"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Série Imagens do Messias parte 6 - O Servo do Senhor

Publicaremos uma série de postagens de autoria do Pastor John Stott intituladas IMAGENS DO MESSIAS, abordando uma das características mais notáveis do Antigo Testamento que é a crescente expectativa da chegada do Messias. Imediatamente após a queda, logo que Adão e Eva pecaram, Deus anunciou sua intenção de salvar os pecadores, e faria isso através de um descendente da mesma pessoa pela qual o pecado havia entrado no mundo. A partir de então, a promessa de Deus sobre o Messias vai se tornando cada vez mais rica e variada. Por exemplo, ele seria um profeta como Moisés, um sacerdote como Melquisedeque e um rei como Davi.


“Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer” (Isaías 42.1)

Na segunda parte do livro de Isaías encontramos quatro cânticos conhecidos com Cânticos do Servo. Há muita controvérsia sobre a identidade desse servo. Alguns consideram que seria alguém como Isaías ou Jeremias, enquanto para outros seria o retrato coletivo de Israel ou dos remanescentes piedosos dentro de Israel. Porém, o Novo Testamento entende que o Cântico do Servo se cumpriu em Jesus. Em seus primeiros sermões, registrados no livro de Atos, Pedro de refere a Jesus como “servo” por quatro vezes. Paulo escreveu que Ele “tomou a forma de servo” (Fp 2.7). Há ainda muitas citações e referências nos capítulos 42 e 53 de Isaías e no ensino do próprio Jesus.

Os quatro Cânticos do Servo oferecem diferentes imagens do sevo do Senhor. No primeiro (Is 42.1-40) o servo é retratado como um mestre, ensinando com mansidão, dotado do Espírito e alcançando os povos.

No segundo (Is 49.1-6) o servo é retratado como um evangelista. A ênfase agora está nas nações distantes. “Para você é coisa pequena demais”, disse Deus ao seu servo, “restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta aqueles de Israel que eu guardei”, o Senhor também faz de seu servo “uma luz para os gentios” para levar a sua salvação “até os confins da terra“ (v.6). Paulo usou esse versículo para justificar sua corajosa decisão de evangelizar os gentios (At 13.46-47).

No terceiro, o servo é retratado como um discípulo (Is 50 4-9), pois é evidente que não se pode ensinar sem primeiro ouvir e aprender. É por essa razão que Javé desperta o ouvido de seu servo “manhã após manhã” (v.4). Ele primeiro precisa abrir seu ouvido, antes de abrir a boca, mesmo que o que ele aprende ou ensina seja impopular ou provoque perseguição.

Por fim, o servo é retratado como Salvador sofredor (Is 52 13-53.12), aquele que (falando profeticamente) foi ferido pelas nossas iniqüidades e carregou em seu corpo os nossos pecados. É extraordinário como que oito versículos específicos de Isaías 53 são citados pelos autores do Novo testamento, em alguns casos várias vezes. Mão é de admirar que quando o etíope perguntou a Felipe a quem se referia Isaías 53 7-8, ele “começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhe as boas novas de Jesus” (At 8.35)

Para saber mais: Isaías 42 1-9  

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