"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



sábado, 26 de setembro de 2009

ARREPENDER E VIVER OU NÃO SE ARREPENDER E MORRER









Existe uma diferença entre arrependimento e remorso. O arrependimento produz vida; o remorso desemboca na morte. Através do arrependimento o indivíduo foge da morte para Deus; pelo remorso a pessoa foge de Deus para a morte. O arrependimento conduz o homem ao céu; o remorso o leva ao inferno. Não houve diferença entre o pecado de Pedro e o de Judas. Pedro negou Jesus, Judas o traiu. Mas, houve grande diferença na maneira deles lidarem com o pecado. Pedro arrependeu-se, Judas encheu-se de remorso. Pedro vomitou o veneno, Judas engoliu o veneno. Pedro foi perdoado e salvo, Judas pereceu eternamente. 






O verdadeiro arrependimento envolve três elementos fundamentais:


Em primeiro lugar, arrependimento é mudança de mente. A palavra grega para o arrependimento, metanóia, significa mudança de mente. O arrependimento é em primeiro lugar uma mudança intelectual, uma mudança de conceito. Pelo arrependimento compreendemos que o diabo é um embusteiro e que o pecado é uma fraude. Compreendemos que por trás da sedutora isca do pecado existe o anzol da morte. Compreendemos que o pecado é maligníssimo e pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença e do que a própria morte, pois todos esses males não podem nos afastar de Deus, mas o pecado nos afasta de Deus agora e faz perecer eternamente aqueles que se agarram a ele.


Em segundo lugar, arrependimento é mudança de emoção. O arrependimento é tristeza segundo Deus (2Co 7.10). A tristeza do mundo produz morte, mas a tristeza segundo Deus conduz à vida. O arrependimento produz uma insatisfação no coração do indivíduo que peca de tal forma, que a pessoa rompe com o pecado e corre para os braços de Cristo. Sem arrependimento a tristeza pelo pecado afunda a pessoa ainda mais no pântano no desespero. Sem arrependimento aquele que é escravo do pecado vai se enrolando num cipoal e vai se prendendo com cordas e correntes tão grossas que ao fim, ele se capitula vencido, quebrado, arruinado, e perdido. O fim dessa linha é a morte e a própria perdição eterna. Porém, quando uma pessoa se arrepende, ela passa a fugir não apenas das conseqüências do pecado, mas do próprio pecado. Ela vê o glamour do mundo como esterco; ela não se deleita mais nos manjares do mundo, pois sabe que a aparência do mundo passa, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.


Em terceiro lugar, arrependimento é mudança de vontade. O arrependimento não é apenas um assentimento intelectual e um sentimento emocional. O verdadeiro arrependimento atinge a vontade. É dar meia volta e voltar-se para Deus. Judas deu os dois primeiros passos do arrependimento. Ele reconheceu que tinha traído sangue inocente. Ele confessou o seu pecado. Ele sentiu tristeza por ele, a ponto de devolver o dinheiro recebido pela traição. Porém, ele não deu o último passo. Ele não se voltou para Jesus. Ele não pediu perdão. Ele não mudou sua conduta. Apenas a consciência do erro e a correspondente tristeza por ele não é suficiente. É preciso tomar uma decisão. É preciso exercitar a vontade e correr para os braços do Pai. O filho pródigo caiu em si e voltou para a Casa do Pai. Se ele tivesse apenas lamentado sua condição e permanecido na pocilga, ele teria perecido. Mas, ele voltou e encontrou o abraço da reconciliação, o beijo do perdão e a festa da salvação.


Você já se arrependeu de quem você é e do que você tem feito contra Deus? Você tem produzido frutos dignos de arrependimento? Ou você ainda se deleita naquilo que Deus abomina? Ninguém pode crer em Jesus sem antes se arrepender de seus pecados. Não há fé salvadora sem arrependimento do pecado. A porta do céu jamais se abrirá para aqueles que não entraram, aqui, pela porta do arrependimento. Hoje ainda é tempo de se arrepender. Hoje ainda é um dia de graça. O que você ainda está esperando? 








quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Doutrina do Inferno



por
Vincent Cheung



Abaixo está um sumário da minha posição com respeito à doutrina do inferno. Alguns dos pontos (ou os detalhes específicos dentro daqueles pontos) são impopulares e controversos. Eu estou ciente das objeções; eu já as estudei e considerei cuidadosamente; e possuo respostas biblicamente e racionalmente definidas contra elas. Já fornecei algumas destas em meus livros e artigos, e pretendo tratar das restantes em escritos futuros. Assim, até que argumentos bíblicos inegáveis sejam oferecidos para refutar qualquer um dos pontos que se seguem, ou qualquer um dos detalhes dos mesmos, devo considerar todos eles como bíblicos e coerentes, e, dessa forma, necessários e inegociáveis.


Eu tenho fortemente declarado minha insistência sobre estes pontos, pois estou ciente de que algumas das minhas crenças sobre o assunto são apaixonadamente confrontadas por muitas pessoas, incluindo cristãos reformados. Contudo, a verdade é que, se removermos todas as suposições anti-bíblicas, desnecessárias e injustificadas que são tão amplamente afirmadas, tornar-se-á claro que os seguintes pontos representam a única posição bíblica e coerente.


