"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



domingo, 31 de outubro de 2010

Reformas

Por Wanderley de Matos Júnior

Leitura Bíblica “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é Don de Deus; (Efésios 2.8)

No evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé” (Romanos 1.17)

Lá pela época em que o Brasil foi “descoberto”, um homem encontra Deus ao ler o versículo em destaque e descobre uma fé viva neste Deus que antes lhe parecia distante. Seu nome é Martinho Lutero, um sacerdote católico alemão. Ele decide denunciar alguns dos exageros da ordem religiosa vigente e prega suas 95 teses na porta da catedral. Com isso, em 31 de outubro de 1517 inicia a Reforma Protestante – há 493 anos.

Ele foi perseguido por suas idéias, mas influenciou sua geração – influência que nos alcança ainda hoje. A Reforma mudou a compreensão do Cristianismo para além do seu próprio tempo – no texto de hoje vemos um dos pontos que ela defendia. Lutero era inteligente e buscava a Deus com sinceridade, mas era apenas um homem, sujeito aos mesmos desafios e medos que nós. Não era perfeito. Cometeu erros no processo, como todos os que buscam algo novo. Mas ele tinha coragem, fibra e garra.

A igreja e o mundo precisam de pessoas assim, que influenciem positivamente a sua geração. Precisamos de reformadores: pessoas que acreditam, ousam e pensam além de seu tempo; que ama sinceramente a Deus e não tenham medo nem preguiça de estudar, de ir além, de questionar seu tempo e confrontá-lo coma as Escrituras. Precisamos de gente com Lutero e tantos outros homens e mulheres que entraram para a história por causa de sua fé genuína em Deus – gente que alterou o curso das coisas. Precisamos de pessoas que leiam sua Bíblia de maneira singela, porém libertadora; pessoas com autenticidade, amor e fé no Deus vivo; que compreendam a obra de redentora de Jesus e o sigam fielmente; gente transformada pelo espírito Santo e conectada a um mundo em constante mudança, mas que carece do poder transformador do evangelho da graça e do amor de Cristo. Você pode ser uma dessas pessoas!   

Pão Diário 2010.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Reavivamento, obra soberana de Deus


Reavivamento é uma obra soberana de Deus. A igreja não produz reavivamento; ela o busca e prepara seu caminho. A igreja não agenda reavivamento; ela ora por ele e aguarda sua chegada. Reavivamento não é estilo de culto, nem apenas presença de dons espirituais ou manifestações de milagres. O Salmo 85 trata desse momentoso assunto de forma esclarecedora. O salmista pergunta: “Porventura, não tornará a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Sl 85.6). Dr. Augustus Nicodemus, em recente mensagem pregada em nossa igreja, ofereceu-nos quatro reflexões acerca do versículo em epígrafe.

1. Reavivamento é uma obra de Deus na vida do seu povo. Reavivamento não acontece no mundo, mas na igreja. É uma intervenção incomum de Deus na vida do seu povo, trazendo arrependimento de pecado, volta à Palavra, sede de santidade, adoração fervorosa e vida abundante. Reavivamento começa na igreja e transborda para o mundo. O juízo começa pela casa de Deus. Primeiro a igreja se volta para Deus, então, ela convoca o mundo a arrepender-se e voltar-se para Deus.

2. Reavivamento é uma obra exclusiva de Deus. Os filhos de Coré clamaram a Deus por reavivamento. Eles entenderam que somente Deus poderia trazer à combalida nação de Israel um tempo de restauração. Nenhum esforço humano pode produzir o vento do Espírito. Nenhuma igreja ou concílio pode gerar esse poder que opera na igreja um reavivamento. Esse poder não vem da igreja; vem de Deus. Não vem do homem; emana do Espírito. Não procede da terra; é derramado do céu. Laboram em erro aqueles que confundem reavivamento com emocionalismo. Estão na contramão da verdade aqueles que interpretam as muitas novidades do mercado da fé, eivadas de doutrinas estranhas às Escrituras, como sinais de reavivamento. Não há genuína obra do Espírito contrária à verdade revelada de Deus. O Espírito Santo é o Espírito da verdade e ele guia a igreja na verdade. Jamais ocorreu qualquer reavivamento espiritual, produzido pelo Espírito de Deus, dentro de seitas heterodoxas, pois Deus não age contra si mesmo nem é inconsistente com sua própria Palavra.

