"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tempo de Celebrar

Por Maurício Jordão de Souza
Texto base: Lucas 15.11-32


A igreja visível tem a grande missão deixada pelo Senhor Jesus de buscar pecadores e trazê-los aos Seus pés. Contudo está enferma e carece de redirecionamento, recondução ao evangelho de Jesus Cristo, na busca de esvaziar-se de si mesma e solidarizar-se ao mundo de tal maneira que se condoa com suas dores e fraquezas, contaminando-o sem deixar-se contaminar por ele.

A Igreja deve ser evangelizadora. Muitas práticas evangelísticas têm sido adotadas na busca incessante de trazer almas a Cristo Jesus, como campanhas em estádios, em praças e meios de comunicação em massa, tais como rádio e televisão. Contudo, mesmo sendo a Igreja o instrumento responsável que Deus usa para levar o evangelho aos homens, Deus é o Autor da salvação, Cristo é o Autor e Consumador da fé e o Espírito Santo é quem produz em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Nem sempre isso tem acontecido!

Devemos ter em mente que muitos estão sedentos por conhecer a Cristo. A palavra tem sido amplamente disseminada no mundo das mais diversas maneiras, mas a estratégia dever partir de Deus. O que nos cabe é nos dispor e obedecer. Estarmos atentos as oportunidade que Deus Pai nos concede.

O livro: As Antigas Doutrinas da Graça, estabelece que o evangelismo calvinista começa de dentro para fora. Infelizmente “o problema real não é o estado dos que estão fora da Igreja, mas o estado dos que estão dentro. E que de nada adianta rodear o mar e a terra para trazer alguém para a Igreja, e, uma vez conseguido, torná-lo pior do que antes. Assim se a Igreja não está frutificando, a solução, para o calvinismo, não é organizar uma campanha evangelística, ou estabelecer metas e estimular e ensinar técnicas evangelísticas; mas recorrer à Palavra de Deus para saber o que está errado. Buscar a Deus e implorar-Lhe sua benção sobre a Igreja é a atividade mais frutífera a ser empreendida.”     

O cristão deve impactar o mundo através de sua própria vida e conduta. A mensagem por ele pregada deve ser por ele vivida. O nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo deve ser proclamado e assim pessoas serão atraídas a Ele. Essa é a responsabilidade de cada cristão verdadeiro, pois, o sangue de muitos esta em suas mãos. Devemos nos dispor a buscar almas para Cristo!

Como já sabemos o mundo jaz no maligno. O tempo urge! Os sinais da volta do Senhor Jesus Cristo estão cada vez mais visíveis e presentes nos dias atuais. Os cristãos da Igreja de Tessalônica, plantada pelos missionários Paulo, Timóteo e Silas, já aguardavam ansiosamente a segunda vinda de nosso Salvador. Era uma igreja que vivia o presente, mas de olho no futuro, perseverante, vivendo esperançosamente nas promessas do Senhor.

“Conhecemos muito bem a parábola do filho pródigo registrada no capítulo 15 do evangelho de Lucas. Na verdade, as três parábolas, incluindo a da ovelha e da drácma perdida, têm o mesmo propósito: mostra a alegria, a celebração que acontece no céu por um pecador que volta ao pai arrependido de seus pecados”.

“Depressa! Tragam a roupa mais bonita e rica da casa pra vestir nele. Um anel de pedras preciosas e sapatos! Matem o melhor bezerro que temos. Precisamos fazer uma festa, para comemorar nossa alegria. Porque este meu filho estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado. Com isso começou a festa. (Lucas 15. 22-24)

Sem arrependimento não há como voltar à vida. Não há como buscar a Deus, o mundo nos consome com todos os seus atrativos e ardis. Como é dito no verso 18, “o filho, ainda lá distante, demonstra seu arrependimento e planeja seu retorno. Essa deve ser a primeira característica de quem verdadeiramente reconhece seus erros, seus pecados. Ele planeja sua confissão e indignidade pelo que fez e imediatamente volta. Quando se aproxima do pai, é recebido com toda ternura, amor e compaixão. Confessa seus pecados e é perdoado. O banho, a melhor roupa, o anel, os sapatos, o bezerro cevado, tudo isso simboliza que o pai já aguardava esse momento; tudo já estava preparado porque sabia que ele voltaria”. Deus nos aguarda de braços abertos em Cristo Jesus, Ele é o Deus da paz e da misericórdia e nos perdoa “não apenas sete vezes, mas até setenta vezes sete” os nossos pecados confessados em arrependimento sincero.

