"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre um abismo...

Muitos homens podem ver o seu retrato aqui! O indivíduo que esbanja seu dinheiro perde sua propriedade e cai na miséria e desgraça. O bêbado acaba com a sua saúde e força, com o conforto da sua família e a paz em casa e, quando sua loucura termina, ele cai em ruína, através da sua própria tolice. O homem de hábitos vulgares e pervertidos, está amputando, de forma assustadora, seu próprio corpo e alma, e em breve, lamentará esta luxúria que o arremessará sobre a doença, agonia e morte. Existem outros idiotas ao lado do homem na xilogravura, que estão decepando o ramo que os sustenta. É ingratidão a base da atitude de homens que são maliciosos e cruéis com aqueles que são seus melhores amigos. As esposas e os pais muitas vezes têm de aguentar cortes afiados que vem daqueles a quem eles carinhosamente apoiam e fazem de tudo para preservar da ruína. Pena que seja assim!

Leitor hipócrita, você certamente está pronto para se juntar a nós em qualquer das críticas que fizemos a respeito da loucura dos pecados que acabamos de citar; mas permita-nos perguntar: você mesmo não é um dos retratados em nosso quadro? Você está descansando em cima do ramo das boas obras, e, mesmo assim, a cada dia, suas falhas, imperfeições e pecados estão tornando este ramo cada vez menos capaz de suportar tanto peso. Suas obras nunca foram um suporte firme, e se você conhece a si mesmo, e é sincero o suficiente para confessar seus defeitos, irá perceber imediatamente que elas se tornaram, no juízo da consciência, algo muito frágil e indigno de confiança. Se você nunca tivesse pecado, e, conseqüentemente, nunca tivesse feito um ferimento sequer nesse ramo, poderíamos tolerar a sua confiança nele; mas como você tem feito cortes nele vez ou outra, e ele está pronto para romper com você deitado em cima dele, nós te rogamos, deixe-o e troque-o por um lugar mais seguro de descanso. Toda confiança em si mesmo, seja ela de um tamanho ou de outro, é pura insensatez. Sentimentos, obras, orações, caridade, religiosidade, é tudo muito fraco para suportar uma alma pecadora. "Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que já está posto, que é Jesus Cristo" (I Coríntios 3:11). "Quem nele crê não é condenado" (João 3:18). "Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25). Confie em Jesus e Ele nunca lhe faltará.


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FONTE: Sword and Trowel Tracts—6d. per 100. Passmore & Alabaster, 23, Paternoster Row. despurgeon.org
Tradução: Gabriela Brandalise
 

