"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Justificação pela fé: fora de moda?


Por Benjamim B. Warfield

Às vezes nos é dito que a Justificação pela Fé está "fora de moda", obsoleta. Seria uma pena se fosse verdade. Isso significaria que o caminho da salvação estaria fechado e "nenhuma passagem" estaria "pregada sobre as barreiras". Não há nenhuma justificação para pecadores a não ser pela fé. As obras de um pecador serão sempre, é claro, tão pecaminosas quanto ele mesmo, e nada exceto a condenação pode ser construído sobre elas. Então onde poderia ele conseguir obras nas quais pudesse fundamentar a sua esperança de justificação, exceto em algum Outro? A sua esperança de Justificação, lembre-se, é de ser declarado íntegro diante de Deus. Será que Deus poderia declará-lo íntegro sem ser com base em obras que são, elas mesmas, íntegras? Onde um pecador poderá arrumar obras que são íntegras? Seguramente, não em si mesmo; afinal, não se trata ele de um pecador, e todas as suas obras tão pecaminosas quanto ele? Ele precisa, então, sair de si mesmo e encontrar obras que ele possa oferecer a Deus como justas. E onde ele poderá encontrar tais obras se não em Cristo? Ou como fará ele com que elas passem a ser suas a não ser pela fé em Cristo?

Justificação pela Fé, portanto, não é oposta à justificação através de obras. Só há contradição com a justificação por nossas Próprias obras. É uma justificação pelas obras de Cristo. A questão inteira, conseqüentemente, é se nós podemos esperar ser recebidos no favor de Deus com base no que nós fazemos, ou apenas com base no que Cristo fez por nós. Se nós esperamos ser recebidos com base no nós mesmos fazemos - isso é chamado Justificação por Obras. Se o nosso fundamento é o que Cristo fez por nós - isso é o que significa Justificação por Fé. Justificação por Fé significa, portanto, que nós olhamos para Cristo e para ele somente em busca de salvação, e vamos a Deus alegando que a morte e a retidão de Cristo são a base da nossa esperança de sermos recebidos no favor dEle. Se a Justificação por Fé tornou-se obsoleta, isso significa, então, que a salvação em Cristo está obsoleta. Não há nada a se fazer, se for assim, a não ser que cada homem faça o melhor que puder para se salvar.

"A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar."
Portanto, Justificação por Fé não significa "salvação por acreditar em certas coisas" em vez de "salvação por fazer o que é certo". Significa pleitear os méritos de Cristo perante o trono da graça em vez de nossos próprios méritos. Pode ser correto acreditar em certas coisas, e fazer coisas certas certamente é certo. A dificuldade em apresentar nossos próprios méritos diante de Deus não é que nossos méritos não seriam aceitáveis a Deus. A dificuldade é que nós não temos nenhum mérito nosso para lhe apresentar. Adão, antes da queda, tinha seus próprios méritos, e porque ele os tinha ele era, em si mesmo, aceitável a Deus. Ele não precisava de Outro para se interpor entre ele e Deus, cujos méritos ele pudesse pleitear. E, por isso, não havia nenhuma conversa sobre ele ser Justificado por Fé. Mas nós não somos como Adão antes da queda; nós somos pecadores e não temos nenhum mérito em nós mesmos. Se nós tivermos que ser justificados, terá que ser com base nos méritos de Outro, cujos méritos possam ser feitos nossos pela fé. E foi por isso que Deus enviou seu Único Filho para que todo que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna. Se nós não crermos nele, obviamente teremos que perecer. Mas se nós acreditarmos nele, nós não morreremos, mas teremos a vida eterna. Isso é tão somente a Justificação pela Fé. Justificação pela Fé não é nada mais, nada menos, do que obter a vida eterna crendo em Cristo. Se a Justificação por Fé está obsoleta, então a salvação em Cristo está obsoleta. E como não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre homens, pelo qual devamos ser salvos, se a salvação em Cristo está obsoleta então obsoleta  está a própria salvação. Seguramente, em um mundo cheio de pecadores precisando de salvação, isso seria uma grande pena.

