"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Reino de Deus como foco da oração




Na pastoral do último domingo afirmamos que a chave espiritual para que haja uma renovação espiritual do cristão, da família e da igreja é a oração que mantém seu foco nos valores do Reino de Deus. Vimos que, embora as situações e detalhes de renovo espiritual na história do povo de Deus diferem em cada contexto, à luz do livro de Juízes, o clamor do povo de Deus é um fator recorrente. Trata-se de um único fator universal, não negociável e sempre presente em todo avivamento. Esse elemento é a intensidade de oração comunitária e confiança no Senhor. O que caracteriza essa intensidade de oração? 
Antes de tudo, a oração que tem o Reino como referência caracteriza-se pelo foco na presença e na glória de Deus. Jack Miller (in memorian), pastor presbiteriano e professor de seminário, falou sobre a diferença entre reuniões de oração de manutenção e reuniões de oração de frente. Em seu conceito, oração de manutenção é pequena, mecânica e gira totalmente em torno das necessidades das pessoas presentes. Já a oração de frente tem três traços básicos: a) ela é um clamor à graça de Deus para a confissão de pecados e busca de humildade; b) ela é um clamor para a compaixão e o cuidado para o desenvolvimento da vida da igreja; c) ela é a expressão de um desejo de aprofundar o conhecimento de Deus, em busca da sua direção, vontade e glória. 
Quando observamos as orações por avivamento no livro de Atos, capítulo 4, Êxodo, capítulo 33, ou em Neemias, capítulo 1, encontramos esses três elementos da oração. Veja, por exemplo, em Atos 4, que os discípulos, que sofriam ameaças de morte, não pediram ajuda ou proteção para si mesmos, nem por seus familiares, mas somente para que permaneces sem firmes na missão de proclamar o evangelho. Quando esses elementos estão presentes em nossa oração, fica claro que o foco da oração é a glória de Deus. Deus sempre responde a esse tipo de oração. 
Outro aspecto importante da oração que se centraliza no Reino de Deus é que ela é voltada para a vida corporativa da igreja. No livro de Êxodo, capítulo 33, Moisés pede a Deus para que a Sua presença fosse realidade na vida do seu povo. Ele diz ao Senhor: “A tua presença é que mostrará que somos diferentes dos outros povos da terra” (v. 16 – NTLH). Qual foi o motivo dessa oração? Moisés queria que a presença de Deus distinguisse Israel das outras nações. Esta é uma oração de sentido comunitário e não individual. Trata-se da busca da presença de Deus para o coletivo e não para o individual. Esse tipo de oração é feita para que a glória e a beleza de Deus se tornem realidades visíveis dentro da comunidade do povo de Deus, sendo experimentadas por homens, mulheres e crianças. É uma oração que procura impactar as nações pela evidência do poder radiante de Deus na vida de uma comunidade e não somente em uma pessoa. Assim, esta presença na vida do povo de Deus seria um sinal do reino futuro do Senhor para todas as nações. Da mesma forma, em nossos dias, a igreja é conclamada a clamar pela presença de Deus em sua vida e assim ser sinal visível de um novo tempo, anunciando a eternidade do Reino de Cristo. 
Finalmente, a oração que enfoca o Reino de Deus é feita comunitariamente. Não se trata apenas de orações individuais. Não é simplesmente uma oração feita para a comunidade, mas em comunidade. Quanto mais olha mos para a história do povo de Deus, mais vemos que movimentos divinos de renovação acontecem associados a cristãos que oram juntos. Muitas vezes, o cristão costuma pensar acerca da oração como um meio para responder a necessidades pessoais, des­conhecendo a importância da oração em comunidade. É minha esperança que sejamos cada vez mais intensos e intencionais nesse caminho de oração a fim de experimentarmos juntos a renovação que acompanha esse tipo de ação na oração. 
            Concluo essa pastoral destacando a citação de George Otis, fundador e presidente de uma missão cristã dedicada a motivar a vida de oração na igreja, que diz: “Não é suficiente simplesmente desejar transformação, ou esperar que Deus vá inserir nossa comunidade em Seu itinerário de avivamento. Se transformação espiritual é para ser uma realidade em nossa vida, então a esperança deve dar es paço à fé e ao compromisso.” 
Isso é uma questão de fé, não de triunfalismo! O sentido da vida de oração é criar espaços internos e externos que procurem estimular em nós, a nossa sede por Deus.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Salvação.

