Por Maurício Jordão de Souza
Texto base: Lucas 15.11-32
A igreja visível tem a grande missão deixada pelo Senhor Jesus de buscar pecadores e trazê-los aos Seus pés. Contudo está enferma e carece de redirecionamento, recondução ao evangelho de Jesus Cristo, na busca de esvaziar-se de si mesma e solidarizar-se ao mundo de tal maneira que se condoa com suas dores e fraquezas, contaminando-o sem deixar-se contaminar por ele.
A Igreja deve ser evangelizadora. Muitas práticas evangelísticas têm sido adotadas na busca incessante de trazer almas a Cristo Jesus, como campanhas em estádios, em praças e meios de comunicação em massa, tais como rádio e televisão. Contudo, mesmo sendo a Igreja o instrumento responsável que Deus usa para levar o evangelho aos homens, Deus é o Autor da salvação, Cristo é o Autor e Consumador da fé e o Espírito Santo é quem produz em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Nem sempre isso tem acontecido!
Devemos ter em mente que muitos estão sedentos por conhecer a Cristo. A palavra tem sido amplamente disseminada no mundo das mais diversas maneiras, mas a estratégia dever partir de Deus. O que nos cabe é nos dispor e obedecer. Estarmos atentos as oportunidade que Deus Pai nos concede.
O livro: As Antigas Doutrinas da Graça, estabelece que o evangelismo calvinista começa de dentro para fora. Infelizmente “o problema real não é o estado dos que estão fora da Igreja, mas o estado dos que estão dentro. E que de nada adianta rodear o mar e a terra para trazer alguém para a Igreja, e, uma vez conseguido, torná-lo pior do que antes. Assim se a Igreja não está frutificando, a solução, para o calvinismo, não é organizar uma campanha evangelística, ou estabelecer metas e estimular e ensinar técnicas evangelísticas; mas recorrer à Palavra de Deus para saber o que está errado. Buscar a Deus e implorar-Lhe sua benção sobre a Igreja é a atividade mais frutífera a ser empreendida.”
O cristão deve impactar o mundo através de sua própria vida e conduta. A mensagem por ele pregada deve ser por ele vivida. O nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo deve ser proclamado e assim pessoas serão atraídas a Ele. Essa é a responsabilidade de cada cristão verdadeiro, pois, o sangue de muitos esta em suas mãos. Devemos nos dispor a buscar almas para Cristo!
Como já sabemos o mundo jaz no maligno. O tempo urge! Os sinais da volta do Senhor Jesus Cristo estão cada vez mais visíveis e presentes nos dias atuais. Os cristãos da Igreja de Tessalônica, plantada pelos missionários Paulo, Timóteo e Silas, já aguardavam ansiosamente a segunda vinda de nosso Salvador. Era uma igreja que vivia o presente, mas de olho no futuro, perseverante, vivendo esperançosamente nas promessas do Senhor.
“Conhecemos muito bem a parábola do filho pródigo registrada no capítulo 15 do evangelho de Lucas. Na verdade, as três parábolas, incluindo a da ovelha e da drácma perdida, têm o mesmo propósito: mostra a alegria, a celebração que acontece no céu por um pecador que volta ao pai arrependido de seus pecados”.
“Depressa! Tragam a roupa mais bonita e rica da casa pra vestir nele. Um anel de pedras preciosas e sapatos! Matem o melhor bezerro que temos. Precisamos fazer uma festa, para comemorar nossa alegria. Porque este meu filho estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado. Com isso começou a festa. (Lucas 15. 22-24)
Sem arrependimento não há como voltar à vida. Não há como buscar a Deus, o mundo nos consome com todos os seus atrativos e ardis. Como é dito no verso 18, “o filho, ainda lá distante, demonstra seu arrependimento e planeja seu retorno. Essa deve ser a primeira característica de quem verdadeiramente reconhece seus erros, seus pecados. Ele planeja sua confissão e indignidade pelo que fez e imediatamente volta. Quando se aproxima do pai, é recebido com toda ternura, amor e compaixão. Confessa seus pecados e é perdoado. O banho, a melhor roupa, o anel, os sapatos, o bezerro cevado, tudo isso simboliza que o pai já aguardava esse momento; tudo já estava preparado porque sabia que ele voltaria”. Deus nos aguarda de braços abertos em Cristo Jesus , Ele é o Deus da paz e da misericórdia e nos perdoa “não apenas sete vezes, mas até setenta vezes sete” os nossos pecados confessados em arrependimento sincero.
“Sabemos que o Salvador deixou as parábolas exatamente para nos ensinar sobre o seu sacrifício na cruz. Sabemos que o seu sangue foi derramado em nossos corações, e que fomos lavados e purificados de todo o pecado. A melhor roupa simboliza a justificação com a qual Ele reveste aquele que recebe o dom gratuito da salvação (Mt 22. 11; Rm 13. 14; Ap 19. 8); o anel, o selo, indicando reconciliação e autoridade; as sandálias, sua liberdade (Gl 5.1); a festa, a comunhão; a alegria, a celebração”. Reiterando: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lc. 15.17). "Celebremos com toda disposição para louvar, glorificar, exaltar, bendizer, ao Salvador! Ele é o Senhor da festa! A ele toda honra e toda glória!".
Amados, não podemos deixar de evangelizar, seja através da pregação fiel das Escrituras, seja pelo testemunho de vida, não podemos seguir o exemplo do irmão do filho pródigo (Lc 15. 25-32), pois esse é um constrangimento natural do Espírito Santo “sofrido” pelos verdadeiros cristãos. “Essa de fato é uma motivação apostólica. Pedro e João foram presos por pregarem o evangelho. Foram ameaçados e ordenaram-lhes que não mais pregassem. O que responderam? “... não podemos deixar de falar das coais que vimos e ouvimos” (At. 4.20). Tendo sido libertos, oraram pedindo que lhes fosse concedido poder para que anunciassem com intrepidez a palavra de Deus. “Tendo eles orado, o lugar tremeu, e ficaram cheios do Espírito Santo, e com intrepidez anunciavam a Palavra de Deus”. Eles não podiam parar de pregar. Eles não podiam parar de fazê-lo. Ninguém podia impedi-los. A perseguição aumentou. Saulo assolava a igreja. E ela teve que fugir. “Entrementes” lemos em Atos 8.4, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando (anunciando) a Palavra””.
“Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, estabelece o teu reino em nosso meio”, “Santo Espírito, fôlego do Deus vivo, renova a nós e ao mundo inteiro”!
Texto com fragmentos de Pastorais da Igreja Presbiteriana do Brasil de Brasília e do Livro: As Antigas Doutrinas da Graça – Autor Paulo Anglada – Editora Ultimato.
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