Estamos vivendo um dos momentos mais desafiadores da fé cristã. O mundo é um mundo triste e sem esperança. As famílias se esfacelam. A violência cresce. Os jovens se organizam em “gangs” para destruir uns aos outros, ou se matam por falta de sentido na vida. Os cristãos não se entendem e se tornam impotentes para exercer uma influência restauradora no mundo aonde fomos enviados. O amor esfria e a alegria se desvanece.
Perdemos, como cristãos, a cada dia, a sensibilidade e o entusiasmo para ser solidários com aqueles que sofrem. As catástrofes se multiplicam e as pessoas se sentem abandonadas. Aqui e ali algum esforço de ajuda que alcança uns poucos.
O Apóstolo Paulo em II Co 8.4 declara que os cristãos da Macedônia, passando por tremendas privações, diante das gritantes necessidades dos irmãos da Judéia, se manifestaram “pedindo, com muitos rogos, a graça de participar da assistência aos santos”.
Temos perdido a capacidade de nos “alegrar com os que se alegram e de chorar com os que choram” e, como consequência, não temos sido solidários com os que sofrem, compartindo com eles um pouco do muito que o Senhor nos tem dado. A insensibilidade vai ocupando o nosso coração de tal maneira, que não sobra espaço para o amor – a versão prática da fé cristã.
Perder a alegria de crer e de amar Jesus, perder o dom da alegria verdadeira que provém do gesto de dar a quem necessita é perder o sentido da vida cristã.
Paulo ensina aos crentes da Galácia que o fruto do Espírito começa com amor, paz e alegria. Claro que é a alegria da comunhão com Deus, é a alegria de ter o poder do Espírito no coração, mas é também a alegria de viver em amor e em paz com os irmãos na fé, completada com a alegria de minorar a dor do aflito pelo gesto de dar e de doar-se como fizeram os macedônios no passado.
“Deus ama a quem dá com alegria” (II Co 9.7). Era a experiência pessoal de Paulo, quando compartilhava com os companheiros de prisão as ofertas recebidas das igrejas, em especial, dos filipenses a quem ele agradecia de coração (Fp 4.10).
Creio que Paulo estava impactado com o amor e a alegria dos macedônios, pois ele escreve aos coríntios dizendo que “os irmãos dali tem sido muito provados pelas aflições por que têm passado. Mas a alegria deles foi tanta que, embora sendo muito pobres, eles deram ofertas com grande generosidade" (II Co 8.2 – NTLH).
O egoísmo avilta, o altruísmo enobrece. Não deixe morrer a sensibilidade no coração diante das aflições do outro. Não perca o privilégio de ser um agente da alegria no coração do próximo. Não perca a oportunidade de ser feliz, voltando-se para aquele que está infeliz.
Faça como os macedônios. Peça, com insistência a graça de participar da assistência aos que sofrem. E, assim, você experimentará uma alegria tão grande que só poderá ser superada no céu.
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