3. Reavivamento é uma obra extraordinária de Deus. O reavivamento não é apenas uma obra de Deus, mas uma obra extraordinária. É uma manifestação incomum de Deus na vida do seu povo e através do seu povo. Deus pode fazer mais num dia de reavivamento do que nós conseguimos fazer num ano inteiro de atividades, estribados na força da carne. Quando olhamos os reavivamentos nos dias dos reis Ezequias e Josias, vemos como o povo se voltou para Deus e houve júbilo e salvação. Quando contemplamos o derramamento do Espírito no Pentecostes, em Jerusalém, vemos como a mensagem de Pedro, como flecha, alcançou os corações e quase três mil pessoas se agregaram à igreja. Quando estudamos o grande reavivamento inglês, no século dezoito, com John Wesley e George Whitefield constatamos que uma nação inteira foi impactada com o evangelho. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos no século dezenove e na Coréia do Sul no século vinte. O reavivamento é uma obra incomum e extraordinária de Deus e nós precisamos urgentemente buscar essa visitação poderosa do Espírito Santo na vida da igreja hoje.

4. Reavivamento é uma obra repetida de Deus na história. É importante entender que o Pentecostes é um marco histórico definido na história da igreja. O Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com a igreja e esse fato é único e irrepetível. Porém, muitas vezes e em muitos lugares, Deus visitou o seu povo com novos derramamentos do Espírito, restaurando sua igreja, soprando sobre ela um alento de vida e erguendo-a, muitas vezes, do vale da sequidão. Nós precisamos preparar o caminho do Senhor e orar com fervor e perseverança como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” O reavivamento é uma promessa de Deus e uma necessidade da igreja. É tempo de clamarmos ao Senhor até que ele venha e restaure a nossa sorte!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fonte inesgotável de amor

Por Francisco Paulo de Souza

Existe uma fonte inesgotável de amor e de sabedoria através da qual o nosso Deus e Senhor todo poderoso se revela a nós. Como no Edem, quando Deus em espírito andava por aquele imenso jardim instruindo e orientando nossos pais, ainda hoje passeia dizendo coisas deslumbrantes como: Amai ao teu próximo com a ti mesmo (Marcos 12.31); vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mateus 11.28); o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mateus 11.30), dentre muitas outras.

Outros relatos como: Deus conversando com Moisés durante aquela longa caminhada pelo deserto (Êxodo); José e seus irmãos (Gênesis 37-45); Daniel e muitos outros relatos estabelecem que a presença de Jesus era constante, pois é patente desde o início a promessa do Messias e ainda mais, a Sua presença constante já naqueles episódios. Mais adiante, os feitos maravilhosos operados por esse Messias encarnado como curas de doenças, milagres jamais vistos, as promessas àqueles que buscam e fazem a vontade do Pai estabelecem o Poder, o Amor e a misericórdia de Deus derramados sobre Seu povo que está Naquele que se fez carne e habitou no meio de nós: o EMANUEL, o Deus conosco, Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

Somos de fato a “geração eleita, o sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9). 

A esperança dos fieis é esta: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9).

Essa fonte inesgotável é a Palavra de Deus. Considere a Lei de Deus. Reconheça-se pecador. Reconcilie-se com Deus através de um arrependimento sincero. Leia a Bíblia!


como diz Paul Washer: "Vá ao evangelho. Gaste sua vida em seus joelhos. Se afaste dos homens. Estude a cruz".