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O processo da frutificação


Referência: João 15.1-11
INTRODUÇÃO
Israel era a vinha do Senhor. Deus a plantou. Deus a cercou de cuidados, mas Israel produziu uvas bravas. Então, agora, Jesus diz: “Eu sou a Videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Eu sou a videira e vós os ramos.” O Viticultor é o que planta a vinha, ele é o dono da vinha, ele é o que cuida da vinha para que ela produza grande quantidade e com excelente qualidade.
Os ramos só têm duas finalidades: eles só servem para produzir fruto ou para serem queimados. Deus, como viticultor espera frutos de nós. Nesta parábola Jesus falou de quatro tipos de ramos:
Cesta 1 – NENHUM FRUTO
Cesta 2 – FRUTO
Cesta 3 – MAIS FRUTO
Cesta 4 – MUITO FRUTO
Qual é a importância de se produzir frutos? Jesus diz: “Eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16). Estamos aqui para cumprirmos os sonhos de Deus e trazermos glória para o seu nome através de uma vida frutífera.
Qual é o nível de produção de frutos dos cristãos de hoje?
I. NENHUM FRUTO – SE SUA VIDA NÃO PRODUZ FRUTOS DE FORMA CONSTANTE, DEUS INTERVÉM PARA DISCIPLINAR VOCÊ – V. 2
Alguns cristãos passam anos da vida sem produzir frutos sazonados e doces que glorificam a Deus. Milhões de cristãos sinceros estão presos em uma rede invisível. Sofrem dor. Sentem-se fracassados. A vida mostra pouco ou nenhum significado eterno, e não sabem por quê. Você se sente assim? Este é o crente retratado pelo galho estéril e a cesta vazia.
Muitos estudiosos da Bíblia interpretam o v. 2 como se um crente não produz fruto ele não pode ser um cristão verdadeiro, ou seja, sua ligação com Cristo é apenas aparente. Esses pensam que estas pessoas estão ligadas a Cristo apenas por um ritual ou membresia de uma igreja, sem jamais ter nascido de novo. São pessoas que não têm a graça de Deus no coração. A união deles com Cristo é nominal e não real. Eles têm o nome de que vivem, mas estão mortos. Onde não há fruto, não há vida.
Outros interpretam que “cortar” significa que se você não der fruto, você pode perder a salvação. Mas, o ponto central do verso 2 é “estando em mim”. É impossível estar em Cristo sem ser cristão. É impossível estar em Cristo e perder a salvação.
Uma tradução mais clara da palavra grega airo não seria cortar, mas tomar ou levantar (Mt 14:20; Mt 27:32; Jo 1:29). Tanto na literatura grega como na Bíblia airo não significa cortar, mas levantar. “Levantar” sugere uma imagem de um agricultor se abaixando para erguer um galho. Os galhos novos têm a tendência de ir para baixo e crescer perto do chão. Mas eles não produzem fruto ali. Quando os galhos crescem junto ao chão, as folhas ficam cobertas de poeira. Quando chove, ficam cheias de lama e mofam. O galho, então, adoece e fica inútil.
E o que se pode fazer? Cortar e jogar fora o ramo? De jeito nenhum! O ramo é valioso para ser cortado. Ele precisa ser lavado e levantado e amarrado de volta aos outros ramos e logo começará a frutificar. Quando os galhos caem na terra, Deus não os joga fora nem os abandona. Ele levanta os galhos, os limpa e os ajuda novamente a vicejar. Para o cristão, o pecado é como a sujeira que cobre as folhas da parreira. O ar e a luz não conseguem penetrar. O galho fica inerte e o fruto não se desenvolve. Como o nosso Viticultor nos levanta da lama e da tristeza? Como ele faz um galho estéril produzir fruto? Como podemos começar a encher a cesta vazia?
O PROPÓSITO DA DISCIPLINA NA VIDA DO CRENTE
O propósito da disciplina é limpá-lo e levantá-lo para que você viva uma vida frutífera para a glória de Deus. A disciplina é um ato doloroso, mas um ato de amor. A disciplina não é agradável nem para o filho, nem para o Pai, mas a disciplina é a demonstração de um amor responsável. A disciplina é o método de Deus para tirar você de esterilidade.
Hebreus 12:5-6 mostra que Deus toma a iniciativa de corrigir os filhos que se desviam assim como o Viticultor toma as medidas necessárias para corrgir um galho desviado.
Hebreus 12:11 mostra que o projeto de Deus na disciplina não é provocar dor, mas produzir fruto. A disciplina não tem que ser contínua, tão logo o galho deixa de se arrastar pelo chão, tão logo o crente se arrepende, a disciplina cessa. Deus não espera que você procure a disciplina. Ele quer que você saia dela.
Hebreus 12:8 sem disciplina não somos filhos, mas bastardos. Deus sempre disciplina aqueles que não produzem fruto. É aí que você troca a cesta vazia por cachos suculentos de uva.
GRAUS DA INTERVENÇÃO DISCIPLINAR DE DEUS NA VIDA DO CRENTE
1.Repreensão – v. 5 – “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor” – Uma repreensão é uma advertência verbal. Temos ouvido a repreensão de Deus através da leitura da Bíblia, através dos cultos e das mensagems que temos ouvido, e do convencimento do Espírito.
2.Reprovação – v. 5 – “Nem desmaieis quando por ele és reprovado” – A reprovação é um ato mais severo na disciplina. É grande um pai mandar um filho sair da mesa por não ter atendido a repreensão verbal.
3.Açoite – v. 6 – “E açoita a todo filho a quem recebe” – C. S. Lewis disse que Deus sussurra por meio do prazer, mas grita por intermédio da dor. 1 Co 11:30 mostra o açoite de Deus sobre a igreja de Corinto. Deus está pronto até mesmo a açoitar os seus filhos para não vê-los perecer.
II. FRUTO E MAIS FRUTO – SE SUA VIDA ESTÁ PRODUZINDO ALGUM FRUTO, DEUS INTERVÉM PARA PODAR VOCÊ
Depois que Jesus contou aos discípulos como o Viticultor cuida do ramo estéril, ele pegou um ramo que demonstrava crescimento desordenado, mas produzia apenas alguns cachos de uvas (João 15:2).
O Viticultor sabe que para conseguir mais frutos da vide é preciso ir contra a tendência natural da planta. Por causa da tendência da uva em crescer vigorosamente, muitos galhos têm de ser cortados a cada ano. As parreiras podem ficar tão densas que a luz solar não alcança a área em que o fruto deve formar-se.
Deixada livre, a parreira sempre favorecerá mais cresciemento de folhagem do que de uvas. É por essa razão que o viticultor corta os brotos desnecessários, independentemente de quanto pareçam vigorosos, pois o único propósito da vinha são as uvas.
Um viticultor usa 4 expedientes na poda: 1. Remove os brotos mortos e prestes a morrer; 2. Garante que o sol chegue aos galhos cheios de frutos; 3. Corta a folhagem luxuriante que impede a produção de frutos; 4. Corta os brotos desnecessários, independente do quanto pareçam viçosos. Deus como Viticultor segue o mesmo processo em nossa vida: Ele corta partes da nossa vida que roubam a nossa vitalidade e nos impede de frutificar. O Viticultor procura tanto a quantidade quanto a qualidade.
A PODA É O MEIO QUE DEUS USA EM NOSSA VIDA PARA FRUTIFICARMOS MAIS