Dito isto, apresento a você os seguintes 10 pontos:
1. O inferno é um lugar criado para os espíritos réprobos, tanto dos anjos como dos homens.


2. O inferno é um lugar cujos habitantes foram soberanamente e incondicionalmente criados por Deus para condenação.


3. O inferno é um lugar no qual Deus exige castigos não-redentivos, mas vindicativos, dos seus habitantes.


4. O inferno é um lugar no qual Deus ativamente causa tormento eterno, consciente e extremo nos seus habitantes.


5. O inferno é um lugar no qual Deus demonstra Sua justiça, retidão, ira e poder, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo.


6. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e tudo o que Deus faz é certo e bom por definição; portanto, é certo e bom que Deus tenha criado o inferno.


7. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo; portanto, é pecaminoso desaprovar ou ter repulsa por sua existência ou propósito, de qualquer jeito.


8. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo; portanto, é certo e bom oferecer louvor reverente e exuberante e ação de graças à Deus por sua criação, existência e propósito.


9. O inferno é um lugar sobre o qual Deus adverte na Escritura, e sobre o qual Cristo pregou em Seu ministério na terra; portanto, é certo e bom para os crentes pregar sobre o inferno, e pregar sobre a única forma de evitá-lo, que é a fé em Jesus Cristo, soberanamente concedida por Deus àqueles que Ele escolheu para salvação.


10. O inferno é um lugar que Deus predestinou para os réprobos; portanto, embora seja certo e bom pregar indiscriminadamente o evangelho a todos os homens, para chamar os eleitos e endurecer os réprobos, é errado e pecaminoso pregar como se Deus desejasse sinceramente a salvação dos réprobos, ou como se fosse possível para os réprobos receberem a fé e serem salvos.

Nota sobre #2: Qualquer condição que pareça correlacionar com a reprovação de Deus de um indivíduo, foi, em primeiro lugar, soberanamente decretada por Deus para ser parte deste indívuduo. Uma pessoa é escolhida para o inferno não por (ou sobre qualquer condição determinada por) seu próprio “livre”-arbítrio (que não existe de forma alguma), mas pela vontade soberana de Deus, que também soberanamente decretou e ativamente forneceu todas as condições que o próprio Deus considera apropriadas e necessárias, tais como o pecado e a incredulidade.



Nota sobre #6: Encontramos uma analogia na existência/criação do mal. Embora o mal seja mal (o mal não é bom), visto que o mal existe somente porque Deus ativamente e soberanamente o decretou (não passivamente ou permissivamente), portanto, é bom que exista o mal. Em outras palavras, o mal é mal (o mal não é bom), mas o decreto de Deus é bom –– isto é, Seu decreto de que o mal deveria existir por Sua vontade e poder ativo. Colocando isso de uma forma simples: o mal é mal, e não bom, mas Deus não errou em decretar o mal; Ele fez uma coisa certa e boa em decretar o mal. Da mesma forma, Deus fez uma coisa certa e boa ao criar o inferno e ao soberanamente, ativamente e incondicionalmente pré-determinar a condenação dos réprobos.


Nota sobre #7: É certo e apropriado considerar e discutir o assunto com temor e tremor, conhecendo a severidade e o poder de Deus, mas é errado e pecaminoso considerar e discutir o assunto de uma forma que, mesmo remotamente, implique numa desaprovação ou repulsa para com o inferno, como que dizendo que Deus fez algo errado ao criá-lo. Desaprovar ou ter repulsa pelo inferno não é um sinal de compaixão bíblica, mas um sinal de rebelião pecaminosa, que deseja o bem-estar e o conforto humano aparte da fé e da santidade, e aparte da dependência da graça de Deus.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AS PRIMEIRAS COISAS PRIMEIRO





Stephen R. Covey no seu precioso livro The First Things First diz que a vida é feita de escolhas. Estamos tomando decisões todos os dias que afetam a nossa vida. A vida é um reflexo das decisões que fazemos. Como tomar as decisões certas? Como fazer as melhores escolhas? Muitas vezes temos que escolher não apenas entre o bem o mal, mas entre o bom e o melhor. Não poucas vezes são coisas boas em si mesmas que nos afastam do nosso alvo mais excelente. Sempre que sacrificamos no altar do urgente as coisas importantes, estamos invertendo as prioridades da vida. Na busca das primeiras coisas primeiro, precisamos estabelecer prioridades corretas:




1. Deus antes das pessoas – No universo existe Deus, pessoas e coisas. Devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. Se cultuarmos a nós mesmos, iremos desprezar a Deus, amar as coisas e usar as pessoas. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas. Ele deve ocupar o primeiro lugar na nossa vida, nossa agenda, nossos sonhos. Devemos buscar o Reino de Deus em primeiro lugar em nossa vida. Se estamos tão ocupados ao ponto de não termos tempo para Deus nem para a sua igreja, estamos ocupados demais.

2. As pessoas antes das coisas – O mundo valoriza o ter mais do que o ser. As pessoas valem quanto têm. Mas, pessoas são mais importantes do que coisas. Não podemos sacrificar relacionamentos por causa das coisas. O trabalho é uma coisa boa, ganhar dinheiro para o sustento da família é uma necessidade básica, mas não podemos esquecer ou desprezar o cônjuge e os filhos e sacrificar o relacionamento familiar para ajuntarmos mais bens materiais. Os que querem ficar ricos caem em muitas ciladas e angústias, enquanto a piedade com o contentamento é grande fonte de lucro.