Por Maurício Jordão de Souza


Salmo 62
“A minha alma espera somente em Deus; dEle vem a minha salvação. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa, não serei grandemente abalado. Até quando maquinareis o mal contra um homem? Sereis mortos todos vós, sereis como uma parede encurvada e uma sebe pouco segura. Eles somente consultam como o hão de derribar da sua excelência; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas nas suas entranhas maldizem. (Selá). Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dEle vem a minha esperança. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei abalado. Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus. Confiai nEle, ó povo, em todos os tempos; derramai perante Ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. (Selá). Certamente que os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de ordem elevada são mentira; pesados em balanças, eles juntos são mais leves do que a vaidade. Não confies na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus. A ti também Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada um segundo a sua obra.” 

Muitos pensam que para sermos salvos é apenas necessário que sejamos bons, piedosos, honestos e até mesmo pertencermos a uma denominação religiosa, pois se acredita que Deus está em todas as religiões. Ledo engano! É necessário saber que estávamos destinados à ira de Deus, afastados dEle pelo pecado, mortos em nosso delitos e pecados, e, quando da plenitude da obra de Deus Pai, quem nos resgatou da morte eterna foi Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador com sua morte sacrificial de maneira eficaz, cabal e definitiva. Jesus é o único capaz de refazer o elo que havia sido quebrado.

Religião deriva do termo latino “Re-ligare”, que significa “religação” com Deus, por tanto, a denominação religiosa que não tem como intercessor ou “religador” o nosso Senhor Cristo Jesus, não deve ser tida como sendo de fato uma religião verdadeira. “porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,” (I Timóteo 2:5). De Deus vem a nossa salvação! 

As boas obras que praticamos por nossos esforços, normalmente nos enchem de orgulho e fatalmente levam-nos a nos vangloriarmos diante de nossos semelhantes. Tais obras, para Deus são como “trapos de imundícia”, pois não há mérito nenhum em nós que nos habilite a nada diante de Deus. Somos miseráveis pecadores! “Não há um justo, nem um sequer... Não Há quem faça o bem, não há nem um só” (Romanos 3:10-12). Somente aqueles que buscam a Deus através de um relacionamento íntimo, sincero e verdadeiro: “pois importa que aqueles que o adorem, o façam em espírito e em verdade” (João 4:23), através de Jesus Cristo, sendo esses os verdadeiros adoradores de Deus, serão salvos.

O Pastor Alejandro Bullon em seu livro “Conhecer Jesus é Tudo“, diz que assim como Jesus cristo esmagou a cabeça da serpente, a partir do novo nascimento, devemos esmagar a cabeça do velho homem mortificando-o aos poucos. Como fazemos isso? Deixando de alimentá-lo. E como o alimentamos? Todas as vezes que damos ênfase às coisas do mundo, às vaidades que nos influenciavam antes de nos tornarmos novas criaturas. O pecado normalmente vem através das concupiscências da carne e dos olhos, da soberba da vida e do curso desse mundo.

É necessário que busquemos, diante de nossas escolhas, fazê-las da forma que o nosso Senhor e Salvador faria. Devemos ser semelhantes a Ele, é assim que alimentamos a nova criatura. Nossa inclinação é para o pecado, na maioria das vezes somos incapazes de fazer tais escolhas.  Tudo que é feito por fé, estribado, alicerçado na Palavra de Deus, é santo, é puro. O que não se faz por fé é pecado! Necessitamos constantemente da misericórdia de Deus!    

Em Cristo Jesus, somos novas criaturas em processo franco e ininterrupto de santificação, “criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10), para Sua honra e glória!. Assim também “como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos irrepreensíveis diante dEle em caridade (amor)” (Efésios 1:4).

A árvore da vida que havia sido protegida por querubins no âmbito da Trindade no Edem quando da queda do homem, hoje está disponível. Essa árvore é Jesus! Vinde e se alimentem! Pois Ele Disse: “eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”. (João 10:10). 


Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria, Solo Christi.    

sábado, 14 de novembro de 2009

Justificação pela fé: fora de moda?



