A igreja depende do Espírito Santo. É o Espírito Santo quem aplica a obra da redenção no coração dos pecadores. É impossível haver sequer um convertido sem a obra do Espírito Santo. Charles Spurgeon diz que é mais fácil crer que um leão tornar-se-á um vegetariano do que acreditar que um só pecador seja regenerado sem a obra do Espírito Santo. O livro de Atos, nos capítulos 1 e 2 nos fala sobre quatro verdades fundamentais acerca do Espírito Santo.
Em primeiro lugar, a promessa do Espírito Santo (At 1.4-8). Jesus determinou os discípulos a não saírem de Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai (At 1.4), o batismo com o Espírito Santo (At 1.5). Esse batismo seria também um revestimento de poder (Lc 24.49). Os discípulos, ainda influenciados por uma visão provinciana e política do reino de Deus, perguntaram a Jesus se seria nessa época que o reino seria restaurado a Israel. Jesus não alimenta as idéias messiânicas distorcidas deles e retoma o tema da promessa do Espírito, dizendo: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Essa promessa que se cumpriu no dia de Pentecostes é a mesma profetizada por Joel (Jl 2.28) e Isaías (Is 44.3-5).
Em segundo lugar, a busca do Espírito Santo (At 1.14). Os discípulos não aguardaram a promessa do Espírito Santo passivos, mas em oração. Os cento e vinte discípulos, entre eles os apóstolos, Maria, bem como seus outros filhos oraram durante dez dias após a ascensão de Cristo. Ao fim desse tempo, o Espírito Santo foi derramado sobre eles. Essa oração no cenáculo teve três características: primeiro, ela foi abrangente: todos eles estavam comprometidos com a busca do Espírito Santo; segundo, ela foi perseverante: todos eles perseveram em oração, sem esmorecer; terceiro, ela foi unânime, ou seja, todos tinham um só objetivo, uma só motivação, a busca do Espírito Santo. Houve unanimidade e concordância na oração. Em todos eles havia o mesmo sentimento.
Em terceiro lugar, o derramamento do Espírito Santo (At 2.1-41). No dia do Pentecostes, dez dias depois da ascensão de Cristo e da oração incessante da igreja, o Espírito Santo foi derramado. Todos os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo. Aqueles que já tinham o Espírito Santo, pois eram convertidos, agora são cheios do Espírito Santo e revestidos com poder para testemunhar. O Espírito Santo desce sobre eles em línguas como de fogo e como um vento impetuoso e todos começam a falar as grandezas de Deus. Uma multidão se ajunta curiosa e cheia de ceticismo (At 2.12), preconceito (At 2.7) e zombaria (At 2.13). Embora o milagre tenha atraído a multidão, foi a pregação da palavra de Deus que compungiu o coração do povo e naquela manhã cerca de três mil pessoas foram convertidas a Cristo. Pedro pregou um sermão Cristocêntrico, tratando da morte, ressurreição, ascensão e senhorio de Cristo. Oração e pregação, no poder do Espírito, tornaram-se as marcas da igreja. A partir daí, aqueles que até então estavam trancados com medo dos judeus, são trancados nas prisões por falta de medo. Aqueles que se acovardaram diante dos perigos, agora enfrentam açoites, prisões e até mesmo a morte com galhardia.
Em quarto lugar, a vida cheia do Espírito Santo (At 2.42-47). Depois que a igreja ficou cheia do Espírito Santo sua vida refletiu isso e o mundo foi impactado. A plenitude do Espírito foi percebida através da firmeza na doutrina dos apóstolos, do engajamento na oração, da comunhão fraternal, da adoração fervorosa e do testemunho irrepreensível. Uma igreja cheia do Espírito tem bom testemunho dos de dentro e também dos de fora. Ela cresce em conhecimento e também em graça. Ela tem a simpatia dos homens e a aprovação de Deus. Ela cresce em santidade e também em números. Ela é embaixadora de Deus na terra e também promove festa no céu.
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