta, tornando-nos seus inimigos. Aparentemente vivos, estávamos mortos – era só uma questão de tempo. Todos nós, sem exceção.

Impossível obter o favor divino guardando os mandamentos; ninguém conseguiu, senão Jesus, que os cumpriu integralmente e com sua morte na cruz concedeu vida divina a todo o que Nele crê. Assim, por meio da fé, sem méritos pessoais, vencemos a morte e ganhamos vida.

Mas crer em Cristo não é dar continuidade à mesma vida de antes, e sim renascer com características da natureza de Jesus de Nazaré. Ele é o padrão de nossa vida. Um recém-nascido dá sinais de vida, e no texto de hoje o apóstolo Paulo escreve sobre atitudes e comportamentos que sinalizam a nova vida do nascido de novo.

Há todo um guarda-roupa de hábitos e atitudes a reformar, velhas vestes a serem despidas para nos revestirmos do novo. Para isso muita gente tenta impor aos outros, listas detalhadas de prescrições do tipo “pode/não pode”, ditar um “figurino” cristão... não funciona! São atitudes exteriores que não garantem coisa nenhuma.

Longe de baixar o padrão de exigência para o viver cristão, isto significa ter consciência plena e séria de representá-lo neste mundo, entender que se trata de algo como ter uma procuração Dele para agir em seu nome (viver a vida Dele) – e responsavelmente escolher cada pensamento, palavra ou ação.

Isto resultará em que a beleza de Cristo seja vista em nossa vida. Estude as Escrituras para aprender como Ele age, e ore pedindo-lhe sabedoria. – MHJ

Se o seu coração for reto diante de Jesus, suas atitudes externas também serão

Pão Diário nº 13

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A oração do Deus filho ao Deus pai

Referência: João 17.1-26
INTRODUÇÃO
Esta é a oração mais magnífica feita aqui na terra e registrada em todas as Escrituras. Que privilégio enorme ouvir Deus, o Filho conversar com Deus, o Pai. Aqui entramos no santos dos santos. Aqui nos curvamos para auscultar os mais profundos desejos do Filho de Deus antes de caminhar para a cruz.

1.A circunstância desta oração
Jesus acabara de pregar um sermão falando do Pai aos discípulos. Agora, ele fala dos discípulos para o Pai. No ministério de Cristo, pregação e oração sempre andaram juntos. Aqueles que pregam devem também orar. Aqueles que falam de Deus para os homens, devem falar dos homens para Deus. Somente têm poder para falar aos homens aqueles que têm intimidade com Deus.

Esta oração deixa claro que Jesus foi e é o Vencedor. Ele termina o capítulo 16 encorajando seus discípulos, dizendo-lhes: “Tende bom ânimo; eu venci o mundo”.

2.O conteúdo desta oração
Jesus fez três súplicas distintas nesta oração:
a)Ele orou por si mesmo e diz ao Pai que concluiu sua obra aqui na terra (17.1-5);
b)Ele orou por seus discípulos, pedindo ao Pai que os guarde e santifique (17.6-19);
c)Ele orou por sua igreja, para que possamos ser unidos nele e para que, um dia, participemos de sua glória (17.20-26).

3.O contexto imediato desta oração
Jesus estava no prelúdio do seu sofrimento. Ele estava no cenáculo com seus discípulos. Ele já havia instituído a ceia e partido o pão. Ele já havia alertado que Judas o trairia e que os demais se dispersariam. Ele já estava mergulhando nas sombras daquela noite fatídica, onde seria preso e condenado à morte.

4.A ênfase desta oração
William McDonald, citando Marcus Rainsford fala sobre a ênfase da oração de Jesus. Jesus não disse nenhuma palavra contra seus discípulos nem fez qualquer referência à queda ou fracasso deles. Jesus foca sua oração no eterno propósito do Pai na vida dos seus discípulos e na sua relação com eles. Todas as petições de Jesus nesta oração são por bênçãos espirituais e celestiais. O Senhor não pede riquezas e honra, nem mesmo influência política no mundo para seus discípulos. O pedido de Jesus concentra-se em pedir ao Pai que os guarde do mal, que os separe do mundo, os qualifique para a missão e os traga salvos para o céu. A prosperidade da alma é a melhor prosperidade.

Podemos sintetizar a petição de Jesus em quatro áreas: salvação, segurança, santidade e unidade.

