"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



quinta-feira, 29 de abril de 2010

Até Herodes, o Grande, se curva diante do menino de Belém!

Quase todo político mente. Muitos políticos bajulam pastores e igrejas para obter vantagens, como, por exemplo, uma grande quantidade de votos. Há pastores que acreditam nas “profissões de fé” que alguns políticos fazem e acabam se comprometendo com eles, prejudicando o bom nome de suas igrejas ou denominações. Não deveria ser assim, pois já acumulamos muitas experiências desagradáveis. Não deveria ser assim, pois logo no início do Evangelho de Mateus temos a história de Herodes, o Grande, que mentiu desavergonhadamente aos magos ao pedir o endereço da casa em Belém onde estava o recém-nascido rei dos judeus para também ir adorá-lo.



Herodes era uma homem cruel. Tornou-se rei dos judeus aos 36 anos. Governou o país do ano 37 ao ano 4 antes de Cristo. Teve uma vida doméstica agitada. Teria assassinado a segunda das dez esposas (Mariane), a sogra (Alexandra), um dos cunhados (Costobarus) e três de seus filhos (Alexandre, Aristóbulo e Antípatro). Quando os magos passaram por Jerusalém e fizeram a célebre pergunta “Onde está o menino que nasceu para ser rei dos judeus?”, Herodes ficou temeroso pelo seu trono e ordenou aos visitantes: “Vão e procurem informações sobre o menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo” (Mt 2.8 NTLH).


É possível que os magos tenham acreditado na declaração religiosa de Herodes, pois foi necessário que Deus desse a eles a orientação de que “não voltassem para falar com Herodes” (Mt 2.12). Se os jornalistas ingênuos e sensacionalistas de hoje estivessem presentes na época, certamente eles lançariam manchetes do tipo: “Até Herodes, o Grande, se curva diante do menino de Belém”, “Astrônomos do Oriente e o rei dos judeus dobram os joelhos e adoram a crianças na manjedoura de Belém”, “Herodes, o Grande, torna a pequena cidade de Belém patrimônio mundial”, “Herodes, o Grande, arrepende-se de seus crimes e torna-se cristão”, “A adoração de Herodes vale mais do que o ouro, o incenso e a mirra dos magos”.

Acontece que, quando soube que os magos o haviam enganado, o pretenso adorador do menino “ficou com muita raiva e mandou matar, em Belém e nas suas vizinhanças, todos os meninos de menos de dois anos” (Mt 2.16 NTLH). Não se deve pensar na morte de milhares de crianças e muito menos em 144 mil mortes -- para combinar com a passagem do Apocalipse (14.1-5) -- como alguns fazem. Tendo em vista o tamanho de Belém, o teólogo William Hendriksen supõe que teriam morrido de quinze a vinte crianças. Mais ou menos na mesma época, cinco dias antes de morrer, Herodes executou Antípatro, filho de sua primeira mulher.

Vale notar a ironia do anjo que avisou a José que ele poderia trazer de volta do Egito o menino Jesus e levá-lo para Nazaré: “Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e volte para a terra de Israel, pois ‘as pessoas que queriam matar o menino já morreram’” (Mt 2.20 NTLH). Quem deveria ser morto por ordem governamental continuava vivo e os que pretendiam tirar-lhe a vida estavam mortos! Esta, sim, seria uma manchete e tanto!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