3. O cônjuge antes dos filhos – Os filhos são herança de Deus, mas não devem ocupar o lugar do cônjuge. Pecamos contra os próprios filhos quando damos mais atenção a eles do que ao cônjuge. O maior bem que podemos fazer aos filhos é amar o cônjuge. Quando os pais vivem em harmonia, amor e fidelidade, os filhos sentem-se seguros e protegidos. A falência do casamento é um desastre na vida emocional e espiritual dos filhos.

4. Os filhos antes dos amigos – Os pais precisam investir tempo, cuidado e carinho na educação dos filhos. Os filhos são educados não apenas com palavras, mas, sobretudo, com exemplo. Os filhos precisam não apenas de presentes, mas, sobretudo, de presença. Precisamos criar pontes de amizade com os nossos filhos, ter tempo para eles, ouvi-los, orientá-los, encorajá-los e discipliná-los. Eles devem vir antes dos amigos. A família merece o melhor do nosso tempo e da nossa atenção.

5. O cônjuge antes de si mesmo – O egoísmo é a antítese do amor. O amor não é egocentralizado, mas outrocentralizado. Não nos casamos para sermos felizes, mas para fazermos o nosso cônjuge feliz. Nosso alvo no casamento não é satisfazer a nossa própria vontade, mas agradar o nosso cônjuge. O outro vem antes do eu. Renúncia do eu e investimento no outro é o caminho para a realização da felicidade conjugal. Enfrentamento dos problemas e não a fuga deles é a forma mais sensata de solucionarmos os conflitos conjugais.

Nossos valores dirigem nossas escolhas e ações. Precisamos ser eficientes não apenas para lidar com coisas, mas, sobretudo, mas tratar com pessoas. Cristianismo trata essencialmente com relacionamentos. Que possamos ter discernimento para buscar as primeiras coisas primeiro.

domingo, 20 de setembro de 2009

UMA IGREJA CRISTÃ DEVE ABRAÇAR O PENTECOSTALISMO?

o

Por Laurence A. Justice


Muitos de nós ficamos chocados e, conseqüentemente, profundamente tristes há alguns anos atrás quando James Robinson, um Evangelista Batista da Convenção do Sul, identificou-se com a doutrina Pentecostal. Um grande número de igrejas batistas no mundo está sendo atribulado pelo aumento que está tendo o Pentecostalismo entre elas. Há muitas igrejas que se chamam Batista, nominalmente, e, não obstante, ao seu nome não são batistas mas, na realidade, igrejas Pentecostais. Tais igrejas são desonestas porque se chamam batistas quando não os são e porque estão roubando bens, imóveis e propriedades físicas pelos quais os batistas, durante anos, trabalharam e Pagaram.


Em vez de listarmos e expormos as igrejas que estão envolvidas neste erro eu acredito que seria mais proveitoso para nós considerarmos quatro perguntas referentes ao Pentecostalismo. Minha oração é que pela consideração atribuída a estas perguntas e suas respectivas respostas pela Palavra de Deus, o Senhor efetue os ajustes da forma que Ele achar conveniente.
Leia o texto na íntegra!!