“Sabemos que o Salvador deixou as parábolas exatamente para nos ensinar sobre o seu sacrifício na cruz. Sabemos que o seu sangue foi derramado em nossos corações, e que fomos lavados e purificados de todo o pecado. A melhor roupa simboliza a justificação com a qual Ele reveste aquele que recebe o dom gratuito da salvação (Mt 22. 11; Rm 13. 14; Ap 19. 8); o anel, o selo, indicando reconciliação e autoridade; as sandálias, sua liberdade (Gl 5.1); a festa, a comunhão; a alegria, a celebração”. Reiterando: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lc. 15.17). "Celebremos com toda disposição para louvar, glorificar, exaltar, bendizer, ao Salvador! Ele é o Senhor da festa! A ele toda honra e toda glória!".

Amados, não podemos deixar de evangelizar, seja através da pregação fiel das Escrituras, seja pelo testemunho de vida, não podemos seguir o exemplo do irmão do filho pródigo (Lc 15. 25-32)pois esse é um constrangimento natural do Espírito Santo “sofrido” pelos verdadeiros cristãos. “Essa de fato é uma motivação apostólica. Pedro e João foram presos por pregarem o evangelho. Foram ameaçados e ordenaram-lhes que não mais pregassem. O que responderam? “... não podemos deixar de falar das coais que vimos e ouvimos” (At. 4.20). Tendo sido libertos, oraram pedindo que lhes fosse concedido poder para que anunciassem com intrepidez a palavra de Deus. “Tendo eles orado, o lugar tremeu, e ficaram cheios do Espírito Santo, e com intrepidez anunciavam a Palavra de Deus”. Eles não podiam parar de pregar. Eles não podiam parar de fazê-lo. Ninguém podia impedi-los. A perseguição aumentou. Saulo assolava a igreja. E ela teve que fugir. “Entrementes” lemos em Atos 8.4, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando (anunciando) a Palavra””.   

“Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, estabelece o teu reino em nosso meio”, “Santo Espírito, fôlego do Deus vivo, renova a nós e ao mundo inteiro”!
 
Texto com fragmentos de Pastorais da Igreja Presbiteriana do Brasil de Brasília e do Livro: As Antigas Doutrinas da Graça – Autor Paulo Anglada – Editora Ultimato.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Espiritualidade Radical

Sob a perspectiva do reino, nossa espiritualidade também deve ser radical e comprometida. O reino exige um compro­misso radical e completo de vida; nele não há lugar para uma religiosidade superficial e medíocre. A nossa espiritualidade é “uma fé messiânica com os olhos abertos” que compro­mete toda a vida. Jesus ensinou assim: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).

Um modelo histórico de radicalidade no seguir a Jesus se encontra no movimento anabatista do século 16. Milhares deles morreram como mártires. Não se sabe o número exato, mas foram mais que em qualquer outro grupo desse século. Os anabatistas aceitaram o caminho da cruz com todas as suas consequências e o fizeram sob a firmeza de sua fé, con­vencidos de que “onde o testemunho floresce, ali está o reino de Deus”. Um historiador menonita nos diz:

A perseguição começou ainda antes do primeiro batismo em Zurique [21 de janeiro de 1525], já que a ameaça do desterro foi anunciada em 18 de janeiro de 1525 e o primeiro encarceramento de anabatistas em Zurique ocorreu em princípios de fevereiro. Cárcere, multas e, às vezes, torturas, constituíam o procedimento normal que sofriam os prisioneiros. Eram liberados unicamente quando o prisioneiro prometia abandonar as reuniões anabatistas. Em março de 1526 já se impunham sentenças de prisão perpétua. Onde quer que o anabatismo se tornasse conhecido, se iniciavam medidas similares.

Longe de querer validar todas as experiências anabatistas, algumas delas místicas ao extremo, procuramos valorizar o aspecto da peregrinação e o lugar reservado à cruz como ex­periência central no seguir a Cristo. Nisto, segundo alguns, a espiritualidade destes radicais coincide em alguns pontos com a do místico espanhol São João da Cruz — também do século 11 —, que afirmava que “quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo”.