LIÇÕES DE JESUS À SOMBRA DA CRUZ


Referência: João 13.1-20
INTRODUÇÃO
Jesus sabia que a sua hora tinha chegado. Jesus andou rigorosamente debaixo da agenda do céu. Ele cumpriu cabalmente a agenda traçada pelo Pai.
1)2:4 – Jesus disse para a sua mãe em Caná: “Ainda não é chegada a minha hora”.
2)7:30 – Os guardar não puderam prendê-lo “porque ainda não era chegada a sua hora”.
3)8:20 – E ninguém o prendeu no templo “porque não era ainda chegada a sua hora”.
4)12:23 – Quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém disse: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”.
5)13:1 – Na festa da Páscoa Jesus disse: “Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai”.
6)17:1 – Tendo terminado seus ensinos no cenáculo, antes de ir para o Getsêmani Jesus disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti”.
Jesus já estava à sombra da cruz. Jerusalém estava com suas ruas apinhadas de gente. Cada família já estava se preparando para imolar o cordeiro e celebrar a páscoa. Jesus escolheu esta data para morrer por duas razões: Primeiro, o Cordeiro da Páscoa era o mais vívido tipo de Cristo em toda a Bíblia. Segundo, a Páscoa era a festa onde todo o povo se juntava em Jerusalém. Sua morte seria pública. Os sacerdotes já se preparavam para a grande festa que marcava a saída do povo do cativeiro do Egito, quando Deus libertou o seu povo pelo sangue do Cordeiro.
Jesus ministra aos seus discípulos suas útimas lições. Essas lições são pilares que devem manter nossa estrutura espiritual. São trombetas de Deus aos nossos ouvidos. São luzes de alerta em nosso caminho. São exemplos vivos que precisam ser imitados.
I. A PRIMEIRA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O SEU AMOR INCOMENSURÁVEL PELO SEU POVO – V. 1-3
1. A cruz não foi um acidente na vida de Cristo. Ele não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pelo crueldade dos soldados. Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai. Ele sabia que estava indo para a cruz. Ele sabia que sua hora tinha chegado. A despeito do conhecimento de seu sofrimento atroz e de sua morte horrenda, ele continua amando os seus discípulos até o fim.
2. Mesmo sabendo que os seus discípulos o abandonaria vergonhosamente em poucas horas, deixando-o nas mãos dos pecadores. Mesmo sabendo que Judas o trairia, que Pedro o negaria e que os outros se dispersariam, Jesus continua amando os seus discípulos até o fim.
3. Jesus amou-nos ao ponto de deixar a glória, entrar no mundo, se fazer carne, tornar-se pobre, ser perseguido, odiado, zombado, cuspido, pregado numa cruz, carregando sobre o seu corpo no madeiro os nossos pecados e morrer por nós em uma rude cruz. Esse é um amor imenso, eterno, infinito. Nenhum pregador jamais pode pregar completamente esse amor. Nenhum escritor jamais pode descrever completamente esse amor. Nenhum poeta jamais conseguiu descrever esse amor. Se todos os mares fossem tinta/E todos as nuvens fossem papel/Se todas as árvores fossem pena/E todos os homens escrivães/Nem mesmo assim se poderia descrever o amor de Cristo. Seu amor excede todo o entendimento.
4. O principal dos pecadores pode vir a ele com ousadia e confiar no seu perdão. Jesus se deleita em receber pecadores. Jesus não nos lança fora por causa dos nossos fracassos. Ele jamais nos rejeita por causa da nossa fraqueza. Aqueles a quem ele ama desde o princípio, ele ama até o fim. Aqueles que vêm a ele jamais ele lança fora.
II. A SEGUNDA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O PERIGO DE SE VIVER COMO UM HIPÓCRITA NO MEIO DO POVO DE DEUS – V. 2-3,18-19
1. Judas tinha sido escolhido pelo próprio Cristo no mesmo nível e ao mesmo tempo que Jesus tinha escolhido Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos. Judas foi escolhido depois de uma noite de oração. Judas foi escolhido de acordo com a vontade de Deus. Judas foi escolhido para estar com Jesus, para pregar o evangelho, para orar pelos enfermos e expulsar demônios.