Benjamim B. Warfield
Às vezes nos é dito que a Justificação pela Fé está "fora de moda", obsoleta. Seria uma pena se fosse verdade. Isso significaria que o caminho da salvação estaria fechado e "nenhuma passagem" estaria "pregada sobre as barreiras". Não há nenhuma justificação para pecadores a não ser pela fé. As obras de um pecador serão sempre, é claro, tão pecaminosas quanto ele mesmo, e nada exceto a condenação pode ser construído sobre elas. Então onde poderia ele conseguir obras nas quais pudesse fundamentar a sua esperança de justificação, exceto em algum Outro? A sua esperança de Justificação, lembre-se, é de ser declarado íntegro diante de Deus. Será que Deus poderia declará-lo íntegro sem ser com base em obras que são, elas mesmas, íntegras? Onde um pecador poderá arrumar obras que são íntegras? Seguramente, não em si mesmo; afinal, não se trata ele de um pecador, e todas as suas obras tão pecaminosas quanto ele? Ele precisa, então, sair de si mesmo e encontrar obras que ele possa oferecer a Deus como justas. E onde ele poderá encontrar tais obras se não em Cristo? Ou como fará ele com que elas passem a ser suas a não ser pela fé em Cristo?


Justificação pela Fé, portanto, não é oposta à justificação através de obras. Só há contradição com a justificação por nossas Próprias obras. É uma justificação pelas obras de Cristo. A questão inteira, conseqüentemente, é se nós podemos esperar ser recebidos no favor de Deus com base no que nós fazemos, ou apenas com base no que Cristo fez por nós. Se nós esperamos ser recebidos com base no que nós mesmos fazemos - isso é chamado Justificação por Obras. Se o nosso fundamento é o que Cristo fez por nós - isso é o que significa Justificação por Fé. Justificação por Fé significa, portanto, que nós olhamos para Cristo e para ele somente em busca de salvação, e vamos a Deus alegando que a morte e a retidão de Cristo são a base da nossa esperança de sermos recebidos no favor dEle. Se a Justificação por Fé tornou-se obsoleta, isso significa, então, que a salvação em Cristo está obsoleta. Não há nada a se fazer, se for assim, a não ser que cada homem faça o melhor que puder para se salvar.
"A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar."
Portanto, Justificação por Fé não significa "salvação por acreditar em certas coisas" em vez de "salvação por fazer o que é certo". Significa pleitear os méritos de Cristo perante o trono da graça em vez de nossos próprios méritos. Pode ser correto acreditar em certas coisas, e fazer coisas certas certamente é certo. A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar. Adão, antes da queda, tinha seus próprios méritos, e porque ele os tinha ele era, em si mesmo, aceitável a Deus. Ele não precisava de Outro para se interpor entre ele e Deus, cujos méritos ele pudesse pleitear. E, por isso, não havia nenhuma conversa sobre ele ser Justificado por Fé. Mas nós não somos como Adão antes da queda; nós somos pecadores e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Se nós tivermos que ser justificados, terá que ser com base nos méritos de Outro, cujos méritos possam ser feitos nossos pela fé. E foi por isso que Deus enviou seu Único Filho para que todo que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. Se nós não crermos nele, obviamente teremos que perecer. Mas se nós acreditarmos nele, nós não morreremos, mas teremos a vida eterna. Isso é tão somente a Justificação pela Fé. Justificação pela Fé não é nada mais, nada menos, do que obter a vida eterna crendo em Cristo. Se a Justificação por Fé está obsoleta, então a salvação em Cristo está obsoleta. E como não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre homens, pelo qual devamos ser salvos, se a salvação em Cristo está obsoleta então obsoleta  está a própria salvação. Seguramente, em um mundo cheio de pecadores precisando de salvação, isso seria uma grande pena.
Fonte: Extraído do site Reformation INK

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reforma ou Reavivamento: O que a Igreja Precisa?

Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto*

Porque a Covenant Protestant Reformed Church tem falado contra a ênfase
atual sobre reavivamento, existem aqueles que crêem que temos “negado
nossa herança reavivalista”. Desejamos colocar as coisas de uma maneira
correta.

Concordaríamos com muitos que a igreja visível atual está numa triste
condição, despedaçada, fraca e sem compromisso. Mas não cremos que um
reavivamento, como esse é comumente entendido, seja a resposta.