Francisco Paulo é diácono da Igreja Presbiteriana central de Palmas, meu querido pai.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tragédias do evangelicalismo moderno

Uma das maiores tragédias do evangelicalismo moderno é que milhares de pessoas acreditam ser salvas quando não o são. No afã de ver resultados numéricos no seio da igreja, tem-se pregado que para receber o perdão de Deus basta fazer uma oraçãozinha e aceitá-Lo em seu coração. Desta forma, incontáveis pessoas "aceitam" o Senhor Jesus em seus corações e continuam a viver como o diabo, sem evidência nenhuma de que a redenção realmente ocorreu – e, de fato, realmente não ocorreu.

A primeira razão é muito simples: este ensinamento não pode ser encontrado em lugar nenhum das Escrituras, ou seja, não é algo bíblico. A salvação é fruto da vontade soberana de Deus de redimir o indivíduo, gerando nele o arrependimento e a fé necessários para que Ele mesmo despeje sobre o pecador a Sua graça.

Em segundo lugar, a salvação é necessariamente seguida de uma mudança nas inclinações do coração: se quando perdido a sua tendência natural era buscar a satisfação de sua carne através de toda sorte de prática pecaminosa, agora o seu coração é inclinado à bondade e a fazer a vontade de Deus. O redimido passa a amar o que Deus ama e detestar aquilo que o Senhor detesta. A questão não é ter que deixar de fazer algo por ter se tornado cristão, mas, tendo sido convertido por Deus, não ter mais prazer nenhum nas práticas que outrora lhe atraíam tanto. Esta é uma das razões para desconfiarmos de certos artistas famosos que professam o Senhor Jesus, mas continuam a desempenhar as mesmas atividades ("profissionais" e pessoais) imundas que anteriormente.

Vale ressaltar que, após ser salvo o indivíduo não se torna perfeito e fica invulnerável ao pecado. Um cristão autêntico peca sim. Seja de maneira patente e identificável a olho nu, seja sutilmente em seus pensamentos e motivações. Contudo, o pecado não se dá da mesma maneira: o perdido se atira no lamaçal do pecado e nele se deleita; o salvo cai em pecado, sofre por ter ofendido a Deus e luta contra sua pecaminosidade.

Na prática do evangelismo é muito comum encontrarmos pessoas que se declaram cristãs, mas levam uma vida totalmente destituída de Deus. Nesses casos, não podemos cair na besteira de dizer que está tudo bem e que “Deus ama a todos e tem um plano maravilhoso para sua vida.” Esse não é o momento para paz e graça, mas para confronto e lei. É o momento de glorificar a Deus confrontando o indivíduo com a verdade:


“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”  Mateus 7:21

“Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Seu Filho nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós.”  1 João 1:6-10

Minha oração é que o Senhor seja o seu bem mais precioso nesta vida, que Ele seja o ar que você respira e que os seus pensamentos, palavras e ações sejam agradáveis a Deus.

Deus o abençoe em nome de Jesus,

Fernando Guarany Jr.
No link, assista ao vídeo de Paul Washer

sábado, 9 de outubro de 2010

As citações dos apócrifos no livro canônico de Judas



Judas, verso 9.
Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda.”
Judas, verso 14.
Quando a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades.”

A informação do verso 9 está no livro apócrifo, perdido, “Ascensão de Moisés”; a do verso 14 encontra-se no também apócrifo “Livro de Enoque”, do qual nos chegou aproximadamente um terço. Ambos foram produzidos no início do primeiro século por escritores judeus que tomaram emprestados nomes de patriarcas, numa tentativa de dar credibilidade a suas respectivas seitas heréticas.

ESTUDO
I. Suposições
1ª As informações não foram tiradas dos apócrifos;
2ª As informações foram tiradas dos apócrifos.

II. Argumentos
Considerando-se a 2ª suposição, surge aparente discrepância quando afirmamos que os apócrifos, genericamente considerados, nunca são citados no Novo Testamento como base doutrinária, e assim é. Nem os Evangelhos, nem as Cartas, nem o Apocalipse citam apócrifos como fundamento de Doutrina, como o fazem com frequência em relação aos textos canônicos do Velho Testamento.
Informações verdadeiras contidas em livros apócrifos e outras fontes extra-bíblicas são citadas ou aludidas em livros canônicos com objetivos bem diversos da formação de base doutrinária.
Então os apócrifos contém informações verdadeiras? Sim. Uma de suas características é precisamente a mistura de verdade com falsidade, heresia e suposição. Por isso não passaram pelo crivo da canonicidade. São cheios de “fábulas e blasfêmias”, no dizer de Agostinho, ou são “escritos dos hereges”, como registrou S. Jerônimo.