2. Por três anos Judas andou com Cristo. Judas viu os milagres de Cristo. Ouviu os tremendos ensinamentos de Cristo. Viu Cristo curando os aleijados, dando vista aos cegos, purificando os leprosos e ressuscitando os mortos. Durante três anos Judas viu Jesus andando por toda a parte libertando os oprimidos do diabo.
3. Durante três anos Judas realizou a obra de Deus. Quando Jesus enviou os discípulos de dois a dois Judas estava no meio deles. Ele participou do grupo dos 12 e dos 70. Judas pregou o evangelho para os outros. Judas orou pelos enfermos. Judas expulsou demônios no nome de Jesus. Mas agora estamos vendo este homem possuído pelo diabo e caminhando para a destruição. Judas tapa os ouvidos à voz de Cristo e abre o seu coração aos sussuros do diabo. Ele abrigou no coração as sugestões do diabo e o diabo entrou nele e levou para o inferno.
4. Judas nos mostra o quão longe um homem pode ir na sua profissão religiosa sem ser convertido. O quão profundamente uma pessoa pode se envolver com as coisas de Deus e ser apenas um hipócrita. Judas nos mostra a inutilidade dos maiores privilégios sem um coração sincero diante de Deus. Privilégios espirituais sem a graça de Deus não salva ninguém. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na denominação ou por exercer um ministério espetacular. Judas nos alerta sobre o perigo de se ter apenas um conhecimento intelectual do evangelho, mas um coração ainda não convertido. Judas nos mostra que ser batizado ou ser membro de igreja não é uma garantia de que estamos certos diante de Deus.
5. Judas nos adverte sobre a necessidade de sondarmos o nosso coração. Judas amou mais o dinheiro do que a sua alma. Ele amou mais o dinheiro do que a Jesus. Aquele não foi um deslize momentâneo na vida de Judas. Jesus já conhecia o seu coração. Jesus sabia que ele era um “diabo” (João 6:70). Jesus sabia que ele era ladrão. Aqui a máscara caiu e Judas acolheu o sugestionamento do diabo. Aqui Judas simplesmente evidencia de quem ele era servo. Quem mandava em sua vida. A quem ele de fato obedecia. Ah! Devemos orar continuamente para que o nosso Cristianismo seja genuíno. Mesmo que nossa vida seja frágil, precisamos dizer: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo”.
6. Judas é um alerta para nós sobre o perfeito conhecimento que Cristo tem de todo o seu povo. Jesus pode distinguir entre uma falsa profissão de fé e a verdadeira graça. A igreja pode ser enganada, mas Jesus não. Homens maus como Judas podem ocupar os postos mais altos na liderança das igrejas, mas jamais enganarão a Jesus. Jesus conhece aqueles a quem ele escolheu (13:18-19). Esse conhecimento de Jesus alerta os hipócritas ao arrependimento. Jesus deu todas as oportunidades para Judas se arrepender. Ele o chamou. Ele o ensinou. Ele o comissionou. Ele lavou os seus pés. Ele o tratou como amigo. Ele lhe deu todos os privilégios que deu aos outros discípulos. Mas o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro. Os discípulos foram salvos, Judas pereceu.
III. A TERCEIRA LIÇÃO DE JESUS É QUE PRIVILÉGIOS NÃO IMPLICAM EM ORGULHO, MAS EM HUMILDADE – V. 3-5
1.Jesus sabia quem era. Sabia de onde tinha vindo e para onde estava indo. Sabia sua origem e seu destino. Sabia que era o Rei dos reis. Sabia que era o Filho do Deus Altíssimo. Sabia que o Pai tudo confiara em suas mãos. Sabia que era o soberano do Universo. Mas sua majestade não o levou à auto-exaltação, mas à humilhação mais profunda. O que ele sabia determinou o que ele fez. Sua humildade não procedeu da sua pobreza, mas da sua riqueza. Sendo rico se fez pobre. Sendo Rei se fez servo. Sendo Deus se fez homem. Sendo soberano do universo se cingiu com uma toaha e lavou os pés dos seus discípulos.
2. Era costume que as pessoas antes de se assentar à mesa lavasse os pés. Eles tinham vindo de Betânia. Seus pés estavam cobertos de poeira. Eles não podiam assentar-se à mesa antes de lavar os pés. Esse era o serviço dos escravos. Jesus estava no cenáculo com eles. Ali não havia serventes. Jesus esperou que eles tomassem a iniciativa de lavar os pés uns dos outros. Mas eles tinham muito orgulho para fazer um serviço de escravo. Ninguém tomou a iniciativa. Eles abrigavam no coração quem era o mais importante entre eles (Lucas 22:24-30). Judas nesse momento já havia decidido trair a Jesus por trinta moedas de prata. Eles pensavam que privilégios implicava em grandeza, em reconhecimento, em aplausos, em regalias.