Não temos objeção à palavra “reavivamento”, visto que é usada na
Escritura. Cremos, portanto, que o tipo de reavivamento que a maioria das
pessoas quer, e ora a favor, não é o tipo de reavivamento sobre o qual a
Escritura fala. Nem cremos que a idéia popular de reavivamento seja o tipo de
coisa que a igreja necessite hoje.

Cremos nisso porque uma palavra que aparece em toda conversa sobre
reavivamento é a palavra “extraordinário”. O reavivamento em si, de acordo
com todos que falam dele, é algo extraordinário e envolve números
extraordinários de conversões, manifestações extraordinárias do Espírito, etc.

O que a igreja necessita não é algo extraordinário, mas coisas bem
ordinárias (ordinárias, pelo menos até onde diz respeito a Palavra de Deus).
Antes de a igreja orar por números extraordinários de conversões, ela precisa
fazer a obra ordinária de cuidar e ensinar os membros que já possui. Isso
raramente é feito.

Antes de pensarmos em dons extraordinários do Espírito, precisamos
ter os dons ordinários do Espírito, um viver cristão piedoso (Gl. 5:22-26),
ensinar e pregar todo o conselho de Deus (Atos 20:27), ter um governo de
igreja bíblico (não por um homem, mas por presbíteros) e uma adoração
bíblica (João 4:24). Essas coisas estão tristemente ausentes na igreja.

Tal retorno às coisas ordinárias da Escritura (na verdade, não tão
ordinárias), preferimos chamar de “reforma”, não “reavivamento”, embora
não divagaremos sobre palavras.

A grande Reforma Protestante do século dezesseis foi uma verdadeira
reforma nesse sentido. Foi um retorno às Escrituras, às doutrinas da Escritura,
à pregação e ensino de todas as verdades da Escritura, ao governo de igreja
bíblico, à disciplina e adoração.

Essas e muitas outras coisas “ordinárias”, desesperadamente necessárias
para a igreja, estão faltando. As crianças da igreja não são instruídas, a
adoração em família é algo esquecido. A observância do Dia do Senhor
desapareceu quase completamente. Onde a igreja tem presbíteros, eles são
freqüentemente ignorantes quanto ao seu chamado e a eleição de presbíteros
em muitos casos é pouco mais que competição de popularidade, ou uma
questão de política. A adoração é grandemente uma questão de formalismo. A
disciplina eclesiástica está totalmente ausente. A pregação degenera-se em
comentário político ou num chamado à ação social. Muitas doutrinas da
Escritura estão quase inteiramente esquecidas.

Daremos apenas um exemplo doutrinário do que queremos dizer: entre
muitas outras coisas, a Reforma do século dezesseis foi um retorno à grande
doutrina bíblica da justificação pela fé somente, sem obras. Essa doutrina não
somente é raramente pregada hoje, mas dificilmente encontramos um cristão
em dez que possa ao menos explicar o que ela significa. Todavia, é um
entendimento dessa verdade que leva à paz com Deus por meio de Jesus
Cristo (Rm. 5:1). Assim se dá com muitas outras doutrinas.

Cremos que o interesse atual em reavivamento é apenas um desejo por
um “reparador instantâneo” dos problemas da igreja, quando o que é
realmente necessário é a obra árdua de fazer as coisas ordinárias às quais a
Palavra de Deus chama a igreja. Essa obra pertence tanto aos oficiais, como
aos membros da igreja. Mediante tal obra a igreja será reformada e renovada,
assim como o foi há quase 500 anos. Sem ela, não há esperança para a igreja.
Possa Deus em sua misericórdia concedê-la!


http://www.monergismo.com


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

AS AFLIÇÕES DO MUNDO





Por Maurício Jordão de Souza


No mundo tereis aflições disse o Senhor Jesus Cristo (João 16:33), vivemos muitas vezes à mercê da concepção do mundo, das decisões meramente humanas, ou seja, do equívoco humano, apesar de sabermos que Deus é a causa inicial e final de todas as coisas e usa o pecado dos homens para atingir os Seus santos, piedosos e soberanos propósitos. As pessoas, na sua maioria, são em demasia petulantes, impiedosas, desafeiçoadas, arrogantes, egoístas, oportunistas e, sobretudo, orgulhosas. Constantemente temos sido ultrajados por nossos semelhantes, temos sofrido assédio moral e sexual por parte de nossos superiores, temos sido oprimidos, iludidos, ludibriados e humilhados por autoridades que na verdade são ministro de Deus para o nosso bem (Romanos 13:4)!  Os dias tem sido maus!