Fonte: Extraído do site Reformation INK

Tradução: Centurio
Fonte Original: Publicado originalmente em "The Christian Irishman", Dublin, Irlanda, em Maio de 1911, p. 71.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ignorar Deus

Leitura Bíblica: Salmo 14

“Conheçamos o Senhor, esforcemo-nos PR conhecê-lo” (Os 6.3)

Para os que vivem neste mundo e se esforçam por conquistar o melhor que ele oferece, é mais Cômodo ignorar a Deus (fazer de conta que Ele não existe). Talvez, quando pequenos, não foram devidamente ensinados por seus responsáveis. Mais tarde, colegas e professores fizeram a sua parte para desacreditar a fé em Deus. Encontram-se muitos argumentos que colocam em dúvida Sua existência, soberania e o fato de que Jesus é Seu Filho e nosso Salvador. 

O que ninguém consegue é fazer silenciar dentro de sua consciência uma dúvida que incomoda sobre a existência de um Deus justo que nos vê e retribui conforme nossos atos, bons ou maus. Grave é o fato de as pessoas acharem que as coisas ruins que nos acontecem são castigo ou omissão da parte de Deus, e que se fizerem boas ações serão por isso recompensadas.

O julgamento de tudo que fizemos só se dará após esta vida, no juízo final (Ap 20.11-15). Antes disso, os males que acontecem podem ser consequência natural de nossa desobediência a Deus e de nossa tendência ao mal. Muitos também sofrem porque outros praticaram injustiças ou maldades. A falta obediência aos mandamentos divinos, a arrogância dos poderosos e a insensibilidade de outros tantos levam milhares e até milhões ao sofrimento. É castigo? Não, é consequência.

No dia do juízo final, quando o justo Juiz revelar as obras de cada um, haverá condenação e castigo – e este será eterno, irreversível. Muitos se surpreenderão ao saberem quais atos os levaram à condenação, pois não os consideravam graves, por desconhecerem a Palavra de Deus (veja, por exemplo, em Ap 21.8, uma lista de pessoas que não entrarão no Reino de Deus).

Portanto, ignorar a Deus, o que Ele pensa e faz, é extremamente perigoso: define seu destino na eternidade. Então, se você quer ter vida eterna no céu, busque ao Senhor enquanto há tempo!

Para não faz diferença se O ignoramos, mas para nós é fatal 

Por Wilfried Körber, Vinhedo - SP
Pão diário 2012


Para refletir

JESUS A PORTA DAS OVELHAS

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, 
será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagens.” 
(Jo 10.9)

Os pastores guardavam seus rebanhos em lugares seguros, em tempos de frio. Mas, nas noites quentes de verão, ficavam nas próprias campinas guardando-os dos animais predadores. As ovelhas ficavam reunidas em apriscos improvisados e os pastores mesmos eram a porta de entrada para as ovelhas. É nesse contexto que Jesus afirma ser a porta das ovelhas. Essa metáfora sugere-nos três verdades: primeira, Jesus é a porta da salvação. “Se alguém entrar por mim será salvo”. Não há salvação fora de Jesus. Ele é o Caminho para Deus, a porta da salvação. Ninguém pode chegar a Deus por suas obras nem mesmo por sua religiosidade.

Somente Cristo é a porta! Segunda: Jesus é a porta da liberdade. Jesus disse: “... entrará e sairá...”. Há muitas portas que conduzem ao cativeiro e à escravidão. São portas largas e espaçosas, mas desembocam em becos escuros e masmorras insalubres. Jesus, porém, é a porta da liberdade. Finalmente, Jesus é a porta da provisão. “... e achará pastagens”. Jesus Cristo é a própria provisão das ovelhas. Ele veio para que você tenha vida e vida em abundância!

ORE

Pai celeste, é dessa vida abundante que quero desfrutar por toda a minha existência. Todas as outras propostas de vida geram escravidão e morte. Só o Senhor liberta. Em nome de Jesus.
Cada Dia    

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Mel na caveira de um leão morto

Sansão foi levantado por Deus num tempo de opressão. Seu nascimento foi um milagre. Foi consagrado a Deus como nazireu desde o ventre. Tornou-se um portento. Sua força era colossal. Era um jovem prodígio, um verdadeiro gigante, homem imbatível. Seu único problema é que não conseguia dominar seus impulsos. Um dia viu uma jovem filisteia e disse a seu pai: “Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; tomai-ma, pois por esposa [...] porque só desta me agrado” (Jz 14.2,3). Seu pai tentou demovê-lo, mas Sansão não o ouviu. 