3. Foi no meio de tais homens que se sentiam muito importantes, homens em cujo meio estava Judas, o traidor que Jesus se levanta. Mesmo sabendo que era o Filho de Deus e que tinha vindo do céu e voltava para o céu, Jesus cinge-se com uma toalha. Deita água em uma bacia. Começa a lavar os pés dos discípulos e enxugar-lhes com a toalha. Jesus repreende o orgulho dos discípulos com a sua humildade. Jesus mostra que no Reino de Deus o maior é o que serve. A grandeza no reino de Deus não é medida por quantas pessoas estão a seu serviço, mas a quantas pessoas você está servindo. Devemos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Ele sendo Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Ele se esvaziou. Ele se humilhou. Ele sofreu morte humilhante e morte de Cristo. Devemos nos revestir de humildade. Porque aquele que se humilhar será exaltado.
4. Jesus sendo o soberano do universo cingiu-se com uma toalha. Sendo o Rei dos reis enclinou-se para lavar os pés sujos dos seus discípulos. Ah como precisamos precisamos dessa lição de Jesus hoje. Temos hoje muitas pessoas grandes na igreja, mas poucos servos. Muita gente no pedestal e poucas inclinadas com a bacia e toalha na mão. Muita gente querendo ser servida e poucas prontas a servir. A humildade de Jesus repreende o nosso orgulho.
5. Humildade e amor são virtudes que os homens do mundo podem entender, se eles não compreendem doutrinas. O cristão mais pobre, o mais fraco e o mais ignorante pode todos os dias encontrar uma ocasião para praticar amor e humildade. Cristo nos ensinou como fazer isso. O que Jesus teve em mente não foi um rito externo, o lavapés, mas uma atitude interna, da humildade e da vontade de servir.
IV. A QUARTA LIÇÃO DE JESUS NOS ENSINA SOBRE A EFICÁCIA DA SALVAÇÃO E A NECESSIDADE DE UMA PURIFICAÇÃO DIÁRIA – V. 6-11
1. Pedro revela neste texto mais uma vez o seu temperamente ambíguo e contraditório. Num momento ele proibe Jesus lhe lavar os pés; noutro momento quer ser banhado dos pés à cabeça. Pedro revela neste texto que não entende o que Jesus está fazendo. Ele vê mas não compreende. Seu coração estava certo, mas sua cabeça estava completamente errada. Pedro tem mais amor do que conhecimento, mais sentimento do que discernimento espiritual. Ao mesmo tempo que chama Jesus de sair, diz-lhe: “De modo nenhum me lavarás os pés”. Pedro errou quanto ao estado de humilhação de Cristo e Pedro errou também quanto ao significado do ato de Jesus. Ele pensou num ato literal enquanto Jesus estava falando de uma purificação espiritual. A linguagem de Jesus aqui é a mesma do capítulo 3 quando ele falal do nascimento espiritual, do capítulo 4, quando ele fala da água espiritual, e do capístulo 6 quando ele fala do pão espiritual. Agora ele fala da limpeza espiritual. Pedro já havia demonstrado essa ambiguidade antes: confessa Jesus e depois o repeende (Mateus 16:16,22). Chama Jesus de Senhor e o proíbe de lavar-lhe os pés (João 13:6-8). Promete ir com Jesus até a morte e o nega três vezes (João 13:36-38).
2. Pedro precisava entender o que era ser lavado por Cristo. Jesus não estava falando de uma lavagem física, mas espiritual. Quem não for lavado, purificado, justificado e santificado por Cristo não tem parte com ele (1 Coríntios 6:11). Cristo precisa lavar-nos se nós vamos reinar com ele em sua glória. Judas não estava limpo, ou seja, ele não tinha sido transformado, convertido.