A disciplina tem a ver com o pecado e a poda tem a ver com a nossa vida. A disciplina é para nos corrigir e nos trazer de volta para o caminho; a poda é para sermos mais produtivos. Deus nos disciplia quando estamos fazendo algo errado; Deus nos poda quando estamos fazendo algo certo. Deus nos disciplina para darmos fruto; ele nos poda para darmos mais frutos. Na disciplina o que precisa ser retirado é o pecado; na poda o que precisa ser retirado é o eu. A disciplina termina quando nos arrependemos do pecado; a poda só termina quando Deus concluir sua obra em nós na glorificação.
Os cristãos mais frutíferos são aqueles que mais tem sido podados pela tesoura de Deus. Os viticultores podam as vinhas com maior frequência com o passar dos anos. Sem a poda a planta enfraquece, a colheita diminui.
Tiago 1:2-3 fala sobre a poda de Deus em nossa vida. As provações: 1) São compatíveis; 2) São variadas; 3) São passageiras; 4) São pedagógicas. O propósito de Deus em podá-lo é esculpir em você a imagem de Jesus.
Deus jamais aplicaria a poda se um método mais suave desse o mesmo resultado. Nem toda experiência dolorosa resulta de poda. A dor da poda vem agora, mas o fruto virá depois.
Ilustração: A casa do ferreiro: há três tipos de ferramentas: 1) A sucata; 2) A que está na bigorna; 3) A que está afiada e pronta para ser usada.
III. MUITO FRUTO – SE SUA VIDA ESTIVER PRODUZINDO MUITO FRUTO, DEUS O CONVIDARÁ PARA PERMANECER MAIS PROFUNDAMENTE NELE
O segredo para a última cesta, a cesta transbordante de uvas é a permanência em Cristo. Nesses seis versos, a palavra aparece dez vezes. Este é o pensamento central de Jesus. O segredo para uma vida transbordante não é fazer mais por Jesus, mas estar mais com Jesus. O desafio da permanência é passar dos deveres para um relacionamento vivo com Deus.
Nos comentários finais de Jesus na vinha, ele desviou totalmente a atenção de seus discípulos da atividade, para o relacionamento com ele. Depois da disciplina para remover o pecado. Depois da poda para mudar as prioridades. Agora Jesus diz que o segredo da vida abundante é permanecer nele.
Jesus é a videira. Jesus é o tronco onde o galho precisa buscar sua seiva para frutificar. Quanto maior a conexão do ramo com o tronco, maior é a capacidade desse ramo produzir. A vida, a força, o vigor, a beleza e a fertilidade do ramo está na sua permanência no tronco. Em nós mesmos não temos vida, nem força, nem poder espiritual. Tudo o que somos, sentimos e fazemos vêm de Cristo. Ele é a fonte. Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer”, ao mesmo tempo o apóstolo Paulo disse: “Tudo posso em Jesus, aquele que me fortalece”.
O propósito de Deus não é que você faça mais por ele, mas que você escolha estar mais com ele. Permanecer significa ligar-se intimamente. Como podemos ter mais intimidade com Jesus: 1) Levantar mais cedo para meditar na Palavra e orar – pastor da Koréia: “No mundo inteiro as pessoas levantam cedo para ganhar dinheiro…”. Todas as pessoas na história que tiveram intimidade com Deus levantavam cedo para buscar a face de Deus. 2) Consagrar o seu domingo para Deus para oração e devoção (não TV).
1.Permanecer em Cristo é um imperativo e não uma opção – Deus está mais interessado em nossa vida do que no nosso trabalho. Deus está mais interessado em relacionamento do que em atividade. Ele quer você mais do que suas obras. Permanecer não é o quanto você conheça teologia, mas o quanto você tem sede de Deus. Ao permanecer você busca, anseia, tem sede de, aguarda, ama, ouve, e responde a Jesus. Permanecer significa mais de Jesus em sua vida, mais dele em suas atividades, seus pensamentos e desejos.
2.Permanecer em Cristo é vital para a salvação – Se um ramo não permanece na vidadeira, esse ramo não tem vida, ele é lançado fora, ele é jogado na fornalha e se queima – “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam” (v. 6).
3.Permanecer em Cristo é vital para produzir fruto – Jesus disse “Não pode o ramo produzir fruto de si mesmo… porque sem mim nada podeis fazer” (v. 4,5). Fora da videira o ramo é estéril, é inútil. Contudo, quando o ramo está ligado à videira, sendo podado na hora certa, ele produz muito fruto.
4.Permanecer em Cristo é a evidência de que somos discípulos de Cristo – v. 8 – “Nisso é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (v. 8). Uma vida frutífera é a melhor evidência para os nossos próprios corações de que nós somos realmente discípulos de Cristo. Jesus disse que se conhece a árvore pelo fruto. Uma árvore boa precisa produzir bons frutos.
5.Permanecer em Cristo é vital para você experiementar o fluir do amor de Deus – “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor” (v. 9). Quando temos intimdade com Deus sentimos o quanto somos amados e então teremos pressa para estar novamente na sua presença. Jesus deseja compartilhar a sua vida conosco.
6.Permanecer em Cristo leva consigo a promessa da oração respondida – “Se permanecermos em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (v. 7-8).
7.Permanecer em Cristo é impossível sem obediência a ele – “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (v. 10). A desobediência sempre cria uma quebra no relacionamento com Deus. Você pode sentir emoção num culto no domingo, mas se continuar a ter um estilo de vida pecaminoso durante a semana, jamais terá sucesso na permanência. Aquele que diz que ama a Cristo e não o obedece está enganando-se a si mesmo.
8.Permanecer em Cristo é o caminho para a alegria – “Tenho vos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (v. 11). Quando permanecemos em Cristo, produzimos muito fruto. O Pai é glorificado. E uma alegria indizível e cheia de glória enche o nosso coração.
CONCLUSÃO
Certa feita Jesus estava indo para Jerusalém e teve fome. Ele olhou para uma figueira e viu muitas folhas. Ele foi procurar fruto e não achou. Aquela figueira anunciava fruto, mas não tinha fruto. Então, Jesus fê-la secar. Ela nunca mais produziu fruto. Fruto é o que o Senhor espera de nós e não folhas. Ele não se contenta com aparência, mas ele quer fruto.
Por qual dessas cestas a sua vida está representada? Você é um ramo que está sujo de poeira e de lama, sem luz, sem força, sem fruto? Você é um ramo que está produzindo algum fruto, mais fruto ou muito fruto?
Não se desespere se Deus está trabalhando em sua vida: disciplinando você ou podando você. O Pai quer encontrar em você, muitas uvas suculentas e doces. A coisa mais importante é você estar vivendo na intimidade de Cristo. Estar com Cristo é mais importante do que trabalhar para Cristo. Maria escolheu a melhor parte. Ele se posicionou ao pés de Jesus. Por isso ela frutificou!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Orar? Para quê?

