"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O mistério da vida, o mistério da morte e o mistério da ressurreição


A cada segundo, nascem 4,4 pessoas ao redor do mundo e morre quase o mesmo número. Graças ao pequeno saldo a favor dos que nascem, a população continua a crescer. Quando alcançarmos o pico da população mundial, talvez no final deste século, haverá por algum tempo certo equilíbrio entre os que nascem e os que morrem. A partir de então, é provável que o número de mortes supere o número de nascimentos e a população comece a diminuir. A morte pode perder a batalha demográfica (quando o número de nascimentos supera o número de mortes), mas nunca perde a batalha travada entre ela e a vida. 
 
Temos sido obrigados a misturar o mistério da vida com o mistério da morte. Outro dia, por exemplo, enquanto um grupo de pessoas celebrava com muita alegria o casamento de um doutorando em botânica de 28 anos, outro grupo velava com muita tristeza o corpo do orientador do noivo, um professor de 58 anos. 
 
No primeiro domingo de novembro de 2006, um garoto de sete anos vibrava com o passeio que fazia numa praia de Porto Seguro, BA, em cima de um “bote-banana”. Na última manobra da embarcação, quando todos deveriam cair na água, o pequeno Lucas teve a cabeça decepada pela hélice da lancha ou pelo cabo que ligava a lancha ao bote. 
Vamos hoje à loja de móveis para comprar um bercinho, e amanhã, à funerária para comprar uma urna. No berço, colocamos nossos recém-nascidos e, na urna funerária, os nossos recém-mortos. 
 
Ao mesmo tempo que misturamos o mistério da vida com o mistério da morte, precisamos misturar o mistério da morte com o mistério da ressurreição. Isso é muito confortante, mas é matéria de fé. A ciência não nos leva à ressurreição do corpo. 
Dos três grandes mistérios — o mistério da vida (ainda não totalmente desvendado), o mistério da morte (ainda profundamente complexo) e o mistério da ressurreição (ainda não verificado) — o maior deles é o mistério da ressurreição. Chama-se de mistério tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender. É aí que entra a outra faculdade humana, a capacidade de acreditar em Deus, em seus atributos e em sua Palavra. 
 
A ressurreição do corpo é uma esperança tão certa como a vida, tão certa como a morte. Essa esperança está de tal modo vinculada à ressurreição de Cristo que, se esta não acontecer, todo o edifício religioso construído sobre a pessoa de Jesus desmorona por completo. Não fica pedra sobre pedra.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A VONTADE DE DEUS!


“Então Jesus disse de novo: Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.” (João 20:21)

Creio que estas palavras de Jesus aos seus seguidores, feita após sua ressurreição, aconteceu dentro do período de 40 dias em que passou ensinando seus discípulos sobre o Reino de Deus (Atos 1.3). Ele estava orientando-os como deveriam viver proativamente, com o objetivo de sinalizar esse Reino aos que ainda não o conhecia. Convido-lhe para pensar um pouco sobre as implicações desta afirmação.

Minha conversão se deu quando eu tinha 19 anos. E a pergunta que me perseguia era: “qual a vontade de Deus para minha vida?” O pastor que me discipulou me dava algumas respostas, dentre elas a do Breve Catecismo de Westminster: “o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Eu cria nessa afirmação, mas não a tinha como suficiente para entender meu papel neste mundo.

Certo dia a palavra do apóstolo Paulo na carta que escreveu aos romanos me trouxe mais luz (e mais perturbação também): “Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)

Deus tinha me tornado seu filho e agora trabalhava para que eu fosse como Jesus Cristo, o Filho Eterno, o Deus encarnado. Assim, pensei: “O propósito de Deus para minha vida é que eu seja semelhante a Jesus, ou seja, da mesma natureza. Isso traz um imenso peso. Como amar como Ele amou? Como perdoar como Ele perdoou? Como cuidar como ele cuidou? Como enxergar as pessoas, ver o sofrimento, não ser indiferente mas agir em prol da cura, da libertação, da restauração, da provisão? Como ser íntegro, como ser altruísta? Vou sofrer como Ele?” Enfim, eu tinha que olhar para vida de Jesus e viver como Ele viveu: “Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei.” (João 17:18). E mais, a missão de Jesus era o modelo para minha missão na terra. Então afirmei: “Não dou conta!”

Estudando a Bíblia aprendi que Deus está trabalhando na minha vida para que esse objetivo se torne completo. Mais uma vez o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou e me ensinou: “Portanto, todos nós, com o rosto descoberto, refletimos a glória que vem do Senhor. Essa glória vai ficando cada vez mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor, que é o Espírito.” (2 Coríntios 3:18)

O propósito de Deus alcançará totalidade no futuro. É o que aprendi com outro apóstolo de Jesus, João: “Meus amigos, agora nós somos filhos de Deus, mas ainda não sabemos o que vamos ser. Porém sabemos isto: quando Cristo

aparecer, ficaremos parecidos com ele, pois o veremos como ele realmente é.” (1 João 3:2)
Agora, convido você a voltar à afirmação de Jesus no início deste texto, e ler a declaração seguinte: “Depois soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo.” (João 20:22).

Louvado seja Deus! O Espírito Santo é o instrumento para discernirmos e sermos o que Deus planejou para cada um. Quem crê em Jesus como filho de Deus e O confessa como Senhor da sua vida, tornando-se seu seguidor, este recebe o Espírito Santo que lhe dá uma nova vida, transforma dia a dia na direção da semelhança de Jesus, enche de poder (At 1.8) para cumprir a missão de Deus, e habilita para enfrentar todas as dificuldades que o próprio Senhor Jesus enfrentou na jornada terrena.

Diante dessas respostas, vivo com o coração pacificado sobre o que Deus tem para minha vida. O que sou, a profissão que tenho, o ministério que desenvolvo, as pessoas com as quais me relaciono, os sofrimentos e tribulações que me alcançam, tudo é parte do propósito de Deus para me transformar à semelhança do Seu Filho! Vivo, dia a dia, convicto de que Ele está trabalhando em mim e peço que encha-me com Seu Santo Espírito, pois só assim poderei ser e cumprir o que Ele preparou para mim.