A espiritualidade cristã, entendida sob a radicalidade do seguir a Cristo, se fundamenta no compromisso com o reino, se alimenta da intimidade com o Rei e vive a alegria do testemunho até as últimas consequências. Dom Pedro Casaldáliga expressa melhor esse conceito quando define a espiritualidade como um testemunho coerente, que consiste em “ser o que se é. Falar o que se crê. Crer no que se prega. Viver o que se proclama. Até as últimas consequências e nos mínimos detalhes diários”.

Trecho retirado do livro “Para que Serve a Espiritualidade” de Harold Segura c., Editora Ultimato

sábado, 21 de agosto de 2010

A Promessa do Espírito


Por John Stott

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas [...] até os confins da terra.” (Atos 1.8)

No período de quarenta dias entre a Páscoa e a Ascensão, Jesus concentrou seu ensino em dois tópicos principais: o reino de Deus e o Espírito de Deus, cuja chegada Ele, o Pai (no antigo testamento) e João Batista haviam prometido. Parece que Jesus relacionou os dois tópicos, como fizeram os profetas no Antigo Testamento, afirmando que o derramamento do Espírito seria uma das maiores bênçãos do reino do Messias. A compreensão dos apóstolos em relação a esses acontecimentos, no entanto, parece ter sido confusa, como fica evidente na pergunta que eles fizeram a Jesus: “Senhor, é nesse tempo que vais restaurar o reino de Israel?” (v.s). Há vários erros nessa pergunta.

Primeiro, ao perguntar sobre a restauração do reino, fica claro que os apóstolos ainda sonhavam com a libertação política de Roma. Ao responder a eles, porém, Jesus afirma que o Espírito Santo lhes daria poder para testemunhar. O reino de Deus é a implantação de Seu governo sobre Seu povo. Ele é propagado por meio de testemunhas, não de soldados, através do evangelho da paz, não de uma declaração de guerra.

Segundo, ao perguntar sobre a restauração de Israel, fica evidente que os apóstolos ainda alimentavam aspirações limitadas ou nacionalistas. Eles esperavam que Jesus restaurasse a independência política de Israel, recuperada pelos macabeus durante um curto período no segundo século antes de Cristo. A reposta de Jesus ampliou seus horizontes. Eles começariam a testemunhar em Jerusalém, continuariam pela região da Judéia e chegariam “até os confins da terra”.

Terceiro, ao perguntar se Jesus iria restaurar o reino de Israel “nesse tempo”, eles estavam sendo presunçosos, como se já soubessem a resposta. Jesus começa dizendo que não lhes cabia saber tempos e datas que o Pai havia estabelecido pela Sua própria autoridade, e em seguida diz aquilo que deveriam saber: eles receberiam poder do Espírito para testemunhar “até os confins da terra”. Na verdade, o tempo entre o pentecostes e a parousia (que seja longo ou curto), deve ser preenchido com a obra missionária da igreja por todo o mundo.

Para saber mais: Atos 1.1-8   

Texto retirado do Devocionário A Bíblia Toda, O Ano Todo Meditações Diárias de Gênesis a Apocalipse, de John Stott, Tradução Jorge Camargo, Editora Ultimato.    

    

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Inútil


Leitura Bíblica: Jeremias 7.9-15
Por Teodoro Laskowski, Abbotsford, Candá


“Aproxime-se de Deus, e Ele se aproximará de você" (Tiago 4.8)

O autor do Salmo 127 declara que se alguém não tiver o Senhor por dono de um projeto, não adianta trabalhar na obra. Não será bem sucedido, e ninguém quer isso! Entretanto, milhares de pessoas seguem atividades inúteis, como venerar um certo lugar e seguir uma rotina de ritos religiosos.

No trecho lido hoje, Jeremias prega contra o seu povo, que leva uma vida deplorável, tentando encobrir tudo com a adoração habitual no templo de Deus. Pensam que, por sua lealdade ao templo, o Senhor os aprovará. Diante disso, como o porta-voz do Senhor, Jeremias denuncia o povo que se mostra religioso sem, contudo, mudar suas práticas pecaminosas.