Você sabe que dia é hoje? Sim, domingo, 23 de maio, Dia Mundial das Comunicações Sociais, Dia Mundial da Tartaruga e... Dia de Pentecostes. Dia do quê? De Pentecostes, o 50º dia após o domingo de Páscoa. Nesse dia, nós cristãos, celebramos a descida do Espírito Santo sobre os discípulos e seguidores de Jesus (At 2.1-4). O relato bíblico informa que os discípulos estavam reunidos em oração quando desceu sobre eles o Espírito Santo, o outro Consolador, conforme Jesus disse que habitaria neles (Jo 14.17), os guiaria a toda a verdade (Jo 16.7,13) e os capacitaria a serem testemunhas (At 1.8).


O dia de hoje foi escolhido para ser um Dia Mundial de Oração, onde os cristãos de quase todos os países são convocados para se reunirem e orar! Essa ação faz parte da Campanha Mundial de Oração 2010 – 10 dias de oração constante, realizada pelos cristãos espalhados pelo mundo (veja www.cmo.org.br). A meu ver, não haveria data mais propícia pelo que nos trás a memória: um povo em oração, Espírito Santo em ação, evangelho em expansão, vidas em transformação!

Quando fui convertido pelo Senhor, uma das realidades da vida cristã que mais me incomodava era a oração. Eu não conseguia entender como algumas irmãs da igreja conseguiam passar tanto tempo orando! Na busca por entendimento li muitos textos e alguns livros e, é claro, fui sendo ensinado acerca do tema. Mas descobri que aprendemos a orar e a dedicar tempo em oração, orando! Entendi o que aquelas irmãs experimentavam! Minha interrogação se transformou em interjeição!
Martin Lloyd Jones, pastor e teólogo reformado, escreveu: “A oração é sem sombra de dúvida a mais elevada atividade da alma humana. O homem encontra-se no seu melhor e mais elevado estado quando, de joelhos, fica face a face com Deus.” 

Uma pergunta que sempre faço é: “Se é tão bom estar diante de Deus em oração, por que tenho tanta dificuldade em dedicar tempo para isso?”. Essa também é sua pergunta? John MacArthur Jr, pastor e escritor, afirma que: “Estar a sós com Deus... deveria ser o maior desejo do cristão”. Mas por que não é? Tenho aprendido duas coisas em relação a isso: 1º que existe uma luta espiritual e 2º existe entendimento incorreto sobre oração. 

Não se engane, pelo fato da oração nos propiciar comunhão e intimidade com Deus, sendo vital para nossa saúde espiritual e cumprimento dos Seus propósitos, há um levante dos nossos inimigos (o mundo, a carne e o diabo) que, constantemente, trabalham para impedir nossa dedicação à oração.

Mas também existem entendimentos errados sobre oração. Para muitos, oração não se trata mais que um ritual de rotina. Outros tantos entendem que se destina apenas a fazer exigências e reivindicações a Deus. Há ainda aqueles que substituíram a oração pela ação pragmática, ou seja, a atividade humana dispensa a oração. E se defendem: “Deus já sabe, não preciso orar”. E para você, o que é oração?