Certa feita, caminhando pelas vinhas de Timna, um leão novo, bramando, saiu ao seu encontro, mas Sansão rasgou esse leão como se rasga um cabrito. Depois de alguns dias passou pelo mesmo local e foi dar uma olhada no corpo do leão morto. Estava ali, na caveira do leão, um enxame de abelhas. Sansão pegou um favo de mel nas mãos e se foi andando e comendo dele (Jz 14.8,9). Sansão era nazireu e não podia tocar em cadáver. Ele quebrou, ali, o primeiro voto de sua consagração a Deus. Ele procurou doçura na podridão. Ele comeu mel da caveira de um leão morto. Muitos ainda hoje buscam prazer no pecado e procuram doçura naquilo que é impuro. Por isso, perdem a unção, a paz e a intimidade com Deus.

A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo. Porque Sansão quebrou o primeiro voto do nazireado, abriu a porta para outras quedas. Na festa de casamento, com vergonha de assumir sua posição de nazireu, Sansão fez ali um banquete; porque assim o costumavam fazer os moços (Jz 14.10). Sansão preferiu imitar os moços de sua época a posicionar-se como um ungido de Deus. 

Além de não tocar em cadáver, um nazireu não podia beber vinho. Mas, Sansão quebrou mais esse voto de consagração por não ter peito para ser diferente e fazer diferença. Daí para frente, sua vida foi de queda em queda. Coabitou com uma prostituta em Gaza (Jz 14.1) e afeiçoou-se a Dalila (Jz 14.4). Essa mulher astuta o seduziu e arrancou dele a confissão acerca da origem de sua força. Um nazireu não podia cortar o cabelo, mas a cabeça de Sansão foi raspada. Esse jovem prodígio perdeu sua força. O Espírito Santo retirou-se dele. Caiu nas mãos dos filisteus. Estes, lhe vazaram os olhos e escarneceram dele num templo pagão. 

Sansão brincou com o pecado e o pecado o arruinou. Sansão não escutou conselhos e fez manobras erradas na vida. Sansão fez pouco caso de seus votos de consagração e perdeu o vigor de seu testemunho. Perdeu sua força e sua visão. Perdeu sua dignidade e sua própria vida. Vocacionado para ser o libertador do seu povo, tornou-se cativo. Porque desprezou os princípios de Deus, o nome de Deus foi insultado num templo pagão por sua causa. 

A vida de Sansão é um brado de alerta para a nossa geração. Há muitos jovens, que à semelhança de Sansão, não escutam seus pais. Muitos jovens, mesmo sendo consagrados a Deus, filhos da promessa, vivem flertando com o mundo, amando o mundo, sendo amigos do mundo e conformando-se com o mundo, procurando mel na caveira de leão morto.

Muitos crentes têm perdido a coragem de ser diferentes. Imitam o mundo em vez de serem luz nas trevas. Fazem suas festas como o costumam fazer aqueles que não conhecem a Deus. Transigem com os absolutos de Deus e entregam-se às aventuras, buscando uma satisfação imediata de seus desejos. Esse caminho, embora cheio de aventuras e prazeres, é um caminho de escuridão, escravidão e morte. 

O pecado é um embuste. Promete prazer e traz tormento. Promete liberdade e escraviza. Promete vida e mata. O pecado levará você mais longe do que gostaria de ir; reterá você mais tempo do que gostaria de ficar e, custará a você um preço mais [do] alto do que gostaria de pagar.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Chocolate ou Sangue?

“Logo, muito mais agora, 
sendo justificados pelo seu sangue...”
Rm 5.9


A sociedade secularizada trocou não apenas o cordeiro pelo coelho, mas também substituiu o sangue pelo chocolate. O sangue nos causa repulsa, mas o chocolate é doce ao paladar. O chocolate nos agrada e nos dá prazer, mas o sangue nos deixa constrangidos e atônitos. Porém, o que tem a ver o chocolate com a páscoa? Absolutamente nada! Essa é a religião secularizada. Cria símbolos que agradam o gosto do homem, mas afastam as pessoas do caminho de Deus.


A redenção do cativeiro não aconteceu por causa do chocolate, mas por causa do sangue. Não o nosso próprio sangue, mas o sangue de um cordeiro substituto. Aquele cordeiro sem defeito, imolado em favor de cada família era um tipo de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Não somos salvos pelas nossas obras, somos salvos pelo sangue de Jesus Cristo. Ele é o nosso Cordeiro pascal. É pela sua morte que temos vida. É pelo sangue que somos libertos e purificados de todo o pecado. O chocolate é bom e agradável, mas não como símbolo da páscoa!


ORE




Senhor Deus, para que houvesse liberdade, sangue inocente foi derramado. Assim é a salvação em Cristo. Pela morte dele, eu agora posso desfrutar de vida plena em ti. Em nome de Jesus.