sábado, 19 de setembro de 2009

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E COM FOGO




por Felipe Sabino de Araújo Neto
E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3.11).
A nossa intenção neste pequeno artigo não é analisar de uma forma geral o ensinamento antibíblico de um batismo com o Espírito Santo pós-conversão, defendido pelos pentecostais e neopentecostais. Antes, queremos atentar para a passagem acima e ver à luz das Escrituras o que significa o “batismo com o Espírito Santo e com fogo” (vale ressaltar que esta é uma das passagens prediletas dos pentecostais e neopentecostais, a qual eles afirmam ensinar a necessidade de um revestimento de poder para os crentes após a conversão).
Tanto pentecostais como muitos reformados crêem que “o batismo com o Espírito Santo e com fogo” se refere ao batismo que os crentes genuínos recebem (é claro que a diferença quanto ao tempo desse recebimento e a extensão do mesmo é fundamental entre esses dois grupos). Mas o que diz “a Lei e o Testemunho”?
Primeiramente, vejamos o contexto da passagem:
7 – E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 – Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento 9 – e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 – E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 11 – E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 – Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará (Mateus 3.7-12).
Analisando cuidadosamente o discurso de João Batista, vemos que a expressão “batizará com o Espírito Santo e com fogo” refere-se a dois batismos distintos para duas classes de pessoas distintas:
- O batismo com o Espírito é para o trigo, ou seja, para aqueles que produziram, pela graça de Deus, frutos dignos de arrependimento. O trigo é recolhido no Seu celeiro em virtude de ser algo muito valioso, muito precioso.
- O batismo com fogo é para a palha, ou seja, para aquelas “árvores” que não produziram frutos, as quais serão cortadas e lançadas no fogo. Assim, a palha será separada do trigo, ou seja, os ímpios dos bons, e será queimada no fogo que nunca se apaga.
Além do mais, João Batista não estava se dirigindo aos discípulos dele ou de Cristo. Ao contrário, ele falava com os “fariseus e saduceus” que estavam querendo se batizar, sem demonstrar arrependimento. A esses ele diz: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?”. Certamente João Batista não prometeria um batismo com Espírito Santo para tais pessoas.
Portanto, ao invés do “batismo com fogo” ser uma promessa para os crentes, ele é uma frase expressiva dos terríveis julgamentos que Ele (Jesus) infligiria sobre a nação Judia e sobre todos quantos morressem impenitentes; quando Ele os condenará pelo pecado de rejeitá-Lo; e quando Ele aparecer como o “fogo do ourives” e como o “sabão dos lavandeiros” (Malaquias 3.2); quando “o dia do Senhor” vier “ardendo como forno” (Malaquias 4:.); quando Ele “limpar o sangue de Jerusalém”, Seu próprio sangue e o sangue dos Apóstolos e Profetas derramados nela, “do meio dela, com o espírito de justiça e com o espírito de ardor”; o batismo com fogo é o mesmo que a “ira vindoura”, com a qual os ouvintes de João Batista são ameaçados no contexto, na ocasião da qual as árvores infrutíferas “serão cortadas e lançadas no fogo” e a “palha” será queimada com fogo que nunca se apaga.
Aqueles que insistem em afirmar que o “batismo com o Espírito Santo e com fogo” se refere a um só batismo, experimentado pelos crentes, costumam apelas para Atos 2.3 como prova de sua teoria. Contudo, lemos assim nesse verso: “Apareceram línguas como de fogo, pousando sobre cada um deles”. Note que as línguas eram COMO de fogo e não DE fogo, ou seja, elas tinham apenas aparência de fogo. Além do mais, não vemos este ato repetido em numa parte da Bíblia. Até mesmo no batismo de Cornélio e de sua casa, o qual Pedro afirma ser o mesmo fenômeno experimentado por ele e os outros apóstolos, as “línguas como de fogo” estão ausentes. Poderíamos ainda dizer que se “línguas como de fogo” fosse cumprimento de “batismo com fogo”, esta promessa não é para nós, visto que ninguém, senão os 120 reunidos no cenáculo no dia de Pentecoste , experimentou isso em toda a história cristã.
É verdade que, como Calvino disse, é Cristo quem concede o Espírito de regeneração, e que, como o fogo, este Espírito nos purifica retirando a nossa imundícia. O Espírito tanto ilumina como purifica. Contudo, Mateus 3.11 não se refere a esta obra purificadora nos crentes, mas ao juízo final preparado para os ímpios. Portanto, concluímos com o puritano Dr. John Gill:
E como este sentido [o de julgamento para os ímpios] melhor concorda com o contexto, creio ser ele o genuíno; visto que João não está falando para os discípulos de Cristo, que ainda não tinham sido chamados, e que somente no dia de Pentecostes foram batizados com o Espírito Santo e com fogo, no outro sentido desta frase [no sentido de fogo como a obra da graça purificadora para os crentes - ver Isaías 6.6,7; Zacarias 13.9; Malaquias 3.3; 1 Pedro 1.7]; mas ele se dirigia aos Judeus, alguns dos quais tinham sido batizados por ele.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

DIFICULDADES BÍBLICAS




Deuteronômio capítulo 13


O assunto é: Um falso profeta faz uma previsão que, comprovadamente, vem a se cumprir de modo integral. Deve-se atender esse profeta quando ele nos incitar à idolatria?


  1. O capítulo vem dividido em três blocos, com o objetivo de demonstrar a clareza, a objetividade, a seriedade e a profundidade da lição com que Deus quis manter e aperfeiçoar o relacionamento com seu povo escolhido. De 1 a 5 um falso profeta nos tenta; de 6 a 11 um parente nos tenta; de 12 a 18 um líder carismático nos tenta.


  2. Deus, soberano e onipotente, pode permitir que uma profecia como a do falso profeta se cumpra, com o objetivo de provar a fidelidade de seus seguidores. Dependendo das circunstâncias e da sensibilidade da pessoa, essa tentação pode vir por meio de um parente querido ou de um homem público importante.


  3. Deus já havia demonstrado cabalmente a Israel que é onipotente, ama e protege o seu povo. Exige somente fidelidade. O mesmo acontece com todos nós. Se alguém, seja quem for, e com o apoio dos melhores argumentos, os mais verossímeis possíveis lhe diz: “Traia o seu Deus”, é preferível sacrificar o relacionamento com essa pessoa que perder a sua alma.


  4. Você não deve se afligir com a drasticidade dos castigos ao tentador, previstos no texto. Essa era a lei e o costume em vigor. Mas Deus não quer ver ninguém sendo apedrejado até a morte, assim como não queria ver Isaque sendo degolado pelo próprio pai. Ele só quer promover a intensificação de nossa aproximação com ele e isso ocorre aqui de duas maneiras: a) pela possibilidade que um teste desse venha ocorrer conosco; b) pela lição que o registro dessa possibilidade já nos traz.


  5. Quando você é forte e está firme no seu relacionamento com Deus, o tentador, que instiga aqueles três tipos de pessoa, foge de você, porque as tentações normalmente a) miram os fracos e b) pontos vulneráveis específicos dos fortes. Abraão era forte e Deus sabia que ele iria passar no teste, mas promoveu o episódio e seu registro para o nosso exemplo.