A essência da oração é falar com Deus: o Criador, Sustentador, Soberano, Salvador, Santo, Eterno! Expondo o que está em seu coração, pedindo perdão pelo que se configura pecado, suplicando transformação ao jeito de ser e direção para o caminho a seguir. Orar não se trata de pedir a Deus para fazer a nossa vontade ou atender nossos desejos, mas uma afirmação de Sua Soberania suplicando que nos conforme à Sua vontade e propósitos! Oração é relacionamento em ação: intimidade com Deus que me leva a agir no mundo para cumprimento de Sua Vontade!

Em seu livro, A sós com Deus, MacArthur Jr escreve: “Para os cristãos, orar é como respirar. Você não tem de pensar em respirar porque a atmosfera exerce pressão sobre os seus pulmões e o força a fazer isso. É por isso que é mais difícil prender a respiração do que respirar. Semelhantemente, quando você nasce na família de Deus, você entra em uma atmosfera espiritual onde a presença e a graça de Deus exercem pressão ou influência sobre sua vida. A oração é a resposta normal a essa pressão. Como crentes todos entramos na atmosfera divina para respirar o ar da oração. Somente desta forma poderemos sobreviver nas trevas do mundo.”
E então, você está respirando?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jeová no banco dos réus

João Heliofar de Jesus Villar


Há quem diga que é um exagero, mas não seria de todo inexato dizer que devemos, ao menos em parte, o cânon bíblico a um herege que, mesmo herege, não deixou de prestar um serviço relevante à história da Igreja. Márciom, no segundo século, decidiu quais deveriam ser os textos inspirados e criou o primeiro cânon. Era uma seleção singular. O Deus do Antigo Testamento foi deixado de lado, porque não se coadunava com a revelação graciosa que ele identificou em Jesus de Nazaré. Desse modo, seu cânon era uma cuidadosa seleção de escritos, com especial destaque para as cartas de Paulo, o grande teórico da doutrina da graça. O que lhe parecia incompatível com esses ensinos foi cuidadosamente eliminado. Jeová, com suas guerras sangrentas, com suas imprecações e demonstrações de ira, obviamente nada tinha a ver com o Espírito gracioso que se manifestou na pessoa de Cristo. Num movimento notável, Márciom expurgou Jeová da Bíblia. 

O desafio obrigou a Igreja a definir o que efetivamente era canônico; isto é, dentre os escritos que corriam nas igrejas, o que poderia ser julgado como divinamente inspirado. Os pais da Igreja e as principais autoridades que defendiam a ortodoxia formularam suas listas que, depois de inúmeros debates que se estenderam até o quarto século, terminaram na confecção do que hoje aceitamos como as escrituras sagradas. 

A heresia de Márciom foi superada e a herança do Antigo Testamento foi integralmente preservada pela ortodoxia. Apesar disto, é de se reconhecer que se Márciom está morto, o cadáver é difícil de enterrar. De quando em quando seu fantasma reaparece para nos assombrar. Mesmo hoje, não é raro vermos Jeová sentado na cadeira dos réus, acusado de ser mera projeção das tendências sanguinárias do povo de Israel. Um Deus tribal, sedento de sangue, ciumento, iracundo, que não pode corresponder ao Deus de amor revelado nas páginas do Novo Testamento. Mesmo dentro da igreja há autores que atribuem tantos vícios ao Deus do Antigo Testamento quanto o rosário de maldades que Dawkins lançou sobre Jeová na sua propaganda neoateísta: “Deus, um Delírio”.

Qual a razão desse fenômeno? Por que é intelectualmente desconfortável defender o Deus do Antigo Testamento, o Senhor dos Exércitos de Israel? 

É difícil encontrar uma resposta só, porém uma pista que parece certeira aponta para o fato de que não há nada mais incompatível com o humanismo secular – que de tão perto nos assedia - do que um personagem que não submete seu padrão de justiça a nenhum paradigma culturalmente justificável. Não é difícil verificar atos de juízo na Bíblia, que são escandalosos do ponto de vista secular. Um padrão de justiça dessa natureza, incorretíssimo politicamente, inevitavelmente levaria o respectivo juiz à reprovação geral. 

Note por exemplo o episódio da execução de Uzá em 2 Samuel 6. A Bíblia relata que Davi resolveu trazer de volta a arca da aliança para Jerusalém, décadas depois de o objeto sagrado ter sido retirado da cidade santa. Durante o transporte, feito em carros de bois, um dos animais tropeça e a arca está para cair no chão, momento em que Uzá estende a mão para evitar a queda. Por ter tocado na arca ele cai fulminado no chão.

Que Deus é esse? Por que matar um ser humano pelo fato de ele tocar num utensílio? É razoável? 