I. SALVAÇÃO (17.1-5)
1. O instrumento da salvação: A cruz de Cristo – v. 1
a)A hora tinha chegado – O nascimento, a vida e a morte de Cristo não foram acidentes, mas uma agenda traçada na eternidade. Muitas vezes Cristo disse que sua hora não tinha chegado, mas agora, a hora tinha chegado de Cristo ir para a cruz e ele vai não como um derrotado, mas como um rei caminha para o trono. É na cruz que ele cumpre o plano da redenção. É na cruz que ele esmaga a cabeça da serpente. É na cruz que ele despoja os principados e potestades. É na cruz que ele revela ao mundo o imenso amor de Deus.

b)A cruz é o instrumento de glória para o Pai – A prioridade de Jesus era a glória de Deus e sua crucificação trouxe glória ao Pai. Ela glorificou sua sabedoria, sua fidelidade, santidade e amor. Ela mostrou sua sabedoria em providenciar um plano onde ele pôde ser justo e o justificador do pecador. A cruz mostrou sua fidelidade em guardar suas promessas e sua santidade em requer o cumprimento das demandas da lei. Jesus glorificou o Pai em seus milagres (Jo 2.11; 11.40), mas o Pai foi ainda mais glorificado por meio dos sofrimentos e da morte do Filho (Jo 12.23-25; 12.31,32).

c)A cruz é o instrumento de glória para o Filho – A cruz glorificou sua compaixão, sua paciência e seu poder, em dar sua vida por nós, dispondo-se a sofrer por nós, a se fazer pecado por nós, a se fazer maldição por nós para comprar-nos com seu sangue. Cristo não foi para a cruz como uma vítima arrastada ao altar do holocausto. Ele disse: “Ninguém tira a minha vida, pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. Paulo disse: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

2. A essência da salvação – v. 2,3
a)Jesus recebeu autoridade para dar a vida eterna (v. 2) – A vida eterna é uma dádiva do Pai oferecida pelo Filho. Todo aquele que nele crê tem a vida eterna. Quem nele crê não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Não há vida eterna fora de Jesus Cristo. Só ele pode nos conduzir a Deus. Só ele é o caminho para Deus. Só ele pode nos reconciliar com Deus. Só ele é a porta do céu.

b)Conhecer o Pai, o único Deus (v. 3) – A vida eterna é mais do que um tempo interminável nos recônditos da eternidade. A vida eterna não é quantidade, mas qualidade. A vida eterna é um relacionamento íntimo e profundo com Deus, num deleite inefável do seu amor para todo o sempre. Não é apenas conhecimento teórico, mas relacionamento íntimo. A vida eterna é experimentar o esplendor, o gozo, a paz, e a santidade que caracteriza a vida de Deus.

c)Conhecer a Jesus, o enviado de Deus (v. 3) – A vida eterna é conhecer a Deus por meio de Jesus. Ele é o mediador que veio nos reconciliar com o Pai. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co 5.18). A vida eterna não é um prêmio das obras, mas uma comunhão profunda com Jesus por toda a eternidade.

3. A consumação da salvação – v. 4
a)A salvação é uma obra consumada – A salvação não é um caminho que abrimos da terra para o céu. A salvação foi uma obra que o Pai confiou ao Filho e ele veio e a terminou. Temos a salvação pela completa obediência de Jesus e pelo seu sacrifício vicário. Na cruz ele bradou: “Está consumado”. Não resta mais nada a fazer. Ele já fez tudo. Esta expressão significa três coisas: 1) Quando um pai dava uma missão ao filho e este a cumpria, dizia para o pai: “Tetélestai”; 2) Quando se pagava uma nota promissória: batia-se o carimbo: “Tetélestai”; 3) Quando se recebia a escritura de um terreno, escrevia-se na escritura: “Tetélestai”.

4.A recompensa da salvação – v. 5
a)Jesus pede para reassumir a mesma glória que tinha antes da encarnação – Cristo veio do céu, onde desfrutou de glória inefável com o Pai desde toda a eternidade. Abriu mão de sua majestade e se esvaziou e se humilhou a ponto de ser chamado apenas do Filho do carpinteiro. Mas, agora, volta para o céu e retoma seu posto de glória, de honra e de majestade.

b)Jesus pede para que sua igreja veja a mesma glória que ele terá no céu – v. 24 – Vamos compartilhar da glória de Cristo. Estaremos com ele, reinaremos com ele e o veremos face a face (1Jo 3.2). Não apenas estaremos no céu, mas estaremos em tronos. Reinaremos com ele por toda a eternidade.