Declara que, por essa mesma razão, Deus abandonou Siló, sua primeira habitação em Israel. Da mesma maneira, o templo em Jerusalém não os poderia defender contra a vinda do castigo, o cativeiro. Sua gritante hipocrisia nacional era confiar na lealdade tradicional ao templo sem se importar em deixar os seus pecados e demonstrar seu amor a Deus.

Hoje podemos cair no mesmo erro. Podemos ler a Bíblia, ouvir programas evangélicos no rádio e assistir aos cultos na igreja de modo costumeiro, sem aplicar as verdades bíblicas à nossa vida cotidiana. Os conflitos domésticos não mudam, nem as relações com os vizinhos e outros. Exigimos a honestidade de outras pessoas sem dar o exemplo.

Se não cultivarmos uma relação íntima com Cristo, viveremos de consciência pesada porque perdemos a oportunidade de testemunhar da nossa fé. Com paciência, Deus espera que confessemos nossos pecados e faltas, pedindo perdão ou a graça de nos aproximar Dele de coração.

Seguir o versículo acima evita um “templo” de uma vida religiosa rotineira, de atividades repetidas e inúteis. Para agradar a Deus, que tanto nos ama e quer o nosso bem, aproximemo-nos Dele com amor e sinceridade! 

Deus quer que nós mesmos sejamos o Seu templo.

Pão Diário 2010.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Novo Templo

Por John Stott

Ora, você que destrói o templo e o reedifica em três dias, desça da cruz e salve-se a si mesmo.” (Marcos 15.29-30)

Eis aqui mais um abuso cometido pelos líderes judeus contra Jesus enquanto Ele estava na cruz. Ele diz respeito ao ensino de Jesus sobre o templo e merece a nossa reflexão hoje.

Comecemos pela atitude respeitosa do Senhor para com o templo como a casa de Deus. Jesus, é claro, conhecia a história de Israel. Estava bem familiarizado com a sequência de eventos do tabernáculo ao deserto, do primeiro templo construído por Salomão ao segundo templo iniciado após o exílio babilônico, e ao terceiro de Herodes, ainda em construção. Em cada um desses edifícios havia um santuário interno, ou o Santo dos Santos, no qual a glória shekiná, símbolo da presença de Deus, podia ser vista. Deus habitava no meio do seu povo, e o templo era o foco de sua vida espiritual.

Mas Jesus ficou chocado com a profanação do templo em seus dias, que servia para fins comerciais. A casa de oração havia se tornado um covil de salteadores. Assim, Jesus fez mais que purificar o templo; ele previu a sua destruição e a sua substituição: “Destruam esse templo, e eu o levantarei em três dias” (Jô 2.19). Seus ouvintes interpretaram o significado de suas palavras de modo totalmente equivocado. Eles protestaram afirmando que o templo de Jerusalém havia permanecido em construção por quarenta e seis anos; como seria possível reconstruí-lo em três dias? A afirmação era absurda.

João, no entanto, explicou que Jesus estava se referindo ao Seu corpo ressuscitado, que se tornaria um novo templo, o foco da nova comunidade messiânica. No futuro, mesmo quando apenas dois ou três discípulos estivessem reunidos em Seu nome, Ele estaria ente eles. (Mat 18.20)

Os contemporâneos de Jesus nunca esqueceram essa palavra. As falsas testemunhas relembraram o Sinédrio sobre elas. Enquanto Jesus estava na cruz, os sacerdotes zombavam de Sua profecia de um novo templo. As cartas do Novo Testamento, contudo, revelam essa profecia. O velho templo foi destruído no ano 70 depois de Cristo, mas agora a comunidade messiânica e ressurreta de Jesus é o novo templo, a habitação de Deus por meio do Seu Espírito (veja 1Co 3.16).

Para saber mais: Efésios 2.11-22

Texto retirado do Devocionário A Bíblia Toda, o Ano Todo Meditações Diárias de Gênesis a Apocalipse, de John Stott, Tradução Jorge Camargo, Editora Ultimato.     

   

sábado, 7 de agosto de 2010

Deus Fala!