  6. As Escrituras, assim como a Pessoa de Cristo, são uma rocha em que nos apoiamos e que nos dá segurança. Entretanto, quem as lê com atitude negativa encontrará nelas uma pedra de tropeço, com o resultado doloroso do afastamento progressivo entre a pessoa e o Criador.


AUTOR: NEEMIAS C. MIRANDA

ESTOU COM VERGONHA DE SER EVANGÉLICO


Postado por Augustus Nicodemus Lopes.


Leiam o que escreveu Reinaldo Azevedo por conta da presença do "apóstolo" Hernandes, a "bispa" Sônia, junto com outros "bispos" evangélicos, em cerimônia com Lula e Dilma, quando da institucionalização do dia da Marcha para Jesus. Mais importante, leiam os mais de cem comentários. Vocês vão acabar como eu, com vergonha de ser evangélico.


Os apóstolos evangélicos modernos -- bem como o católico -- são um desvio do Evangelho, uma desvalorização da autoridade dos verdadeiros apóstolos cujo ensino se encontra nas Escrituras. Eu sei que nem todos que se arrogam de apóstolo hoje foram apanhados contrabandeando dólares, mas é difícil não pensar que todos eles têm sede de mais poder e mais autoridade na hierarquia que eles mesmos criaram.
"Apóstolos" e "bispos" não representam os evangélicos, são representantes dos neopentecostais, igrejas pós-evangélicas ou neo-evangélicas, das quais os evangélicos históricos, pentecostais, tradicionais, sérios e bíblicos, se distanciam arrepiados, horrorizados e com vergonha. Apesar disto, somos confundidos com eles e sempre sobra para nós. Lula e Dilma têm o direito de receber quem quiserem. Mas, ainda assim, é triste, lamentável, vergonhoso, que "apóstolos" e "bispos", inclusive presos e processados, vão "representando" os evangélicos.
O que está se formando no Brasil é outra coisa diferente de uma igreja evangélica, bíblica, saudável, séria. Conheci na África do Sul a igreja zionista (nada a ver com o movimento pró-Israel), um sincretismo de igreja cristã com religião animista de invocação dos ancestrais. Não se podia dizer que eram realmente cristãos, tal a quantidade de elementos estranhos, pagãos, misturados na sua teologia e prática. É a mesma coisa que está acontecendo aqui no Brasil com estas igrejas neopentecostais. Não tenho a menor idéia onde isto vai parar, mas uma coisa eu sei: a não ser que haja uma profunda interferência da parte de Deus, um movimento de purificação e reforma, dias difíceis estão por vir aos que ainda aderem ao Evangelho puro e simples da graça.

[Sobre a Marcha para Jesus veja aqui post sobre o assunto]
[E sobre apóstolos hoje, veja aqui a Carta ao Apóstolo Juvenal]

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

DESESPERO

Isaías 38: 14-20


"Senhor tem misericórdia de nós; por ti temos esperado. Sê tu o seu braço cada manhã, como também a nossa salvação no tempo da tribulação" Isaías 33:2.

Quando vem o desespero, uma igreja não basta, uma palavra não basta, um conselho não basta. Abrimos a Bíblia, mas queremos que Deus fale audivelmente. Precisamos de respostas. Nossos porquês são urgentes, são desesperados. A necessidade de estar-se consolado, alimentado, aquietado é gigantesca. Tudo o mais é estéril. Queremos apenas ouvir, ouvir, ouvir e crescer. Deus mesmo tem de aquietar-nos nesses momentos, agindo em toda sua plenitude para caminharmos com as misericórdias renovadas com o clarear de um novo dia, quando os primeiros raios de sol deixam distantes as trevas. Muitas vezes me senti assim. E sei que pessoas que perderam um filho também, assim como aquelas que aguardam o resultado de um exame de cujo prognóstico já se tem noção. Olhando armários vazios de roupas de maridos, esposas, filhos, mães e pais que partiram. São horas de desespero. Queremos mais. Ansiamos pela mão graciosa do Senhor Jesus nos indicando o caminho e percorrendo-o passo a passo conosco. Ansiamos pelo consolo do Espírito que enxuga nossas lágrimas que teimosamente não nos abandonam. Ansiamos pelo Deus todo-poderoso com suas hostes celestiais executando justiça. Tudo é muito difícil quando a crise chega, invade e derruba. Só erguemos lamentos, e Deus, mais do que ninguém, compreende. Feito homem, soube o que foi padecer e sentir dores. Nessa hora, se existe algo a fazer, é lembrar que quanto mais profunda a ferida, maior é a mão curadora de Deus. Maior a mão que enxuga as lágrimas. Maior o colo onde nos resta o descanso. O sentimento desse instante é falho. Vai passar. O amor de Deus e sua paz excedem todo o entendimento e agirão daqui a pouco. Não sou eu, que escrevo. Não é você, que lê. É Jesus que está tomando conta de tudo a partir de agora.