“Sabe, porem, isso: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (II Timóteo 3:1-5)
Vejamos alguns males que nos afligem:


O Orgulho: O poder corrompe a alma, é nele que o orgulho mais se deleita. O orgulho ou presunção é o veneno da alma, a virtude que lhe é oposta, na moral cristã, chama-se humildade. É o pior dos pecados, poucas pessoas admitem tê-lo praticado, ele conduz a todos os outros pecados, é o mais completo estado de alma anti-Deus.  Através dele as pessoas se sobrepõem às outras, daí a ambição, a ganância, a corrupção, o adultério, a injustiça e tantos outros pecados que tem despedaçado a alma humana. O inimigo age principalmente nesse quesito, a estratégia de satanás é camuflar pecados. Os outros pecados, ditos menos maus, são advindos da atuação do diabo em nossa natureza animal. Já o orgulho, vem direto do inferno! É espiritual, muito mais sutil e mortal, é resultante dos dardos inflamados que nos são lançados constantemente pelo opositor, pode ser e é usado para derrotar os pecados mais simples. Os outros pecados às vezes podem unir as pessoas, pode-se encontrar, por exemplo, companheirismo, brincadeiras e afabilidade entre os que se dão a embriaguez ou entre os que são devassos. “Mas o orgulho sempre significa inimizade. Não apenas inimizade entre os homens, mas inimizade contra Deus”[i]. É necessário reprimi-lo dentro de nós, renunciá-lo todas as vezes que aflora.


A Ambição: O que dizer desse terrível sentimento? Leon Tolstoi conta a história de um homem a quem foi prometido um pedaço de terra. O que conseguisse arar em um só dia seria dele. O homem começou logo de manhã, escolhendo apenas uma pequena área, de tamanho suficiente para formar um sítio. Afinal, ele era uma pessoa simples. Mas, na metade do dia, o homem foi ficando preocupado. A área parecia pequena demais. Ele precisava ampliar sua terra. Passo a passo, foi seguindo seus sonhos: seus filhos comeriam melhor; sua esposa se vestiria melhor; ele poderia viver mais descansado... Sob o calor do meio-dia, o homem foi ficando impaciente, pois havia muito solo para arar, ele necessitava de mais terra! Passado algum tempo ele notou que o dia estava terminando e deveria voltar ao ponto de partida ou perderia tudo. Em pânico, ele avança trôpego. Seu coração disparava, pois tinha que chegar. Mas a ambição foi além de suas forças. A poucos passos do fim ele sucumbiu sob o tremendo esforço que fizera e morreu. Foi enterrado em um pequeno pedaço de terra, que media apenas um metro e oitenta por noventa centímetros. Nos cristão não devemos ser assim, muito pelo contrário: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porem, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (I Timóteo 6:7-8)


O mundo nos sufoca. O imediatismo é um dos atributos do inimigo, pois sabe que seu fim está próximo e quer levar consigo o maior número de almas. Aqueles que vivem sem Deus são mais amigos do mundo, das delícias do mundo, das vantagens do mundo e desejam cada vez mais. Jesus disse: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26) Contudo, nós cristãos temos a atribuição de pensarmos mais nos outros do que em nós mesmos, aliás, esse é o pressuposto do cristianismo puro e simples. Sabemos que haverá sempre tempo de plantar e tempo de colher (Eclesiastes 3:2). O tempo de Deus!  


Vivemos num ambiente inóspito, lutamos contra muitas forças, sejam elas naturais ou sobrenaturais (leia Efésios 6:10-20). O homem sufoca e preda o próprio homem, porquanto os dias são maus! “... tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes.” (Efésios 6:13)  


Segundo o pastor Kenneth Koeman: “todos nós lutamos contra forças que facilmente nos dominam: jogos de azar, bens de consumo, dinheiro, sexo, bebida alcoólica, pressa, falta de sono, programas de TV, auto-estima, drogas. Alguns de nossos maiores feitores são os poderes ferozes que ferem o nosso coração: ciúme, raiva, ganância, revanchismo, luxúria, amargor. Ou talvez os sufocadores silenciosos como a preguiça, apatia, indiferença. Assim como Moises liderou o povo para a grande libertação do Egito, Cristo Jesus pode, hoje mesmo, nos libertar dos temores e incertezas, da ansiedade e desespero. Vamos crer em Jesus e viver uma vida livre.