Porém, esse texto e outros, como o que vemos na história dos filhos de Aarão em Levítico 10, revelam um contraste fatal entre a santidade de Deus e o pecado do homem. A inimizade é mortal. Ninguém viola impunemente os limites da santidade de Deus. O homem é pecador – cuide como haverá de se aproximar do seu criador. Mas como explicar isso aos nossos amigos da academia, à “Folha de São Paulo”, a Hollywood? Essa perspectiva nunca encontrará trânsito confortável numa cultura secular. Daí a solução de Márciom ser tão providencial e sedutora: vamos eliminar o inconveniente, expurgando esse Deus santo da Bíblia.

O interessante é que a proibição de se tocar nos utensílios do santuário – entre os quais estava a arca - está expressa, sob pena de morte, em Números 18.3. Mas quando a execução chega, quando uma vida humana é tirada com base numa transgressão humanisticamente irrelevante, secularmente inaceitável, o choque é inevitável. É fácil dizer que o salário do pecado é a morte, o difícil é testemunhar a concretização dessa sentença. 

Devido aos efeitos da absoluta dessacralização da cultura no pós-modernismo e de todo o movimento que tomou conta do último século no pós-guerra, somos a mais informal, a mais profana de todas as gerações. Profana não no sentido escandaloso do termo, mas no sentido de que ninguém antes ignorou (ou não compreendeu) o sagrado como esta geração. Gostamos de falar em graça e suspeitamos de que aquele que insiste em enfatizar santidade sofra de algum tipo de tara moralista.

Nós, como Márciom, corremos o risco de julgar repugnantes os atos de Jeová no caso de Uzá, dos filhos de Aarão etc. Por que Davi e Aarão não reagiram assim? Por que permaneceram – como nos parece - inacreditavelmente submissos? Por que os pais da igreja não seguiram a Márciom e não aceitaram o seu conselho de expurgar o Deus de Moisés? Por que não ficar apenas com o Deus de amor, revelado em Jesus Cristo?

Na verdade o mal está em nós, em nossa cultura. Os nossos antepassados não se impressionavam com os atos de juízo de Deus, simplesmente porque não eram humanistas. Não viam o mundo a partir de uma lente antropocêntrica. Ao revés, eram teocêntricos até o pescoço. O que lhes parecia incompreensível não era a justiça de Deus, mas sim o fato de que um Deus santo pudesse exercer misericórdia diante do homem pecador. Para eles, chocante era a misericórdia, não o juízo. O juízo sempre foi merecido. O escândalo – feliz escândalo – é que um Deus santo possa exercer misericórdia diante do que realmente somos.





terça-feira, 18 de maio de 2010

O sentido de ser povo de Deus

Estamos caminhando na fantástica leitura do livro de Deuteronômio. Esse livro destaca a dimensão prática e cotidiana da vida de fé após a grande experiência de libertação que o Senhor promoveu entre os israelitas, tirando-os da tirania da escravidão imposta pelos egípcios.  

O livro responde à pergunta mais fundamental que nós cristãos devemos fazer a cada momento da nossa vida. A questão é: que implicação a redenção provida por Cristo tem para a minha vida nesse lugar e nesse momento?

No livro de Deuteronômio, a redenção é vivida no dia-a-dia da vida e é nessa experiência de se viver a fé no dia-a-dia, que o povo de Israel é retratado de forma honesta, sem hesitação alguma, descrevendo-se os pecados dos seus líderes e os pecados do próprio povo. A eleição é ato vocacional ou missional no qual Israel deve servir ao Senhor da aliança. O chamado desse povo deve servir como um testemunho comunitário, manifestando o governo de Deus em sua existência corporativa. 

A noção de um povo escolhido por Deus jamais deveria ser usada para reivindicar-se superioridade sobre as demais nações, mas sim como um chamado para o serviço. Lembremo-nos que Deus julga o seu próprio povo e em muitas ocasiões, sendo mais duro com eles do que com as outras nações. Veja, por exemplo, o que Deus diz ao seu povo por meio do profeta Amós: “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi; portanto, eu vos disciplinarei por todas as vossas iniqüidades” (Amós 3.2). 

A inter-relação de eleição e missão implica a conseqüência de que os eleitos são responsabilizados a Deus para os propósitos do próprio Deus. Em Deuteronômio 7.6-11, por exemplo, o típico anúncio de que Deus escolhe um povo é imediatamente seguido por um chamado à humildade. É evidente que isso não resolve a questão do por que esse povo foi escolhido por Deus. 

Contudo, o que esse ato de escolher faz é chamar a atenção ao mistério do amor de Deus. Ao guardarem o coração do pecado do orgulho, o escritor de Deuteronômio lembra aos israelitas que o chamado à existência como povo de Deus foi unicamente um ato gracioso de Deus. Israel não teve contribuição alguma para esse ato divino. Somente uma fonte de motivação para esse ato explica o livramento de Israel da escravidão para a liberdade: o amor e a fidelidade de Deus às promessas feitas aos ancestrais dos israelitas.
 
