Por John Stott
“Assim como os novos céus e a nova terra que vou criar serão duradouros diante de mim”, declara o Senhor, “assim serão duradouro os descendentes de vocês e o seu nome” (Isaías 66.22)
Os olhos proféticos de Isaías agora examinam o futuro e se concentram na missão universal da igreja (v. 18-21) e na restauração final do universo (v. 22-24). Quanto à missão cristã, o profeta destaca três aspectos. Primeiro, seu campo de ação inclui todas as nações. Nos versículos 18-20 encontramos quatro referências a um “ajuntamento de todas as nações”. Segundo, seu motivo (o fator que desencadeia a ação) é a rejeição ao evangelho por parte de Israel. Lucas afirma esse fato no livro de Atos em quatro situações distintas. Corresponde à visão do apóstolo Paulo unindo judeus e gentios em Cristo. Terceiro , o objetivo da missão cristã é a glória de Deus (v. 18-19), proclamada pelos missionários e vista e reconhecida através de seus discípulos.
A partir do verso 22, o profeta avança rapidamente para o fim da história, quando Deus criará um novo céu e uma nova terra. Ele já havia se referido a isso num capítulo anterior (65.17), e mais tarde Jesus e Seus apóstolos irão repetir esta mesma profecia (MT 19.28; 2Pe 3.13; AP 21.1,5). Duas características se destacam aqui. A primeira é que esse novo universo será em parte material, uma vez que incluirá uma nova terra, transformada e glorificada. Mais tarde, Paulo irá escrever que a própria natureza criada será libertada da escravidão em que se encontra (Rm 8.18-25). Assim como nossos corpos ressuscitados desfrutarão ao mesmo tempo da continuidade e da descontinuidade com esses corpos, o novo céu e a nova terra desfrutarão dessa mesma continuidade e descontinuidade. A segunda é que o novo céu e a nova terra irão permanecer tanto quanto seus habitantes. Somente aqueles que deliberadamente se rebelarem contra Cristo serão destruídos (com lixo entregue ao depósito fora de Jerusalém [Is 66.24]).
Essa duas ênfases (missão universal e restauração definitiva) estão vinculadas ao ensino de Jesus, pois Ele ordenou que levássemos o evangelho até os confins da terra, e só então viria o fim. Os dois fins irão coincidir. Enquanto isso, o intervalo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo deve ser preenchido pela obra missionária da igreja por todo o mundo.
Para saber mais: 2 Pedro 3.1-13
Texto retirado do Devocionário A Bíblia Toda, o Ano Todo Meditações Diárias de Gênesis a Apocalipse, de John Stott, Tradução Jorge Camargo, Editora Ultimato.
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