Jesus é o fim de todo desespero





Por Andréia Pavel
Pão diário 2009 

terça-feira, 15 de setembro de 2009

REFORMA E REAVIVAMENTO





A Igreja Evangélica Brasileira precisa de uma nova Reforma. Muitos daqueles que se dizem protestantes já não protestam mais. Muitos daqueles que se autodenominam evangélicos têm transigido com a verdade e caído na malha sedutora do pragmatismo e das falsas doutrinas. Doutrinas estranhas têm encontrado guarida no arraial evangélico. Novidades forjadas no laboratório do engano têm sido acolhidas com entusiasmo por muitos crentes. Floresce em nossa Pátria uma igreja que tem extensão, mas não profundidade. Cresce em números, mas não em maturidade. Tem influência política, mas não autoridade moral. Faz propaganda de um pretenso poder, mas transige com o pecado.




A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às Escrituras. Muitos púlpitos estão sonegando aos crentes o pão verdadeiro e dando ao povo um caldo ralo e venenoso. Há aqueles que pregam o que o povo quer ouvir e não o que o povo precisa ouvir. Pregam para entreter os bodes e não para alimentar as ovelhas. Pregam para arrancar aplauso dos homens e não para levá-los ao arrependimento. Pregam prosperidade e não salvação. Pregam curas e milagres e não novo nascimento. Pregam auto-ajuda e não a ajuda do alto. Há muitas igrejas fracas e enfermas por estarem submetidas a um cardápio insuficiente e deficiente. A fraqueza e a doença começam pela boca. Há morte na panela. O veneno mortífero das heresias perniciosas destila em muitas cátedras teológicas. Muitos púlpitos espalham esse veneno e muitos crentes se intoxicam com ele. Precisamos colocar a farinha da verdade nessa panela, a fim de que o povo tenha pão com fartura na Casa do Pão.

A Igreja Evangélica Brasileira precisa voltar às grandes doutrinas da Reforma. Precisamos reafirmar que a Escritura é verdadeira, infalível, inerrante e suficiente e não podemos acrescentar à sua mensagem as revelações, sonhos e visões que emanam de corações errantes. Precisamos reafirmar que a fé em Cristo é suficiente para a nossa salvação e não podemos acrescentar a ela as obras, os méritos nem o misticismo variegado tão incentivado em tantos arraiais. Precisamos reafirmar que a graça de Deus é a única base sobre a qual recebemos a nossa salvação. O homem não merece coisa alguma a não ser o juízo divino, mas de forma benevolente, Deus suspende o castigo e nos oferece seu favor imerecido. Precisamos reafirmar que não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, além do nome de Cristo Jesus. Precisamos reafirmar que a glória pertence a Deus e não ao homem, igreja ou instituição humana.

A Igreja Evangélica Brasileira precisa não apenas de Reforma, mas, também, de Reavivamento. Não basta ter doutrina certa, é preciso ter vida certa. Não basta ter apenas luz na mente, é preciso ter fogo no coração. Não basta apenas conhecimento, é preciso ter fervor espiritual. Não basta apenas conhecer doutrina, é preciso ser transformado e impactado por essa doutrina. A igreja de Éfeso tinha doutrina, mas lhe faltava amor. A igreja de Esmirna tinha amor, mas lhe faltava doutrina. Ambas foram repreendidas por Cristo. Precisamos de doutrina e amor, reforma e reavivamento. Não glorificamos a Deus com o vazio da nossa mente e a plenitude do nosso coração nem glorificamos a Deus com a plenitude da nossa mente e o vazio do nosso coração. Deus não é exaltado quando deixamos de conhecer a verdade nem Deus é glorificado quando deixamos de nos deleitar nessa verdade. Razão e emoção não são coisas mutuamente exclusivas. Elas se completam. A emoção que não provém de uma mente iluminada pela verdade é vazia, rasa e inconsistente. Uma mente cheia do conhecimento da verdade, todavia, que não exulta de alegria e santo fervor está, também, em total desacordo com a vontade divina. Oh! Que Deus nos desperte para o conhecermos verdadeiramente! Oh! Que Deus nos encha daquela alegria indizível e cheia de glória, a fim de que nos deleitemos nele e passemos a viver tão somente para a sua glória!


Rev. Hernandes Dias Lopes

sábado, 12 de setembro de 2009

O SOFRIMENTO DO JUSTO






Causas e Conseqüências




I. Podemos identificar sete causas para o sofrimento do justo:



1. Castigo. Os casos de Davi e Moisés que foram severamente castigados pelo mesmo Deus que tanto os amava.
2. Demonstração da onipotência, da justiça e da bondade divinas. É o caso de Jó, pois toda a sua vida configura um curso sobre esses três atributos divinos.
3. Oportunidade para que Deus manifeste a sua glória. É o episódio da cura do cego de nascença em Jo 9.3, e de Asafe, no Sl 50.15.
4. Prova da fidelidade do justo. É o que aconteceu com Israel, conforme registrado no Sl 81.7.
5. Ensino. Os textos de Sl 119.71, Os 6.1-13 e Rm 5.3-4, revelam que, em muitos casos, o sofrimento tem unicamente o objetivo didático de reaproximar o justo de seu Criador, fato que, invariavelmente o faz crescer.
6. Estímulo a outros2Co 1.6, Hb 12.1. A Bíblia nos diz que em muitos casos o sofrimento veio a uns apenas para que a maneira como o enfrentaram servisse de exemplo a outros.
    7. Perseguição injusta. Mt 24.9. Neste caso o justo sofre apenas por viver num mundo injusto. Terá, entretanto, sua justa recompensa.
II. É preciso ter cuidado quando somos chamados a julgar um irmão que está sofrendo. A primeira tendência é apontar-lhe o dedo e exigir que confesse o seu pecado, como fizeram os amigos de Jó. Mas em apenas um caso, dentre os sete relacionados, o sofrimento vem como conseqüência de pecado.