“Não há santo como é o Senhor; porque não há outro fora de ti, e rocha nenhuma há com o nosso Deus. Não multipliqueis palavras de altíssimas altivezas, nem saiam cosas árduas de vossa boca; porque o Senhor é o Deus da sabedoria, e por Ele são as obras pesadas na balança. O arco dos fortes foi quebrado, e os que tropeçavam foram cingidos de força. Os fartos se alugaram por pão, e cessaram os famintos; até a estéril teve sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. levanta o pobre do pó, e desde o esterco exalta o necessitado, para o fazer herdar o trono da glória; porque do Senhor são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo. Os pés de sue santos guardará, porem os ímpios ficarão mudos nas trevas, porque o homem não prevalecerá pela força. Os que contendem com o Senhor serão quebrantados, desde os céus trovejará sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da terra; e dará força ao seu rei, e exaltará o poder do seu ungido.” (I Samuel 2:2-10 – O Cântico de Ana)      




[i]  Cristianismo Puro e Simples – C. S. Lewis

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

VIDA PLENA COM CRISTO NA ETERNIDADE




Por Maurício Jordão de Souza


Eclesiastes 12:1-9:

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; e as duas portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar a vós das aves, e todas as vozes do canto se baixarem; como também quando temerem o que está no alto, e houver espantosos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus eu o deu. Vaidade de vaidade, diz o pregador, tudo é vaidade. E,quando mais sábio foi o pregador, tanto mais sabedoria ao povo ensinou; e atentou , e esquadrinhou, e compôs muitos provérbios.”

O texto acima nos adverte quanto ao fato de buscarmos o nosso Criador enquanto ainda há tempo e onde se pode achá-lo, pois temos prazo de validade! Tempo determinado pela livre, santa e soberana vontade do maravilhoso Deus eterno! Através de Sua palavra Ele nos mostra isso.

Deus colocou no coração do homem a eternidade! Sim fomos feitos para sermos eternos. Existe sim vida após a morte! A parábola do rico e lázaro contada por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo em Lucas 16:19-31,  nos mostra claramente essa realidade, ou melhor, as duas realidades ou destinações que o mundo precisa saber; talvez até saiba, mas tem ignorado.

“A morte é como que uma passagem pelo vale escuro do tempo que desemboca na eternidade. Jesus experimentou como ser humano a crueldade dessa realidade. Ele, sem pecado, sofreu esse tormento em favor de cada um de nós. E agora, todo aquele que crer e receber Jesus como Senhor e Salvador, “ainda que esteja morto, viverá.” (João 11:25) eternamente na habitação dos remidos e desfrutará daquela glória que Jesus já desfrutava com o Pai desde antes da fundação do mundo na eternidade! O que diz a escritura daqueles que não receberam o Senhor Jesus como Senhor e Salvador? Apocalipse 21:8 é enfático em afirmar: “Mas quanto aos tímidos e aos incrédulos, a aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” Ao homem foi dado o morrer uma só vez para a vida eterna: “E, assim, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hebreus 9:27;28). Já a segunda morte descrita nessa narrativa bíblica, consiste na eterna separação de Deus.” (adaptação ao texto contido no devocionário Pão Diário 2009 para o dia 02 de novembro).

A morte nos traz muita tristeza, pois nos separa de nossos entes queridos, mais do que isso, ela é o “salário do pecado”, morremos por causa do pecado, pois sem “derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hebreus 9:22). (apontando para a morte sacrificial de Nosso Senhor Jesus Cristo).

Contudo alegremo-nos! "O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 6:23), pois disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em Mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim Eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para  Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também." (João 14:1-3). E haverá novos céus e nova terra onde não haverá mais pranto nem dor: "E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas, e o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coias. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fieis.” (apocalipse 21:3-5). Amem.