3. Pedro precisava entender que uma vez salvo, salvo para sempre. Quem já se banhou não precisa lavar-se senão os pés. A salvação é uma dávida eterna. A palavra lavar nos versos 5-6,8,12 e 14 é nipto e significa lavar uma parte do corpo. Mas a palavra lavar no verso 10 é louo e significa lavar o corpo completamente. A distinção é importante, porque Jesus estava ensinando os seus discípulos a importância de uma caminhada santa. Quando um pecador confia em Jesus é banhado completamente e seus pecados são perdoados (1 Coríntios 6:9-11; Tito 3:3-7; Apocalipse 1:5). E Deus nunca mais se lembra desses pecados (Hebreus 10:17). Contudo, como os crentes andam neste mundo eles são contaminados e precisam ser purificados. Não precisam ser justificados de novo, mas de constante purificação. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos purificar e nos perdoar” (1 João 1:9). Quando andamos na luz temos comunhão com Cristo. Quando somos purificados andamos em intimidade com Cristo.
4. Pedro precisava entender que os salvos precisam continuar ser purificados. Precisamos ser lavados continuamente pelo sangue de Cristo. Precisamos ser purificados das nossas impurezas. Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados. Precisamos ser lavados para entrarmos no banque da comunhão com Cristo. Nossos pés precisam ser lavados. O mesmo sangue que nos lavou em nossa conversão, agora nos purifica diariamente em nossa santificação.
V. A ÚLTIMA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DA FELICIDADE DO CRISTÃO – V. 12-20 (17)
1. Jesus define o que é felicidade (13:17). Bem-aventurado aqui significa muito feliz. Mas quem é feliz? É aquele que serve e serve aos mais fracos, da maneira mais humilde. Feliz é aquele que não apenas chama Jesus de Mestre e Senhor, mas também imita a Jesus, servindo ao próximo. Ser feliz segundo o mundo é estar acima dos outros. É ser servido por todos. Ser feliz no Reino de Deus é rebaixar-se para servir aos mais fracos. A grandeza no Reino de Deus não é medida por quantas pessoas nos servem, mas a quantas nós servimos. A felicidade não é um fim em si mesma, mas um sub-produto de uma vida que vivemos dentro da vontade de Deus. O mundo pensa que felicidade é o resultado de outros nos servirem, mas a real felicidade é servirmos aos outros em nome de Jesus. O mundo pergunta: Quantas pessoas servem você. Mas Jesus pergunta: a quantas pessoas você está servindo? No Reino de Deus o maior é o servo de todos.
2.O crente não deve se envergonhar de fazer nenhuma coisa que Jesus tenha feito (13:17). Jesus deixou a glória, o céu, os anjos, o trono e veio ao mundo para servir, servir pecadores como eu e você. Na vida cristã não há espaço para vaidade, para orgulho. Nosso Rei foi servo. Ele se esvaziou. Ele se despiu da sua glória. Ele nasceu numa manjedoura. Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Ele cingiu-se com uma toalha. Ele foi sepultado num túmulo emprestado. Ele lavou os pés de homens fracos e cheios de vaidade. Ele fez um trabalho próprio dos escravos. E seus discípulos deveriam fazer o mesmo.
3. Jesus nos ensina sobre a inutilidade do conhecimento religioso que não é acompanhado pela prática (13:17). Um conhecimento que não se traduz em trabalho, em obra, em serviço é estéril e não pode trazer felicidade. Não basta conhecer a verdade se não somos transformados por esta verdade. O conhecimento sem amor envaidece. A fé sem obras é morta. A doutrina sem vida é inútil. O conhecimento sem a obediência nos torna mais culpados diante de Deus. O conhecimento sem prática não nos coloca acima do nível dos demônios (Marcos 1:24 e Tiago 2:20). Satanás conhece a verdade, mas não tem nenhuma disposição para obedecê-la. Conhecimento sem prática descreve o caráter de Satanás e não do crente. Por isso, Satanás é sumamente infeliz. Um crente feliz é aquele que não apenas conhece, mas pratica o que conhece.
CONCLUSÃO
O texto que acamos de considerar nos ensina quatro lições fundamentais: Diante dos privilégios devemos agir com humildade. Diante da contaminação do mundo, necessitamos de purificação constante. Diante da vaidade do mundo, precisamos aprender que a verdadeira felicidade é servir e não ser servido. Diante da eternidade e do destino da nossa alma, precisamos vigiar-nos para não cairmos no abismo da hipocrisia. Que aprendemos estas lições que Jesus ensinou à sombra da cruz!