Por Vanessa Weiler Ribas
LEITURA BÍBLICA: 1 Samuel 3.1-10

“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras... mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb 1.1-2),

Após seu milagroso nascimento – sua mãe era estéril – Samuel foi dedicado ao Senhor e passou a morar com o sacerdote Eli. Foi ali, no santuário, que Deus falou com ele. Mas demorou para que ele percebesse que era a voz divina que ouvia. O que é preciso para ouvir a voz de Deus?

1. Conhecer Deus. Samuel ainda não conhecia o Senhor (v7) e pensou que a voz fosse de Eli – a quem conhecia. Quem conhece Deus distingue Sua voz, mesmo em meio ao barulho da vida cotidiana.

2. Querer ouvir. É preciso buscar a Deus e prestar atenção quando Ele fala. No v1, lemos que raramente o Senhor falava naqueles dias. Analisando a família do próprio líder espiritual (2.12-17), podemos concluir que não havias muitos dispostos a ouvir a Deus. Porém, no v21 lemos que o Senhor continuou aparecendo a Samuel – agora sim, alguém queria ouvir!

3. Disposição para obedecer. Samuel foi obediente mesmo quando não concordava com Deus – por exemplo, quando Israel pediu um rei, Samuel protestou, mas foi obediente e ungiu Saul (8.6...). Quando Deus fala, espera que nossa resposta seja a obediência. Porque confiamos Nele, sabemos que obedecer é sempre melhor.

Deus falou com Samuel, Moises, Abraão, Josué e tantos outros personagens da Bíblia. Mas será que ainda fala hoje? Ele o chamou na última noite? Algum anjo veio lhe dar instruções? No versículo em destaque vemos que Deus fala, e muito alto, por meio de Cristo. Deus gritou na cruz, anunciando a salvação a todos.

Não espere que Deus mande anjos, queime arbustos, use sonhos ou fale diretamente com você. Procure sua voz na Bíblia, onde Deus se revela aos homens, na orientação do Espírito Santo e na obra de Cristo para salvar a humanidade pecadora.

Deus fala! Você tem ouvido Sua voz? Tem buscado um relacionamento com Ele? Tem obedecido ao que Ele diz?

Deus começa a falar pela Bíblia e usa nossa obediência para continuar.
         
Pão Diário nº 13

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Jumento e EU


 Por C. H. Spurgeon

Todos os primogênitos de todos os animais tinham de ser do Senhor; mas, visto que o jumento era um animal imundo, não poderia ser apresentado como sacrifício – “O jumento, porém, que abrir a madre, resgatá-lo-ás com cordeiro; mas, se o não resgatares, será decapitado. Remirás todos os primogênitos de teus filhos. Ninguém aparecerá diante de mim de mãos vazias” (Êx 34.20). Então, o que devia ser feito? Ele ( o jumento) deveria ficar livre da lei universal? De maneira nenhuma. Deus não permite exceções às regras.

O jumento devia ser do Senhor, mas Ele não o aceitaria. Não havia outra maneira de escape, exceto a redenção – a criatura deveria ser salva mediante a substituição de um cordeiro em seu lugar. Se não fosse redimido, o jumentinho tinha de ser morto.

Minha alma, eis uma lição para ti. Aquele animal impuro é semelhante a ti. Tu és propriedade do Senhor, que te criou e te preserva. Mas tu és tão pecaminosa, que o Senhor não pode te aceitar, nem te aceitará. O Cordeiro de Deus tem de ser colocado em teu lugar, pois, do contrário, tu perecerás eternamente.

Que todo mundo conheça a tua gratidão para com aquele Cordeiro imaculado, que derramou seu sangue por ti e te livrou da maldição fatal da Lei. Às vezes, o israelita poderia ter perguntado quem deveria morrer, o cordeiro ou o jumento? Será que o bom israelita não avaliará e consideraria tais coisas? Certamente não existe comparação entre o valor da alma de um homem e a vida do Senhor Jesus. Apesar disso, o Cordeiro morreu, e o homem foi poupado.

Ó minha alma, admira o ilimitado amor de Deus por ti e pelos outros membros da raça humana. Vermes foram comprados com o sangue do Filho do Altíssimo! Pó e cinzas foram redimidos com um preço mais elevado do que prata e ouro! A condenação teria sido a minha porção, se a redenção não houvesse sido encontrada. Infinitamente magnífico é o glorioso Cordeiro que nos redimiu da morte.