III. O cristão encara o sofrimento de modo diferente e muito mais positivo, porque conhece suas causas e conseqüências. Gn 15.13-14, Ex 3. 7-8, Sl 119.75, 2Co 4.8-10.



IV. Conclusões:
a) os textos indicados a seguir complementam o elenco de dispositivos básicos das Escrituras para uma boa orientação sobre este assunto. Rm 8.18, 2Co 4.17, Is 51.11, Rm 8. 35-39.
b) quando o Senhor nos revela a verdade na sua Palavra, normalmente ele exige que encontremos essa verdade mediante a sua leitura e não por outros meios.
    c) a ignorância das causas e conseqüências do sofrimento do justo produz, no cristão, a perda da sua alegria, e no ímpio, não raro, a revolta contra Deus.
d) sem alegria o cristão não glorifica a Deus, a principal finalidade da sua existência; revoltado, o ímpio afunda em trevas cada vez mais.


AUTOR: NEEMIAS C. MIRANDA

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?




Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo.


A igreja abandonou a pregação ousada; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.




Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15) - isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: "E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho", assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: "Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres" (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires. Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos.

Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? "Vós sois o sal", não o "docinho", algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: "Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos" (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade! Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: "Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!" Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: "Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!" Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos.

Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles "transtornaram o mundo". Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos. Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.



Por Charles H. Spurgeon

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Notícias

Chicotadas e apedrejamento devem ser legalizados em província da Indonésia

Apedrejamento seria adotado em casos de adultério.
Sexo antes do casamento pode significar 100 chicotadas
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O Parlamento da província de Aceh, na Indonésia, aprovará uma lei que estipula o apedrejamento como pena máxima para casos de adultério e cem chicotadas em público como castigo para os que praticarem relações sexuais antes do matrimônio, informou nesta quarta-feira (9) a imprensa local.

As medidas serão aprovadas na próxima segunda-feira (14) em Aceh, que até 2004 foi palco de um conflito separatista que durou três décadas, e que agora dá um novo passo em direção a implantação de uma interpretação radical da lei corânica.


Entenda: Sharia, a lei islâmica, rege tudo na vida do muçulmano

Raihan Iskandar, vice-presidente do Parlamento de Aceh, assegurou em declarações ao diário "The Jakarta Globe", que a normativa conta com um grande respaldo social e político, apesar das críticas que suscitou fora da região situada ao norte da ilha de Sumatra.

"Recebemos muitos apoios para ratificá-la. Com esta norma esperamos conseguir um mandato claro para implementar a 'lei' em Aceh", assinalou.

Além disso, lembrou que a Lei de governo de Aceh, aprovada pelo Legislativo central em 2006, autoriza a província a implementar o "código penal corânico", dado seu caráter de bastião do conservadorismo islâmico.

"Mas não podemos castigar ou apedrejar a pessoas cegamente. Se deverá fazer baseado nas regras e segundo o estipulado nos costumes locais", acrescentou Raihan Iskandar, do islamita Partido da Justiça e a Properidade (PKS).

Os detratores da lei sublinharam sua inconstitucionalidade, ao considerar que viola os Direitos Humanos, embora alguns analistas assinalaram que a Carta Magna da Indonésia sanciona os privilégios da província de Aceh para impor a lei religiosa.

Segundo os analistas, pelo menos 16 das 33 províncias da Indonésia aprovaram leis nos últimos anos influenciadas em maior ou menor medida em interpretações tradicionais da lei corânica.

O Movimento para a liberação de Aceh (Gerakan Aceh Merdeka, GAM) entregou as armas em 2005 em troca de um estatuto de autonomia e da convocação de eleições livres, vencidas pelo líder do grupo, Irwandi Yousef.
G1 > MUNDO - NOTÍCIAS

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Notícias


Fiscais encontram trabalho escravo em obra do PAC
terça-feira, 8 de setembro de 2009 | 5:59


Por Eduardo Scolese, na Folha:
Fiscais do governo federal e do Ministério Público do Trabalho encontraram e resgataram 98 trabalhadores em regime análogo à escravidão numa obra que integra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no sul de Goiás.
A partir de uma denúncia, a ação de procuradores e de auditores do Ministério do Trabalho numa usina hidrelétrica começou no início da semana passada e somente foi concluída na madrugada de anteontem, quando os trabalhadores foram indenizados e puderam retornar às suas casas.
A construção da usina Salto do Rio Verdinho é de responsabilidade da Votorantim Energia, braço do Grupo Votorantim, e tem o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que no final do ano passado injetou cerca de R$ 250 milhões na sua implantação.
Planalto e PT apostam no PAC como uma vitrine da candidatura petista para a sucessão de Lula no ano que vem. Na semana passada, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata petista a presidente, aproveitou um evento sobre saneamento para, em discurso, falar das preocupações sociais e ambientais do programa. Ela chegou a compará-lo ao Bolsa Família.
O PAC, porém, é um motivo de reservas a Dilma por parte de movimentos sociais e de ambientalistas, caso do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens). Eles avaliam que o programa prioriza a geração de emprego e o crescimento da economia sem levar em conta as condições socioambientais.
Procurada ontem, a Casa Civil não se manifestou sobre o flagrante da fiscalização.