terça-feira, 13 de abril de 2010

O JESUS “IMATÁVEL”


Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou [...]”João 10:18


Há algum tempo li esta expressão numa revista gospel. De fato, ela é bem apropriada para definir a autoridade de Jesus sobre sua vida. Ninguém seria capaz de matá-lo sem que ele voluntariamente se entregasse (At 2:23).Isso significa que a cruz não foi um acidente de percurso. Jesus sabia que seu ministério passaria pelo calvário. Quando tentado pelo Diabo no deserto, o Messias não sucumbiu diante da possibilidade de trilhar um caminho sem a agonia da morte no madeiro (Lc 4:1-13). Por várias vezes ele chegou a anunciá-la claramente aos discípulos. E advertiu duramente a Pedro por este negar a necessidade de seu sacrifício (Mt 16:21-23). Cristo tinha um foco e foi para isto que ele se encarnou (Jo 12.27). Jesus, portanto, não foi um mártir, muito menos um mero profeta. O homem pendurado na cruz também era Deus. Ele caminhou voluntária e silenciosamente até o “monte da caveira” porque, antes da criação do mundo, já havia tomado a decisão de entregar a própria vida, morrendo em seu lugar.

ORE


Deus poderoso, a entrega voluntária do teu único filho por mim é a mais bela declaração de amor. Quero engrandecer-te e adorar-te diariamente por tão grande salvação em Cristo.

PENSE


“Se Jesus não tivesse entregue a si mesmo, ninguém o teria entregue” (Santo Agostinho)

Cada Dia

sábado, 3 de abril de 2010

NÃO ESTÁ AQUI, MAS RESSUSCITOU - PÁSCOA

Por Maurício Jordão de Souza

Isaías 25:6-9
“Se o Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos os povos uma festa com animais gordos, uma festa com vinhos puros, com tutanos gordos, e com vinhos puros, bem purificados. E destruirá neste monte a máscara do rosto, com que todos os povos andam cobertos, e o véu com que todas as nações se escondem. Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor o disse. E naquele dia se dirá: Eis que Este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; Este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos”.   

João 20:1-9
“E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então, Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia, não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis e que o lenço que tinha estado sobre a sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado, num lugar à parte. Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que ressuscitasse dos mortos”.

1 Coríntios 15:1-8
“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo”.

De fato o evangelho de Cristo é o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus. Nela, temos demonstrado muito pouco do Seu poder excelso – muito mais, Sua misericórdia. É nesse contexto que constatamos um dos atributos de Deus, o seu incontestável e incondicional amor “porque amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16).

Páscoa refere-se à morte e ressurreição de Jesus Cristo; Morte para libertação da escravidão do pecado e da morte eterna, ou o tormento eterno. “Deus nos tirou do cativeiro do pecado pelo sangue precioso de Jesus. A morte do cordeiro na páscoa judaica era um tipo da morte de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O livramento da morte depende exclusivamente da morte do cordeiro ”. (Pr. Hernandes Dias Lopes)  

Assim como o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou, sendo Ele as primícias de todas as coisas, assim também será conosco, os que crerem em Seu nome. Que possamos todos crer que Jesus é o caminho para uma nova vida de santidade e paz. Nada pode por nós mesmos ser feito para que possamos pagar o preço que Ele pagou por nós, a não ser crer somente naquele que é o autor e o consumador da nossa fé. Bênçãos providenciais de Deus para todos nesta Páscoa.   

OBSERVADOR

Lucas 23: 26-43
“O povo ficou observando e as autoridades o ridicularizavam” (Lucas 23:35)

A crucificação de Jesus, ocorrida em Jerusalém há quase 20 séculos, dividiu a humanidade em dois grupos bem definidos: o daqueles que crêem na validade de sua morte pelos nossos pecados e o dos que negam o mérito desse Seu sacrifício.

Essa divisão já existiu antes, entre os dois malfeitores executados, um a Sua direita e o outro à Sua esquerda. Um creu: “Lembra-se de mim quando entrares no Teu reino”, o outro duvidou: “Você não é o Cristo? Salve-se a Si Mesmo e a nós”.

O cenário da crucificação inclui diversos outros personagens: mulheres que lamentaram Sua morte, soldados que sortearam suas vestes, escribas, fariseus e autoridades que o ridicularizavam, não o reconhecendo como o Messias, discípulos que, amedrontados, permaneceram distantes, com temor dos romanos ou dos próprios judeus. Faziam parte do povo, ou seja, da grande massa humana de homens e mulheres que observava a execução de Cristo.

Em todos os tempos e em todas as gerações essa mesma história se repete. Cada vez que Jesus Cristo é anunciado como o Redentor, existem os que o aceitam e o recebem. Assim, também – e é muito mais numeroso – o grupo dos que somente “observam”.

Não tomam qualquer decisão, mas reconhecem-No como homem de virtudes. Muitos conhecem seus ensinos, são testemunhas do poder do evangelho na transformação de vidas, mas negam-se a perfilar entre os verdadeiros cristãos.   

