Publicaremos uma série de postagens de autoria do Pastor John Stott intituladas IMAGENS DO MESSIAS, abordando uma das características mais notáveis do Antigo Testamento que é a crescente expectativa da chegada do Messias. Imediatamente após a queda, logo que Adão e Eva pecaram, Deus anunciou sua intenção de salvar os pecadores, e faria isso através de um descendente da mesma pessoa pela qual o pecado havia entrado no mundo. A partir de então, a promessa de Deus sobre o Messias vai se tornando cada vez mais rica e variada. Por exemplo, ele seria um profeta como Moisés, um sacerdote como Melquisedeque e um rei como Davi.
“Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer” (Isaías 42.1)
Na segunda parte do livro de Isaías encontramos quatro cânticos conhecidos com Cânticos do Servo. Há muita controvérsia sobre a identidade desse servo. Alguns consideram que seria alguém como Isaías ou Jeremias, enquanto para outros seria o retrato coletivo de Israel ou dos remanescentes piedosos dentro de Israel. Porém, o Novo Testamento entende que o Cântico do Servo se cumpriu em Jesus. Em seus primeiros sermões, registrados no livro de Atos, Pedro de refere a Jesus como “servo” por quatro vezes. Paulo escreveu que Ele “tomou a forma de servo” (Fp 2.7). Há ainda muitas citações e referências nos capítulos 42 e 53 de Isaías e no ensino do próprio Jesus.
Os quatro Cânticos do Servo oferecem diferentes imagens do sevo do Senhor. No primeiro (Is 42.1-40) o servo é retratado como um mestre, ensinando com mansidão, dotado do Espírito e alcançando os povos.
No segundo (Is 49.1-6) o servo é retratado como um evangelista. A ênfase agora está nas nações distantes. “Para você é coisa pequena demais”, disse Deus ao seu servo, “restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta aqueles de Israel que eu guardei”, o Senhor também faz de seu servo “uma luz para os gentios” para levar a sua salvação “até os confins da terra“ (v.6). Paulo usou esse versículo para justificar sua corajosa decisão de evangelizar os gentios (At 13.46-47).
No terceiro, o servo é retratado como um discípulo (Is 50 4-9), pois é evidente que não se pode ensinar sem primeiro ouvir e aprender. É por essa razão que Javé desperta o ouvido de seu servo “manhã após manhã” (v.4). Ele primeiro precisa abrir seu ouvido, antes de abrir a boca, mesmo que o que ele aprende ou ensina seja impopular ou provoque perseguição.
Por fim, o servo é retratado como Salvador sofredor (Is 52 13-53.12), aquele que (falando profeticamente) foi ferido pelas nossas iniqüidades e carregou em seu corpo os nossos pecados. É extraordinário como que oito versículos específicos de Isaías 53 são citados pelos autores do Novo testamento, em alguns casos várias vezes. Mão é de admirar que quando o etíope perguntou a Felipe a quem se referia Isaías 53 7-8, ele “começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhe as boas novas de Jesus” (At 8.35)
Para saber mais: Isaías 42 1-9
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