Sem salário e banheiro
O resgate na usina ocorreu nos limites dos municípios de Caçu e Itarumã (a cerca de 370 km de Goiânia). Sem salários e instalados em alojamentos precários (sem cama e banheiro), os trabalhadores atuavam no desmate e na limpeza de uma antiga fazenda que será usada como reservatório de água, assim que as comportas da usina forem abertas.
A contratação deles ocorreu por meio de “gatos” (como são chamados os aliciadores de mão-de-obra degradante) ligados a uma empresa terceirizada que já atuava na obra quando o Grupo Votorantim assumiu o projeto, em 2007 -a obra começou em 2005.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Deus já sabe, mas vou orar!






Publicada em, 16 de novembro de 2008
Se Deus já sabe, por que orar? Não é apenas nome de um livro escrito por Douglas Kelly (São Paulo: Cultura Cristã, 1996), mas a pergunta de muitos, discípulos ou não discípulos de Jesus.


Num mundo onde ‘não se precisa de Deus’, orar não faz sentido. Ora, para quê orar se tenho um excelente emprego e toda necessidade material que possuo pode ser suprida pelos recursos recebidos mensalmente? Para quê orar quando estou doente, se basta eu acionar meu convênio médico e ter acesso ao melhor profissional especialista na área como também o melhor hospital ou clínica? Para quê orar pela conversão do cônjuge, filhos, familiares ou amigos se, caso sejam escolhidos por Deus para a salvação, serão salvos um dia? Para quê orar e falar com o Todo Poderoso abrindo meu coração, se tenho excelentes pastores que me ouvem, bem como profis­sionais e amigos que sempre têm uma palavra amiga e animadora? (Jesus disse que quem pensa não precisar de Deus, é louco – leia Lucas 12.13-21).


Bem, com esta linha de raciocínio será difícil pensar em orar! Então responda: Qual a sua maior motivação para desen­volver vida de oração? Se sua resposta for utilitarista, você não tem motivo algum para orar. Se sua resposta for voltada para a necessidade de um relacionamento pessoal da criatura com o Criador, você tem todos os motivos para orar.


É claro que Deus sabe todas as coisas. O escritor aos Hebreus afirmou: “E não há criatura que não seja manifesta na sua pre­sença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hebreus 4.13 RA). O salmista também declarou que Ele é Onisciente (sabe todas as coisas, possui toda sabedoria) – Sl 139.1-6; é Oni­presente (tem todas as realidades diante de Si) – Sl 139.7-12; e é Onipotente (possui todo o poder) – Sl 139.13-18. Então oração não é para informar Deus das minhas necessidades ou desejos. Ele os conhece – Mt 6.8. Deus privilegia seus filhos e filhas com o livre acesso a Ele por meio de Jesus Cristo Seu único filho, para que tenhamos comunhão com a Trindade: Deus Pai, Deus filho e Deus Espírito Santo. Esse é um dos principais mo­tivos da oração! A oração é instrumento de comunhão, de desenvolvimento de amizade com a Santíssima Trindade. A oração é para desenvolvimento de intimidade. Não há nada que lhe dê um relacionamento mais íntimo com Deus do que a oração. A oração é um conversar com Deus que gera comunhão, intimidade, transformação, crescimento!


Além da intimidade desenvolvida com Deus, da transformação e do crescimento recebidos dessa relação, a oração é um meio, um instrumento que Deus determinou para que seus propósitos se cumpram.


Tudo o que Deus decretou que aconte­cesse antes mesmo da fundação do mundo, se realiza e cumpre a partir das nossas orações. Quando pensamos num Deus Soberano, reconhecemos que Ele estabeleceu não apenas os efeitos, mas também as causas; não apenas o que aconteceria, mas o meio pelo qual aconteceria! A oração é parte do plano de Deus! Ao orarmos, aquilo que Ele determinou se cumpre! Por isso Jesus nos ensinou a orar: ‘... faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu’, e também passava horas na presença do Pai em oração, ‘... retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus’.


Deus determinou, soberana e livre­mente, que certas coisas vão aconte­cer, e também decretou que tais coisas acontecerão através dos meios que Ele mesmo determinou, e um desses meios é a oração! Quando eu oro Deus realiza os seus desígnios eternos na minha vida e no mundo inteiro! Lembre-se de que é Ele ‘... quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.’ (Fp 2.13)


Assim, minha oração não muda a Deus nem seus desígnios “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará.” (Jó 23.13), mas muda a mim mesmo, minhas motivações, meus desejos, minhas orações, fazendo-as coincidir à Sua Vontade Soberana!


Consciente de que Deus já sabe de tudo, já escreveu toda a história e conduz tudo conforme Sua vontade, vou buscar uma vida de oração constante: primeiro para aprender mais do Pai e ser como o Filho pela capacitação do Espírito Santo; quero mais intimidade com a Trindade; segundo, para que aquilo que o SENHOR determinou se cumpra para a Sua Glória!


Sim, Deus já sabe e vou continuar orando! Cada dia mais! E você?