A situação de observador, frequentemente, é o passo inicial para uma efetiva decisão ao lado do Jesus Cristo. E isso se dá pela ação contínua do Espírito Santo que trabalha no coração humano, provocando uma revolução interior cujo desfecho é o da chamada regeneração ou “novo nascimento”. Deixe de ser um mero espectador, se este é o seu caso. Há lugar para você no meio do povo de Deus, daqueles que com fé e diligência trabalham para a hora e o louvor de Cristo e para a ampliação de seu reino – CT

O discípulo se compromete com Cristo para a tarefa de propagar a fé
Pão Diário 2010.
  

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ESPIRITUALIDADE E ASSOMBRO



Quando era adolescente gostava muito de assistir filmes de terror. Filmes sobre fantasmas em casas mal assombradas. Quando fui alcançado e regenerado pelo Espírito de Deus, perdi o gosto por estes filmes e parei de assistir! Este tipo de assombro está diretamente relacionado ao medo!


A Bíblia registra os discípulos assombrados quando vêem Jesus andando sobre o mar, pensando ser Ele um fantasma. Após reconhecê-lo e presenciarem o Seu poder ao fazer com que Pedro também andasse sobre as águas e ao cessar a tempestade, eles declaram estarrecidos: “Verdadeiramente és o Filho de Deus!” (Mt 14.22-33). Esta declaração também reflete um tipo de assombro, mas não motivado por medo! Aqui se refere à maravilha dos atos presenciados. O mesmo acontece com Davi ao escrever um salmo (139.14). Ele afirma que a forma como Deus o criou lhe deixa assombrado, significando admiração que inspira reverência.


Recentemente terminei a leitura de O Evangelho Maltrapilho, de Brennan Manning. Um livro que tem como tema central a graça de Deus manifestada sobre pessoas que jamais mereciam esta graça (como eu!). Em certo momento Brennan expõe o que ele chama de a Espiritualidade do Assombro. Refere-se a estar constantemente extasiado, surpreso, espantado, maravilhado, boquiaberto diante da graça de Deus sobre o ser humano, e perceber que o mundo está carregado com esta graça. Que mesmo que o pecado, as guerras, as doenças, as mortes, a corrupção sejam terrivelmente reais, a presença e o poder de Deus no nosso meio é mais real ainda.


Para Brennan “a palavra graça tornou-se banal e desgastada pelo mau uso e pelo uso em excesso. Ela não mexe conosco da mesma forma que mexia com os nossos ancestrais cristãos”.


Isso se torna um problema para nós, pois nos tornamos frios diante da beleza, grandeza, poder, amor, misericórdia e soberania do nosso Deus! Somos levados a ser individualistas e egoístas, centrados em nós mesmos. Deixamos de experimentar na plenitude essa graça. Deixamos de expressá-la em direção ao outro.


Saiba que o amor de Deus por você é eterno. Você tem medo que sua fraqueza possa separá-lo do amor de Cristo? Ela não pode! Você tem medo que suas inadequações possam separá-lo do amor de Cristo? Elas não podem! Você tem medo que sua pobreza interior possa separá-lo do amor de Cristo? Ela não pode! Casamento difícil, solidão, ansiedade sobre o futuro, seu ou de seus filhos? Não podem! Baixa auto-estima? Não pode! Dificuldade econômica, ódio racial, crime nas ruas? Não podem! Rejeição ou sofrimento pelos queridos? Não pode! Perseguição pelas autoridades, ir para a cadeia? Não podem! Guerra nuclear? Não pode! Erros, medos, incertezas? Não podem! O evangelho da graça grita: “nada jamais poderá separar você do amor de Deus tornado visível em Cristo Jesus nosso Senhor”.


Você deve estar convencido disso, deve confiar nisso e jamais esquecer-se disso! Todo o restante passa, mas o amor de Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Isso lhe assombra? Se sim, dê Glórias a Deus! Se não, peça a Deus para voltar a assombrar-se com as Suas maravilhas! Peça para voltar a assombrar-se com a Sua infinita graça manifestada, diariamente, sobre você!


Lembrando constantemente que somos alvos deste amor, desta graça, não só nos aproximaremos reverentemente de Deus, como compartilharemos este presente com os outros. Oremos então, uns pelos outros, como o apóstolo Pedro: “Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.” (1 Pe 5:10)