II. SEGURANÇA (17.6-14)
1. A nossa segurança está fundamentada na eleição do Pai – v. 2,6,8,9,11,12,24
Sete vezes Jesus afirmou que os discípulos lhe foram dados pelo Pai. Não apenas Jesus é o presente de Deus para a igreja; a igreja é o presente do Pai para Jesus. Não fomos nós que encontramos a Deus, foi ele quem nos encontrou. Não fomos nós que o amamos a Deus, foi ele quem nos amou primeiro. Não fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. Nós fomos nós que viemos a Cristo, foi o Pai que nos trouxe a ele.

A segurança da nossa salvação não está fundamentada no nosso caráter, mas no caráter de Deus e na obra perfeita de Cristo. É ele quem nos guarda. É ele quem nos livra. É ele quem nos salva, nos conduz e nos leva para o céu.

João 6.37-40 nos fala que aqueles que o Pai dá a Jesus, esses vêm a Jesus e os que vêm a ele, de maneira ele os lançará fora.

2. A nossa segurança está baseada no cuidado de Cristo – v. 12
Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas. Ele cuida da suas ovelhas e as conduz ao céu. Jesus guardou e protegeu seus discípulos e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição. Por que Jesus não guardou a Judas? Pelo simples motivo de que Judas nunca pertenceu a Cristo. Jesus guardou fielmente todos os que o Pai lhe deu, mas Judas nunca lhe foi dado pelo Pai. Judas não cria em Jesus Cristo (Jo 6.64-71); não havia sido purificado (Jo 13.11); não estava entre os escolhidos (Jo 13.18); não havia sido entregue a Cristo (Jo 18.8,9). Judas não é, de maneira alguma, um exemplo de cristão que “perdeu a salvação”. Antes, exemplifica um incrédulo que fingiu ser salvo e que, no final, foi desmascarado.

Se Jesus pôde guardar e proteger seus discípulos em seu corpo de humilhação, quando mais em seu corpo de glória. Se ele pôde guardar seus discípulos enquanto viveu na terra, quanto mais ele pode nos guardar entronizado à destra do Pai em seu trono de glória!

3. A nossa segurança está baseada na intercessão de Cristo – v. 9,11,15,20
Cristo orou pelos seus discípulos. Nas suas diversas dificuldades, Jesus intercedeu por eles. Ele orou por quando estavam passando por tempestades (Mt 14.22-33). Ele orou por Pedro quando este estava sendo peneirado pelo diabo. Agora ele ora por eles antes de ir para o Getsêmani.

Jesus fez dois pedidos fundamentais em relação aos discípulos:

1) Que eles fossem guardados do mundo (v. 14) – O mundo é um sistema que se opõe a Deus. O mundo odeia os discípulos. Eles precisam ser guardados de serem tragados pelo mundo. Demas tendo amado o mundo abandonou a fé.

2) Que eles fossem guardados do maligno (v. 15) – O mal aqui seria melhor traduzido por “maligno” como na oração do Senhor. O maligno é um inimigo real. Ele entrou em Judas e o levou pelo caminho da morte. Paulo diz que ele cega o entendimento dos incrédulos. Paulo diz que devemos ficar firmes contra as ciladas do diabo (Ef 6.11). E Pedro diz que o diabo anda ao nosso redor buscando a quem possa devorar (1Pe 5.8). Paulo diz que nós não lhe ignoramos os desígnios (2Co 2.11).

A Bíblia diz que Jesus está à destra de Deus e intercede por nós (Rm 8.34). E que podemos ter segurança de salvação, porque ele vive para interceder por nós no céu (Hb 7.25).

III. SANTIDADE (17.15-20)
A nossa entrada no céu será inteiramente pela graça e não pelas obras; mas o céu em si mesmo não seria céu para nós sem um caráter sem santidade. Nossos corações devem estar sintonizados no céu antes de nos deleitarmos nele. Somente o sangue de Cristo pode nos capacitar a entrar no céu, mas somente a santidade pode nos capacitar a regozijarmo-nos nele.

1. Somos santificados pela Palavra – v. 8,14,17
Cristo nos transmitiu a Palavra (v. 8) e nos deu a Palavra (v. 14). A Palavra de Deus é a dádiva de Deus para nós. A Palavra é de origem divina, é uma dádiva preciosa do céu. Agora, somos santificados pela Palavra (v. 17). A Palavra é a verdade e não apenas contém a Palavra (v. 17). A Palavra é o instrumento da nossa santificação (v. 17). Sem o conhecimento da Palavra não há crescimento espiritual. Dwight Moody escreveu na capa de sua Bíblia: “Este livro afastará você do pecado ou o pecado afastará você deste livro”. Jesus disse: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3).