Quais as implicações desse quadro para a vida da nossa igreja local? Precisamos nos compreender em termos do livro de Deuteronômio, pois ele nos provê uma interpretação do ministério e da missão do povo de Deus, assim como proveu para Jesus Cristo e a própria comunidade de discípulos que viveu em torno do Mestre.

A revelação bíblica afirma em sua totalidade que o propósito redentivo de Deus é executado por meio do chamado de um povo em particular, uma tribo entre todas as tribos da terra. Nós, como igreja de Cristo, que resultamos do evento e da pessoa de Jesus Cristo, não podemos nos conceber como uma associação voluntária de pessoas que acordam em torno de certas convicções sobre Deus. Precisamos compreender e viver pelo fato de que temos vindo à existência pelos atos poderosos de Deus e essa atividade do Criador brota da pura graça dEle e precede qualquer compreensão humana e aceitação de suas implicações.

Enquanto éramos escravos do nosso próprio Egito, vivendo em um cativeiro degradante sem fé e esperança, Deus estendeu a mão para nos resgatar. Ele nos tirou da escravidão e nos colocou na terra do descanso que Deus escolheu para o seu povo. Por meio de Cristo, eu e você somos colocados face a face com o Pai, e assim como Ele, lá no deserto, convidou os israelitas a compreenderem e aceitarem o significado e o sentido da vida deles como povo, nos convida hoje: “Vocês viram o que fiz aos egípcios e como trouxe vocês a mim como que sobre asas de águias! Pois bem. Agora, se derem cuidadosa atenção ao que digo, e cumprirem os termos da minha aliança, vejam que bênçãos! Serão minha propriedade particular dentre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vocês serão minha propriedade especial. Serão um reino de sacerdotes meus, uma nação santa.” (Êxodo 19.4-6).
 
Deus nos chama para um relacionamento de comunhão com Ele e uns com os outros para o servirmos e cumprirmos os seus propósitos redentores.

terça-feira, 11 de maio de 2010

DIGA "NÃO" AO CONFORMISMO ESPIRITUAL!


O Pb. Solano Portela em seu livro Cinco Pecados que Ameaçam os Calvinistas, escreve no capítulo 4 que um desses pecados é o da falta de ação, o que eu chamo de conformismo espiritual, com o recente avivamento da doutrina reformada no meio evangélico mundial. Porém Satanás mais uma vez tem se levantado para enganar os incautos, isso porque a má compreenção de uma doutrina bíbica, leva indubitavelmente a má aplicação desta doutrina e é aqui que Satanás tem posto suas forças. Por isso gostaria de refletir um pouco acerca do conformismo espiritual, que é a tendência “lógica”, mas não bíblica, da Doutrina da Soberania de Deus quando isolada do todo bíblico.

Quando me refiro a conformismo espiritual, estou me referindo a tendência de se cruzar os braços, quando na verdade devemos agir. Alguns dizem '
nem um só pardal cai por terra se não for da vontade de Deus', isso é verdade obviamente, porém Deus nas Escrituras nos MANDA reagir diante de algumas situações, e a tendência dos “novos” calvinistas que, muitas vezes, não se aprofundam no conhecimento das Doutrinas da Graça, é o de cruzar os braços diante das adversidades, desconhecendo, por exemplo, a doutrina bíblica da providência e da oração.

O Pr. Roger Smalling em seu livro “
Os Neo-Carismáticos e o Movimento da Prosperidade“, nos ensina que é errado nos submetermos passivamente a aflição como a vontade de Deus, posto que Ele é soberano e poderia ter-nos prevenido dela. Isso é verdade, porém Deus em sua Palavra, deixa claro que devemos reagir, da forma correta às situações que nos são apresentadas. E quando não fazemos isso estamos incorrendo em pecado, já que na maioria das vezes a tendência é agir da forma incorreta, e isso simplesmente por não ter compreendido corretamente uma determinada doutrina, ou ainda tê-la isolado do todo bíblico, incorrendo em heresia na aplicação.

Também não podemos esquecer que o não conformismo não é:

*Murmuração – Alguns por medo de estarem murmurando, baixam a cabeça e cruzam os braços diante das adversidades, mas esta atitude não é bíblica, e para isso devemos compreender o que é murmurar. Murmurar seria “falar contra alguém ou contra alguma coisa, criticar”. Biblicamente, murmurar seria “falar contra Deus”, “criticar a Deus”, ou simplificando “falar DE Deus”. A murmuração é o resultado da falta de oração em meio à aflição. Para os FILHOS de Deus, o propósito da aflição é a demonstração de dependência do Pai, já que a Escritura nos ensina que “Não veio sobre vós [crentes] tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (cf. 1 Co 10.13). Para que o crente não incorra em murmuração, deve sempre se colocar diante do Pai no altar da oração, buscando dEle o escape. Foi o que fez Paulo quando do “espinho na carne”, orou TRÊS vezes buscando livramento, até obter uma resposta de Deus, e só se “conformou” àquela situação depois disso, já que esta se mostrou a vontade de Deus para Ele.