III. Os Teólogos
A respeito do verso 9 diz Norman Geisler: “somente porque o episódio não é encontrado em nenhuma passagem das Escrituras, não significa que o evento não tenha ocorrido.”
Sobre os versos 14 e 15 ouçamos Merril F. Unger: “Essa profecia, preservada como tradição no livro não canônico de Enoque é aqui revelada pelo Espírito Santo como verdade divina”.

IV. Os fatos
      1.  Em Mateus 23.5, Jesus disse a respeito dos fariseus: “...alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.”
Filactério é a transliteração de uma palavra grega que não está em nenhum texto do Velho Testamento e sim em um Midraxe, que são crônicas judaicas escritas nos quatro primeiros séculos antes de Cristo.
Jesus, assim, citou um texto extra-bíblico, conhecido de todos, para ilustrar e reforçar sua inprecação contra os fariseus.

      1. Em Atos 17.28, Paulo diz: "...pois nele nos movemos e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito...”
Paulo está citando o poeta grego do século IV a.C Arato, em seu poema Fenômenos.

      1. Em I Coríntios 10.4, Paulo diz: “e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo.
A informação de que a pedra era Cristo não está no Velho Testamento e sim no midraxe rabino sobre a Rocha, onde se interpreta que a rocha era o Messias. Paulo, com autoridade muito superior à do midraxe, declarou, por revelação, que a pedra é Cristo.

      1. Em Tito 1.12, Paulo diz: “Foi mesmo entre eles, um seu profeta, que disse: Cretences, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos.”
Esse trecho não está no Velho Testamento, pois é do conhecido poeta e sábio grego Epimêndes, do século VI a.C., que era tido também como um profeta.

V. Conclusões
  1. A Bíblia, sendo a Palavra de Deus ao homem, registra, para que o homem distinga a vontade divina, palavras de homens sábios e estultos, de demônios e de uma jumenta.
  2. Jesus, em suas conversas com os homens, tanto em público como em particular, citava, além do VT, ditados, apotégmas e aforismos que estavam na boca do povo, proveniente de diversas fontes e convalidou preceitos anteriormente ditos por Buda e Confúcio.
  3. A epístola de Judas foi integrada ao cânon do NT devido, principalmente a dois critérios: primeiro o da apostolicidade, pois procede do ambiente apostólico; segundo, o critério da evidência interna, pois guarda unidade absoluta com a doutrina bíblica, de Gênesis à Apocalipse.

AUTOR: NEEMIAS C. MIRANDA

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os Planos de Deus

Por John Stott

“Porque sou Eu que conheço os planos que tenho pra vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro”. (Jeremias 29.11)

Enquanto os falsos profetas afirmavam confiadamente que Judá ficaria livre da ameaça babilônica, Jeremias declarava, com a mesma convicção, que Jerusalém cairia e se renderia diante do exército babilônico. Evidentemente, Jeremias estava certo. A cidade caiu em 597 antes de Cristo, e os líderes da nação foram levados para o exílio na Babilônia.

Uma vez estabelecidos ali, Jeremias escreveu uma carta a todos os exilados, dizendo: “Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam de seus frutos; casem-se e tenham filhos e filhas [...]; busquem a prosperidade da cidade” (29.5-7). Eles não deveriam dar atenção aos sonhos dos falsos profetas, que afirmavam que em breve eles retornariam a Jerusalém. Somente quando se completassem setenta anos de exílio o Senhor cumpriria a Sua promessa e os traria de volta.