A Palavra é a arma da vitória. Ela é a espada do Espírito. De que maneira a Palavra de Deus nos permite vencer o mundo?
Em primeiro lugar, ela nos dá alegria (17.13). A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
Em segundo lugar, ela nos dá a certeza do amor de Deus (17.14). O mundo nos odeia, mas o Pai nos ama. O mundo deseja tomar o lugar do amor do Pai em nossa vida (1Jo 2.15-17).
Em terceiro lugar, ela nos transmite o poder de Deus para vivermos em santidade (17.15-17).
Em quarto lugar, ela é o instrumento pelo qual Deus chama as pessoas à salvação (17.20). A igreja não cria a mensagem, ela a anuncia. Deus salva por meio da Palavra. Não é o conhecimento da igreja, não é a eloqüência do pregador nem os métodos que usamos, mas o poder da Palavra de Deus que leva o homem a Cristo.

Hoje somos chamados a geração coca-cola, a geração Internet, a geração shopping center e também a geração analfabeta da Bíblia. Quero desafiar esta igreja a ser estudiosa das Escrituras. Quero desafiar os jovens a serem estudiosos das Escrituras.

2. Somos santificados pelo correto relacionamento com o mundo
a)Não somos do mundo (v. 14,16) – Não somos do mundo. Nascemos de cima, do alto, do Espírito. Nossa origem é do alto. Devemos buscar as coisas lá do alto. Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (Jo 15.18,19).

b)Somos odiados pelo mundo (v. 14) – O mundo nos odeia porque pertencemos a Cristo. A Bíblia diz que quem se faz amigo do mundo, constitui-se em inimigo de Deus (Tg 4.4). Diz ainda que quem ama o mundo, o amor do Pai não está nele (1Jo 2.14-16). O apóstolo Paulo diz que não podemos nos conformar com este mundo (Rm 12.2).

c)Somos chamados do mundo (v. 19) – Jesus se separou para salvar os discípulos e agora devemos nos santificar para ele. A palavra santificar é separar. Essa separação não é geográfica, mas moral e espiritual.

d)Estamos no mundo, mas somos guardados do mundo (v. 11, 15) – A santidade não é isolamento. A santidade não tem a ver com a geografia e o espaço. Não é guetificar-se entre quatro paredes. Não perder o contato com as pessoas. Precisamos estar presentes no mundo como sal e luz. Precisamos influenciar, pois o somos o perfume de Cristo. Precisamos estar presentes, pois, somos a carta de Cristo lida por todos os homens. Porém, estamos no mundo como luzeiros. Estamos no mundo para apontar o rumo para Deus. O objetivo do cristianismo jamais foi de apartar o homem da vida, mas equipá-lo para enfrentá-la vitoriosamente. O cristianismo não nos oferece escapes, mas poder para o enfrentamento. Oferece não uma paz fácil, mas uma luta triunfante.

e)Somos enviados de volta ao mundo (v. 18) – Jesus nos deu uma missão e uma estratégia. Devemos ir ao mundo como Cristo veio ao mundo. Ele se tabernaculou. Ele se fez carne. Ele foi amigo dos pecadores. Ele recebeu os escorraçados. Ele abraçou os inabraçáveis. Ele tocou os leprosos. Ele se hospedou com publicanos. Sua santidade não o isolou, mas atraiu os pecadores para serem salvos.

IV. UNIDADE (17.21-26)
Quão doloroso tem sido o fato de que divisões, contendas e desavenças na igreja têm provocado escândalos diante do mundo e enfraquecido a igreja de Cristo. Não raro, muitos cristãos têm empregado suas energias contendendo uns contra os outros, em vez de lutar contra o pecado e o diabo.

A unidade de que Jesus está falando não é externa. Não é unidade de organização nem unidade denominacional. Também Jesus não está falando de ecumenismo. A idéia de unir todas as religiões, afirmando que doutrina divide, mas o amor une é uma falácia. Não há unidade fora da verdade (Ef 4.1-6).

A unidade da igreja é: sobrenatural, tangível e evangelizadora.

Os discípulos mostraram um espírito de egoísmo, competitividade e desunião. Thomas Brooks, escreveu: “A discórdia e a divisão não condizem com cristão algum. Não causa espanto os lobos importunarem as ovelhas, mas uma ovelha afligir outra é contrário à natureza e abominável”.

Quais são as razões para a igreja buscar a unidade?

