por Vincent Cheung
"Deus… nos salvou e nos chamou com uma santa vocação…" (2 Timóteo 1.9)
“Deus nos salvou e nos chamou com uma santa vocação” – que declaração sucinta e apropriada sobre o que significa ser cristão. A ideia de salvação é essencial. Alguns cristãos têm usado palavras como “salvo” e “salvação” com tanta frequência e descuido que esqueceram o que elas significam. Elas tornaram-se sons sem significado. Ou, se possuem algum significado, as palavras foram tão diluídas que “Você foi salvo?” é agora equivalente de “Você se inscreveu no torneio de golfe?”. É algo que é importante, mas ainda assim casual, sujeito à reflexão relaxada.
Salvação é uma palavra séria. Ela pressupõe perigo e desespero. Você não diz brandamente a um homem que se afoga, “Ei, por que você não sai da água?” ou “Você se importaria em se unir conosco para jantar, e termos um momento de comunhão?”. Não, salvação é resgate. Ela implica necessidade. Você precisa dessa salvação. Ela não é algo indiferente ou uma questão de preferência. Significa que uma pessoa permanecerá numa condição negativa ou sofrerá alguma consequência negativa se não for retirada da sua presente situação. Em nosso contexto, essa condição negativa é a culpa do homem perante Deus – isto é, não somente uma consciência culpada por ter feito algo errado, mas um veredito de culpado por estar errado e ter praticado o erro. A consequência negativa é a ira de Deus, que o homem sofrerá alienação e rejeição de Deus nesta vida, e o fogo sem fim do inferno na vida porvir. Deus salva algumas pessoas desse lugar, e as coloca numa esfera completamente diferente.
Em adição, a ideia de salvação dá crédito àquele que realiza o resgate; não àquele que foi resgatado. Assim, perguntar a alguém “Você foi salvo?” deveria ter uma conotação inteiramente diferente de “Você se filiou à igreja?”. Não é se você fez algo, mas se Deus fez algo por você e para você a fim de salvá-lo. Essa salvação que precisamos e que é realizada por Deus sempre caracteriza nosso relacionamento com Ele, e deve permanecer na vanguarda da nossa teologia e pregação.
Ser salvo no sentido bíblico é ser resgatado de algo terrível e repulsivo – viver como um não cristão. Deus extraí algumas pessoas da vida não cristã e instá-las, não numa condição neutra ou numa mera imunidade da condenação, mas numa vida e destino superior. Não somos salvos por uma vida santa, mas chamados a uma vida santa. Dessa forma, os cristãos não são como os não cristãos, embora livres da condenação. Nós somos diferentes. Se somos cristãos verdadeiros e em crescimento, então somos um povo santo, um povo de discernimento e conhecimento, de amor e bondade, de fé e poder, e de verdade inflexível. Esse é um aspecto integral da nossa salvação, que Deus não somente nos salvou de algo, mas também nos chamou para algo. Um ministério do evangelho completo deve ensinar todas as ações e bençãos de Deus na salvação.
Como cristãos, estamos familiarizados com a ideia que é Cristo quem adquiriu a salvação por nós mediante sua morte na cruz. Ele agiu em nosso favor, como nosso campeão e representante. E morreu em nosso lugar por nossos pecados, para que pudéssemos ser livres da condenação. Então, ele foi vindicado por sua ressurreição, e assegurou para nós a justificação perante Deus. Todavia, somente aqueles que estão ligados a ele são salvos por ele, e esse vínculo ou relação com Cristo é manifesto em fé. A Escritura define essa fé em termos definidos e inflexíveis. Ter fé em Cristo é crer que ele morreu por meus pecados – não apenas por causa dos meus pecados, mas para pagar pelos meus pecados. Eu manifesto ser um cristão somente se tiver fé nesse sentido específico. Todos os cristãos concordam com isso, e aqueles que discordam não são cristãos. Eles não são salvos – permanecem debaixo do pecado e da condenação, e seu destino é o fogo eterno do inferno.
Fonte: Reflections on Second Timothy
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto, julho/2010
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