Essa promessa que Deus fez aos exilados na Babilônia tem sido aplicada aos cristãos em situação de angústia e dor: “Eu que conheço os planos que tenho pra vocês”, declara o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (v. 11). Vejamos três aspectos dessa promessa:

Deus tem planos para o Seu povo. A vida não acontece por acaso. Para muitos, o curso da história é semelhante a pegadas de uma mosca bêbada numa folha de papel em branco. Mas não é assim. A vida não é aleatória, sem sentido, ou absurda. Da mesma forma que Deus tinha planos para os exilados, Ele tem planos para nós hoje.

Deus conhece bem os Seus planos. Ele não necessariamente os divulga, mas certamente os conhece. Os pais costumam fazer planos para seus filhos antes mesmo de eles nascerem; assim também faz nosso Pai Celestial.

Os planos de Deus são bons. Os exilados na Babilônia devem ter achado difícil crer nisso, mas Deus estava determinado a dar-lhes “esperança e um futuro”. No Novo testamento talvez corresponda a Romanos 8.28, onde somos assegurados de que todas as coisas cooperam para o nosso bem.

Para saber mais: Romanos 8.28-39  

Texto retirado do Devocionário A Bíblia Toda, o Ano Todo Meditações Diárias de Gênesis a Apocalipse, de John Stott, Tradução Jorge Camargo, Editora Ultimato.    

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um alerta de Deus ao seu povo


É Deus quem está falando e falando desde os céus. Salomão está consagrando o templo de Jerusalém, quando escuta este alerta de Deus: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). Destacamos, aqui, algumas importantes lições:

1. O povo de Deus precisa se humilhar. A restauração que vem de Deus e emana dos céus começa quando o povo de Deus se humilha. O mundo é impactado e os corações são alcançados quando o povo de Deus se prostra e se humilha sob a mão do Altíssimo. Antes da igreja chamar o mundo ao arrependimento, ela precisa se humilhar diante de Deus. O juízo começa pela Casa de Deus. A igreja só pode levantar-se diante dos homens quando primeiro se prostra diante de Deus. Nada pode ser mais contraditório que um crente soberbo. A soberba é a porta de entrada da ruína. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

2. O povo de Deus precisa buscar a Deus em oração. Quando o homem reconhece sua fraqueza ele confessa a onipotência divina. Só quando nos humilhamos diante de Deus é que aprendemos a verdadeira essência da oração. É o reconhecimento da nossa fragilidade que nos impulsiona a orar. Aqueles que se humilham diante Deus, também o buscam de todo o coração. Aqueles que choram pelos seus pecados, também oram com fervor. A restauração divina vem dos céus sobre uma igreja que ora. A oração abre o caminho da cura, pavimenta a estrada do avivamento e abre as comportas da restauração. Os avivamentos sempre foram precedidos por oração. Mas, que tipo de oração? Não uma oração centrada no homem. Oração não é prioritariamente buscar as bênçãos de Deus, é buscar o Deus das bênçãos. Orar é deleitar-se em Deus por quem Ele é mais do que buscá-lo pelo que Ele dá. O alvo principal da oração é comunhão com Deus. É deleite em Deus. Orar é intimidade com Deus. É na presença de Deus que existe plenitude de alegria e só na sua destra há delícias perpetuamente.

3. O povo de Deus precisa se converter dos seus maus caminhos. Não poucas vezes o povo de Deus envereda-se por atalhos perigosos, por descaminhos escabrosos e desvia-se das veredas da justiça. Quando aqueles que conhecem a Deus desviam-se da verdade, caem na iniquidade, e praticam os mesmos pecados daqueles que não o conhecem, tornam-se pedra de tropeço, embaraço para os incrédulos e motivo de escândalo no mundo. A igreja de Deus é convocada pelo próprio Deus a voltar suas costas para o pecado e converter-se dos seus maus caminhos. Como resultado do arrependimento da igreja, Deus promete ouvir seu clamor e sarar a sua terra. A santidade é o segredo da vitória na oração e a vitória na oração é o segredo do avivamento e, o avivamento traz restauração para a igreja e salvação para o mundo.