"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



domingo, 16 de janeiro de 2011

Série O Sermão do Monte parte 2 - O sal e a luz

Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre O SERMÃO DO MONTE, contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato. Abordando sua essência, o autor alega que apesar do fato de algumas pessoas dizerem viver segundo o Sermão do Monte, é possível que elas nunca o tenham lido. Porém a reação mais comum oposta – são muitos os que falam que o Sermão do Monte é um belo ideal, mas totalmente inaplicável, sendo inalcançável. Tolstoi, em certo sentido, combinou essas reações. Por um lado, ansiava por ver o sermão do monte praticado, enquanto, por outro, reconhecia seus fracassos pessoais.

Na sua essência, o Sermão do Monte (que, provavelmente, tenha sido mais um tipo de curso de verão estendido do que uma simples pregação) foi o apelo de Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. ”Não sejam iguais a eles”, disse Ele (MT 6.8). O Reino que Ele proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos. Desse modo, Ele fala de justiça, influência, piedade, confiança e ambição, e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho dele.


”Você são o sal da terra... Vocês são a luz do mundo... Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens.” (Mateus 5.13-14, 16)

Sal e luz são duas das maiores necessidades nos lares. Certamente Jesus deve ter visto, inúmeras vezes, sua mãe usar o sal na cozinha. Naqueles dias, antes de existir a refrigeração, o sal era usado normalmente com propósitos antissépticos e de preservação. Assim, Maria deixava peixe e carne mergulhados em água salgada, e acendia lamparinas a óleo quando o sol se punha.

Jesus escolheu essas imagens para indicar a influência que ele desejava que seus seguidores exercessem no mundo. O que Ele quis dizer? O que é legítimo para nós deduzir dessa sua escolha de metáfora? Acredito que ele estava ensinando quatro verdades. Primeiro, os cristãos são radicalmente diferentes dos não-cristãos. Ambas as imagens estabelecem as duas comunidades em contraste uma com a outra. Por um lado, há o mundo; por outro, há você, que deve ser luz na escuridão do mundo. Novamente, o mundo é como carne apodrecida e peixe em decomposição, mas você deve ser o seu sal, detendo a deterioração da sociedade. As duas comunidades são tão diferentes uma da outra quanto a luz é da escuridão, e o sal, da corrupção.

Segundo, os cristãos devem penetrar na sociedade não-cristã. Embora espiritual e moralmente distintos, não devemos ser socialmente segregados. Uma lâmpada não traz nenhum benefício se for guardada no armário; e o sal não faz bem se ficar guardado dentro do saleiro. A luz deve brilhar na escuridão; o sal deve penetrar na carne. Ambos os modelos ilustram o processo de penetração.

Terceiro, os cristão podem influenciar e mudar a sociedade não-cristã. Sal e luz são ambos mercadorias eficazes. Eles mudam o seu ambiente. Quando o sal é introduzido na carne, algo acontece; a deterioração bacteriológica é contida. Do mesmo modo, quando a luz é acesa, algo acontece; a escuridão é dissipada. Não apenas indivíduos podem ser mudados; sociedades também podem ser transformadas. É claro que não podemos tornar a sociedade perfeita, mas podemos melhorá-la. A história está cheia de exemplos de melhora social por meio da influência cristã.

Quarto, os cristãos devem conservar as características Cristãs. O sal deve reter sua salinidade; caso contrário, será inútil. A luz deve reter seu brilho; caso contrário, nunca dissipará a escuridão. E quais são nossas características cristãs? O restante do Sermão do Monte nos diz.

Para saber melhor: Mateus 5.13-16    


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