*Confissão positiva – Muitos que tem saído em defesa das doutrinas bíblicas, têm se levantado contra a teologia da prosperidade e da confissão positiva, doravante TP e CP respectivamente, e no afã de sua defesa têm destituído a igreja da ousadia de comparecer diante de Deus mediante Cristo, para suprir TODAS as suas necessidades. Ora, Jesus disse “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (cf. João 15.7). O problema da TP e CP, neste ponto específico, é que “colocam” Deus contra a parede, imputam a Deus uma OBRIGAÇÃO em fazer o que o homem quer, transformando Deus em “servo” da vontade humana, já que estes fizeram o que Ele lhes ordenou. O antídoto para TP e CP não é uma submissão passiva às adversidades, mas sim uma busca no próprio Deus por livramento, e isto através da oração. De nada adianta ter um grande conhecimento bíblico se a chama do Espírito não arder nos corações, e esta chama só é acesa no altar da oração.
    No livro de Atos, os apóstolos disseram "mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (cf. Atos 6.4). Quando os apóstolos colocaram a oração antes do ministério da palavra, eles não estavam ensinando que a oração é MAIS importante, mas estavam enfatizando a oração como meio que nos prepara para o ministério da Palavra, e não apenas para o ministério, mas para a compreenção das verdadeiras implicações práticas das doutrinas bíblicas.

    Grandes acusações feitas às doutrinas da graça, só são feitas porque em muitos inexiste a prática doutrinária, somos muito teóricos, e nada, ou quase nada, práticos. Já vi pessoas que se dizem calvinistas não depositarem em Cristo sua confiança para salvação, mas na compreensão torta que possuem da doutrina da eleição, e que caminham como aqueles que “
    convertem em dissolução a graça de Deus” (cf. Jd. 4b).

    Em Juízes 3.1,2, o Senhor diz que manteve os povos estrangeiros na terra para que os filhos de Israel aprendessem a guerrear. Da mesma forma isso acontece conosco, depois da nossa conversão Deus não retira da nossa vida as situações adversas, simplesmente porque deseja nos ensinar a lutar, Ele não quer filhos passivos, mas ativos e dependentes dEle. Quando não for para lutar Ele nos avisará, como fez com Josafá (cf. 2Cr 20.17), ou como está escrito no Salmo 46.10 (“
    Parem de lutar”-NVI).

    Concluindo, não é por crermos na absoluta soberania de Deus que devemos passivamente nos submeter às situações adversas que nos são impostas por Ele, mas devemos, confiando em Deus, reagir à estas situações com orações e súplicas, segundo a Sua vontade revelada na Bíblia, até que a paz de Deus que excede todo o entendimento guarde nossa mente e nossos sentimentos em Cristo. Na luta não
     reclameDE Deus aos outros, reclame COM Deus em oração.


    quinta-feira, 6 de maio de 2010

    EU SOU

    Leitura Bíblica: Êxodo 3:1-15

    “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”. (Ex. 3:14)

    Apesar de ter então só catorze anos de idade, lembro-me bem quando meu pai contou o choque que teve com a pergunta “O que ele era do senhor?” quando foi cuidar do sepultamento de meu avô. Como assim “era”? Sim – vovô passara de “é” para “era”.

    Somos finitos e mesmo aquilo que somos temporariamente não depende apenas de nós. Não podemos simplesmente ser porque somos, nem podemos garnatir que continuaremos sendo enquanto quisermos.

    No texto de hoje, lemos a auto-apresentação Daquele que chamamos Deus. Ela envolve imensa profundidade: “Eu Sou o que Sou” diz claramente que é Ele o único ser autoexistente, que independe de qualquer outro ser ou coisa.

    Ele é o absoluto, e tudo mais – quer seja físico ou espiritual – é relativo. É Nele que existimos e nos movemos. (At. 17:28)

    Isto tem tudo a ver conosco, com o jeito como vivemos.

    Ao compreender que o Deus da Bíblia não é apenas mais um deus, nem mesmo o maior deles, mas ninguém menos que o ser absoluto e soberano sobre o Universo e toda realidade espiritual, sento-me esmagado em minha insuficiência pra sequer dirigir-lhe a palavra.

    Mas quando lembro que ele se importou conosco a ponto de fazer seu Filho Jesus reduzir-se à condição de homem e pagar em Si mesmo o preço para que não apenas pudéssemos falar com Deus, mas chamá-lo Pai, e libertar-nos da escravidão do pecado, com fizera no Egito, entendo o sentido da palavra “graça” e meus joelhos se dobram em gratidão.

    Deixo então de percebê-lo como um “papai Noel” que preciso agradar para ganhar bênçãos, ou u deus manipulável a quem posso manobrar com superstições e práticas religiosas. Sujeitar-me a Ele e a Seus propósitos torna-se desejável, pois sei que só quer meu bem.

    E as bênçãos? Ah, essas são bem-vindas, mas usufruídas em um contexto de dependência, gratidão e seguramente não mais como prioridade. - MHJ  

    A grandeza de Deus nos conduz à submissão e gratidão.

    Pão Diário