Desde o início do ano temos visto catástrofes naturais afetando ou matando vidas humanas como são os casos do Haiti e da Ilha Grande em Angra dos Reis. Quero me deter sobre esses dois casos, que têm diferenças e semelhanças. Dentre as diferenças destacam-se as proporções entre os desastres de Angra e do Haiti, como os panoramas vividos pelas respectivas vítimas. Em Angra, havia festa, fartura, prosperidade e esperança, enquanto no Haiti, desde antes, havia tristeza, fome, miséria, falta de esperança.
Se havia diferenças, também houve e há semelhanças, como destruição, medo, morte, solidariedade e pedidos de socorro. Quero me deter um pouco sobre esse último, pois apenas quem se sente em perigo pede socorro. Sem a consciência do perigo ou, mesmo sendo sabedor desse, mas pedindo ajuda a quem não pode ajudar, segue-se para a dor e a morte.
Diante de tal realidade, gostaria de refletir sobre o perigo iminente de morte espiritual a que muitos estão sujeitos, sem se darem conta da situação na qual estão inseridos, quaisquer que sejam seus contextos ou realidades: de festa ou tristeza, de fartura ou fome, de prosperidade ou miséria, de esperança ou falta de esperança no que será de suas vidas de carne e osso nesta Terra.
Como disse, sem haver noção do perigo, as pessoas continuarão caminhando para a morte. Sem que tenham consciência de que precisam de Deus, sem terem quem lhes pregue o Evangelho, sem crerem que só há um caminho para a salvação, continuarão sem Deus e irão para o inferno. Nesse caso, o azar não é só deles, mas Deus cobrará a responsabilidade que cabia a cada um de nós.
Mas não é só. Por vezes, a pessoa tem consciência de que sua vida é uma desgraça, sabe que está andando por caminhos de trevas, mas está pedindo ajuda a quem não pode ajudá-la. Pede-se ajuda às drogas (álcool, maconha, cocaína, crack, etc), pede-se ajuda ao consumismo desenfreado, pede-se ajuda ao misticismo, aos livros de auto-ajuda, à ciência, verdadeiros clamores por momentos de euforia passageira, mas que não são capazes de livrar do perigo e da morte espiritual. Na maioria das vezes não resolvem sequer o problema da morte material, mas a precipitam.
Já contei na igreja que li a transcrição da fala de um piloto com a torre durante uma viagem que terminou com um fatal acidente de aeronave de pequeno porte. A última expressão que se ouviu do piloto foi: Jesus! Talvez a expressão mais verdadeira, sincera, pura e forte dita por aquele homem. Algo próximo ao que ocorreu com um dos ladrões da cruz, que experimentou a morte física, mas lhe fora concedida a salvação eterna. Certamente invocou o nome que trazia consigo a única e última esperança da sua vida. Penso ter sido um grito de fé; a chave que conduziu aquele homem para a vida eterna, ainda que ele não fosse “crente”, não tivesse frequentado a igreja ou algo do gênero.
Informemos às pessoas que estão em perigo e lhes ensinemos a quem pedir socorro!
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