1. Porque Jesus pediu isso ao Pai – v. 11,20,21,22
Jesus só tem uma igreja, um rebanho, uma noiva. A unidade da igreja é o desejo expresso de Jesus, o alvo da sua oração, a expressa vontade do Pai.

2. Por causa da nossa origem espiritual – v. 21
Se nós somos filhos de Deus e membros da sua família não podemos viver em desunião. Não há desarmonia entre o Pai e o Filho. Nunca houve tensão nem conflito entre a vontade do Pai e do Filho. Se nós nascemos de Deus, se nós nascemos do Espírito, se nós somos co-participantes da natureza divina. Se Jesus é o nosso Senhor, então, não podemos viver brigando uns com os outros. Não estamos disputando uns com os outros. Somos irmãos, filhos do mesmo Pai. Nossa origem espiritual nos compele imperativamente a buscar a unidade e não a desunião (Fp 2.1,2).

3. Por causa da nossa missão no mundo – v. 21,23
O mundo perdido não é capaz de ver Deus, mas pode ver os cristãos. Se enxergar amor e harmonia, crerá que Deus é amor. Se enxergar ódio e divisão, rejeitará a mensagem do evangelho. As igrejas que competem entre si não podem evangelizar o mundo. A unidade da igreja é a apologética final segundo Francis Schaeffer. O maior testemunho da igreja é a comunhão entre seus irmãos, é o amor que com se amam. Jesus disse que a prova definitiva do discipulado é o amor (Jo 13.34,3).

Não há evangelização eficaz sem a unidade da igreja. Não temos autoridade para pregar ao mundo para se arrepender ser estamos travando batalhas internas dentro da igreja. Alguns cristãos em lugar de serem testemunhas fiéis são advogados de acusação e juízes e, com isso, afastam os pecadores do Salvador.

Jesus falou sobre três níveis do amor: o amor ao próximo, o amor sacrificial e o amor da trindade. É esse amor trinitariano que ele pede que haja entre os crentes. Ilustração: o purê de batatas.

4. Por causa do nosso destino eterno – v. 24-26
Jesus pede ao Pai para que seus discípulos vejam sua glória e estejam no céu com ele. Se vamos estar no céu, se vamos morar juntos por toda a eternidade, como podemos afirmar que não podemos conviver uns com os outros aqui? Precisamos aprender a viver como família de Deus desde já, pois vamos passar juntos toda a eternidade.

Esta parte da oração é cheia de doçura e conforto indizível. Nós não vemos a Cristo agora. Nós lemos sobre ele, ouvimos dele, cremos nele, e descansamos nossa alma em sua obra consumada. Mas, aqui ainda andamos por fé e não por vista. Porém, em breve, estaremos no céu com Jesus, e então, essa situação vai mudar. Então, veremos a Cristo face a face. Então, vê-lo-emos como ele é. Então conheceremos como também somos conhecidos. Se já temos gozo indizível andando pela fé, quanto mais quando estivermos na glória com ele, num corpo glorificado, junto àquela gloriosa assembléia de santos. Paulo diz, “e assim estaremos para sempre com o Senhor”. E recomenda: “Consolai-vos uns aos outros com essas palavras”.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Perfeito Coração

"Seja perfeito o vosso coração para com o Senhor nosso Deus." 
I Reis 8.61

Seja perfeito o vosso coração para com o Senhor nosso Deus (1Rs 8.61). Estas foram as palavras de Salomão quando da inauguração do templo, em Jerusalém. O templo seria, ao mesmo tempo, lugar de adoração a Deus e encontro da comunidade dos filhos de Deus. Hoje, não é diferente. O nosso culto a Deus não se esgota na prática religiosa. Deus não quer, apenas, o nosso culto. Ele quer o nosso coração, a totalidade da nossa vida. A prática do culto dissociada da conduta pode refletir mera idolatria, onde o alvo da adoração passa a ser simplesmente o rito em si.
O perfeito coração se revela na dinâmica da vida cristã. Paulo testemunhou que não havia alcançado a perfeição, mas estava disposto a conquistá-la. No entanto, um pouco mais abaixo, ele declara: Todos que somos perfeitos (Fp 3.12-16). Ter um coração perfeito é ter uma relação correta com Deus, por meio do perdão em Cristo, consciente da distância em que nos achamos do alvo.

OreSenhor, nada requeres de nós, a não ser o nosso coração. Portanto, recebe a dedicação que fazemos do nosso coração a ti. Em Cristo. Amém.

PenseDeus só quer o nosso coração, ou seja, a totalidade da nossa vida.
Fonte: Cada Dia